Publicidade

Estado de Minas ESPORTE | ESCALADA

Aventura nas alturas

Minas é referência nacional em escalada e tem o maior paredão vertical do país. O esporte atrai praticantes de todas as idades e profissões


postado em 14/11/2014 14:11 / atualizado em 14/11/2014 14:27

A estudante Paula Reis Guimarães começou a escalar influenciada pelo namorado, Thiago Bruno Gischewski:
A estudante Paula Reis Guimarães começou a escalar influenciada pelo namorado, Thiago Bruno Gischewski: "Faz bem para o corpo e a mente", diz ela (foto: Eugênio Gurgel)
Em vez de jogos no computador, uma aventura radical em um paredão na Lapa do Seu Antão, em Pedro Leopoldo, localizada a 40 km da capital. É nesse tradicional campo de escalada que o estudante Arthur Maia, de 11 anos, sua a camisa para superar os desafios da rocha e vencer suas próprias limitações. "Ele estava muito sedentário e acima do peso. Depois que começou a praticar o esporte, até o seu comportamento melhorou", diz a mãe, Flávia Silva, de 38 anos, promotora de vendas. Um dos desafios foi encarar uma via de quinto grau. "As vias são os caminhos traçados nas rochas, com graus em maior ou menor elevação. Quanto maior o grau, maior o nível de dificuldade", explica o geógrafo André Coutinho Barbosa, de 38 anos, especializado em escalada e montanhismo. Em sua maioria, as vias têm entre 40 m e 70 m de altura, e em poucos casos atingem 100 m.

Experiente, o empresário Cláudio Mourthe encara  o paredão com equipamento móvel:
Experiente, o empresário Cláudio Mourthe encara o paredão com equipamento móvel: "É uma aventura consciente e segura" (foto: Eugênio Gurgel)
A poucos quilômetros dali, na Lapinha, em Lagoa Santa, o Sítio do Rod conta com 70 vias de escalada em rocha, que atraem grupos de atletas amadores e profissionais de todo o país. "O número de pessoas que buscam aliar a prática de esporte à integração com a natureza é crescente. E a escalada é um esporte que torna isso possível", diz o empresário Rodrigo Gualberto de Souza, de 39 anos, proprietário do local.

Outra característica da escalada é poder ser praticada por qualquer pessoa, independentemente de idade ou sexo. Influenciada pelo namorado, Thiago Bruno Gischewski, de 27 anos, engenheiro mecânico já experiente no esporte, a estudante Paula Reis Guimarães, de 24 anos, começou a escalar há pouco tempo. "No início, achei difícil, mas agora percebo o quanto esse esporte faz bem para o corpo e a mente", diz a estudante.

Para praticar escalada e se manter seguro junto aos paredões, é necessário o uso de proteções fixas, como grampos previamente instalados na rocha pelo conquistador da via, ou seja, o atleta que escalou o percurso pela primeira vez. "Os equipamentos de segurança são fundamentais. Entre eles, cordas, freio, cadeirinha, sapatilha e capacete", diz César Augusto Corrêa, de 32 anos, guia de turismo especializado em escalada. Na maioria das vezes, o esporte é praticado em dupla. Dessa forma, enquanto um escala, o outro faz a segurança no solo. Experientes, o empresário Cláudio Mourthe, de 50 anos, e o amigo Leonardo Rodrigues, auditor, de 35 anos, apostam na adrenalina para enfrentar a subida com equipamento móvel. Nesse caso, não há vias previamente inseridas na rocha, e o risco de queda é bem maior. "É uma aventura consciente e segura. É uma verdadeira válvula de escape do estresse diário", diz Cláudio.

Minas Gerais é referência no cenário da escalada nacional e internacional e abriga o maior paredão vertical do Brasil, a chamada Pedra Riscada, localizada em São José do Divino, que possui nada menos que 1.200 m de altitude. "Os atletas mineiros estão entre os melhores do país. E Belo Horizonte é conhecida como um dos principais centros do esporte no Brasil, abrigando pelo menos quatro ginásios de escalada de alto nível", diz Rafael Gribel, presidente da Federação de Montanhismo e Escalada de Minas Gerais (Fememg).

Outra modalidade é a indoor, praticada em academias especializadas em paredes artificiais que chegam a comportar 100 pessoas. "Esse tipo de escalada possui as mesmas características das praticadas na natureza, inclusive os vários graus de dificuldade, mas com a conveniência da cidade", explica o empresário Yan Lages Ouriques, da academia Rokaz. Foi praticando a modalidade que a médica-cirurgiã Renata de Moura Vergara, de 34 anos, conseguiu equilibrar força, concentração e determinação. "Consigo renovar minhas energias para um novo dia de trabalho. Além disso, nos fins de semana, reunimos toda a família para praticar o esporte, que agrega união e diversão", diz.

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade