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Estado de Minas VEíCULOS | SERVIçO

Garantia curta

O prazo de garantia dos automóveis é item cada vez mais decisivo na hora de comprar. No Brasil, com raras exceções, os prazos oferecidos não passam da metade do que recebem os consumidores norte-americanos


postado em 26/07/2013 15:28

O brasileiro paga sempre mais caro e nunca recebe o melhor. É assim desde os itens básicos para a sobrevivência até o custo do transporte, energia, combustível e automóveis. O consumidor brasileiro que compra um automóvel chega a pagar três vezes mais do que paga o comprador do mesmo produto nos Estados Unidos.

Além de desembolsar o triplo do que paga o norte-americano por seu carro, o brasileiro leva outro golpe de desdém ao descobrir que a garantia de fábrica oferecida para seu carro é quase sempre inferior à praticada em outros países. Diante dos custos proibitivos com que, mais uma vez, o brasileiro precisa conviver ao  ter de substituir uma peça de seu carro, os prazos de garantia se tornaram item relevante na hora de decidir que carro comprar.

As marcas mais recentes no mercado brasileiro parecem ter essa consciência e destacam em suas campanhas publicitárias prazos de garantias mais longos. É o caso das coreanas Hyundai e Kia e de todas as marcas chinesas. Há que se ficar atento, no entanto, aos custos das revisões obrigatórias, que podem ser elevados, a ponto de anular a vantagem.

Entre as marcas premium, as garantias de fábrica oferecidas no Brasil são inferiores às oferecidas para os mesmos carros na América do Norte. Lá, a garantia básica é de quatro anos, enquanto aqui é de dois. É o caso de marcas como Audi, Volvo, BMW e Mercedes-Benz, entre outras (ver tabela). Na Europa, origem dessas marcas, os prazos são também inferiores aos oferecidos na América do Norte. A exceção é o Reino Unido, onde o prazo é de três anos. Uma alternativa para ampliar o prazo é a garantia estendida, amplamente praticada na Europa.

A Audi, por exemplo, oferece a ampliação do prazo de dois anos na Europa, para mais três. O consumidor pode escolher entre nove pacotes de garantia estendida, aquele que mais lhe convém, explica Bernd Hoffmann, diretor de pós-vendas da Audi AG. No Brasil, o comprador Audi pode também optar por comprar um plano estendido de mais dois anos, diz Miguel Albino, superintendente da Audi Carbel de BH.

No caso da BMW, a garantia mundial é de dois anos, sem limite de quilometragem. Gabriel Correa, da BMW Brasil, explica que, nos Estados Unidos, existe o pacote BMW Service Inclusive, que amplia o prazo para mais dois anos. “Em nosso mercado, temos o BMW Service Cover, vendido nos concessionários à parte. O cliente paga uma importância (cerca de R$ 3.500, dependendo do modelo) para receber a extensão”, explica Correa.

Para Jorge Mussi, diretor de pós-vendas da Volvocars Brasil, seria mais correto dizer que os Estados Unidos e outros países são a exceção à regra, por questões de concorrência local. Nos EUA, a Volvo, como seus concorrentes diretos, oferecem a garantia de quatro anos ou 80 mil km. “Quase no resto de todo o mundo a Volvo oferece dois anos de garantia, sem limite de quilometragem, inclusive na Suécia, seu mercado doméstico. Na América Latina, a garantia é de dois anos, à exceção do México. A Volvo planeja lançar planos de garantia estendida no Brasil. Mussi lembra que o brasileiro comprador de carros premium troca de carro de dois em dois anos, o que pode resultar aqui em baixa procura pela garantia estendida.

A Mercedes-Benz segue o mesmo padrão, com garantia de dois anos no Brasil e na Europa (exceto no Reino Unido, onde é de três anos), e de quatro anos na América do Norte. A marca também está em vias de lançar no Brasil planos de garantia estendida.

Entre os importados, a Jaguar e Land Rover são as que oferecem o maior prazo de garantia de fábrica: três anos ou 100 mil quilômetros, o que ocorrer primeiro. Esse é um padrão utilizado pela marca na maioria dos mercados onde atua, salvo alguns países da África e Oriente Médio, onde a garantia é menor, explica Gabriel El’Bredy, da Jaguar Land Rover Latin America. Outra exceção é a América do Norte, onde a garantia é de quatro anos.

Os prazos de garantia das marcas mais tradicionais no Brasil variam de acordo com o modelo. Como regra quase geral, a garantia dos carros fabricados no país é inferior à oferecida para carros importados. A Fiat dá garantia de três anos para o Linea e o Freemont, dois anos para o Bravo e o Cinquecento e apenas um ano para o restante da linha. Nos Estados Unidos, a garantia do Fiat Cinquecento é de quatro anos.

A Ford oferece garantia de três anos para o New Fiesta, Focus, Fusion e Ecosport e de um ano para o Fiesta e Ka. Na Volkswagen, a garantia dos importados é de três anos, e dos nacionais, de um ano. A garantia do veículos Chevrolet no Brasil é de um ano para os modelos de entrada Classic, Celta e Agile e de três anos para os demais. O Camaro tem garantia de dois anos para o mercado brasileiro. O fato é que, no processo de amadurecimento do mercado, a bandeira por melhores garantias começa a ser levantada pelo consumidor brasileiro.

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