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(Maria), reuniu pessoalmente as peças que
compõem o acervo do novo museu: "Toda
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uma neta com nome de santa
(Maria), reuniu pessoalmente as peças que
compõem o acervo do novo museu: "Toda
a coleção que eu tinha foi doada" (foto: Samuel Gê)
“A cadeia é uma construção importante da primeira metade do século XVIII que estava vazia”, diz Angela. “Com a doação das obras de Sant’Ana, a cidade enriqueceria culturalmente.” Devota da santa, que segundo a tradição católica é avó de Jesus, ela reuniu ao longo de algumas décadas imagens brasileiras com inestimável valor histórico feitas, em sua maioria, por artistas anônimos, entre os séculos XVII e XIX.
Angela é presidente do Instituto Cultural Flávio Gutierrez (ICFG), que a partir de agora conta com três museus. É também diretora do Museu do Oratório, inaugurado em 1998 em Ouro Preto, e do Museu de Artes e Ofícios, que funciona desde 2005 na praça da Estação. Diferentemente desses dois museus, formados por objetos escolhidos por seu pai, o engenheiro Flávio Gutierrez, falecido em 1984, a maior parte do acervo do Museu de San’Ana é formada por obras reunidas pela própria pesquisadora.

As imagens de Sant’Ana foram doadas ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), assim como aconteceu com as peças dos outros museus. Angela deixou reservadas cerca de dez imagens de sua coleção. “Dei uma para minha filha e as outras, que são miniaturas, vou deixar para minha neta”, diz.
O final do ano de 2014 será comemorado com muita festa pela empresária. “Trabalhei muito para entregar esta coleção ao país”, diz. Ela segue trabalhando, em média, dez horas por dia entre a empresa da família (uma das mais ricas do estado) e suas atividades no ICFG, agora potencializadas com o novo museu. Sobra pouco tempo para outras atividades, como ginástica. “Sou preguiçosa para isso”, diz.
Angela é uma mulher dinâmica e empreendedora. Não lhe falta energia, mas será que terá tempo para levantar novo museu? “Não acredito, toda a coleção que eu tinha já foi doada”, diz. Na verdade, ela agora está preocupada com outra santinha, de nome Maria, e a quem quer ter tempo para embalar, embalar e embalar.