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Estado de Minas CIDADE | FISCALIZAÇÃO

Campeões de multa

Saiba onde estão instalados os equipamentos que registram o maior número de infrações em BH. A maioria fica nos principais corredores de trânsito


postado em 30/03/2015 15:09 / atualizado em 31/03/2015 14:28

Avenida dos Andradas com rua Caetés, no centro: um dos radares que mais registram avanço de sinal vermelho(foto: Eugênio Gurgel/Encontro)
Avenida dos Andradas com rua Caetés, no centro: um dos radares que mais registram avanço de sinal vermelho (foto: Eugênio Gurgel/Encontro)
Os mais de 1,6 milhão de veículos que circulam por Belo Horizonte são vigiados por 200 radares, que registram infrações de avanço de semáforo, excesso de velocidade e invasão de pista exclusiva de ônibus. Segundo o Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG), mais de 660 mil infrações - apenas por excesso de velocidade - foram registradas em 2014 e 65 mil condutores ignoraram o sinal vermelho. Esses números devem subir este ano, se levarmos em conta que novos radares estão por vir. Os maiores algozes dos condutores na capital mineira são os instalados nos principais corredores da cidade. E cada vacilo é um flash.

Av. Cristiano Machado é o corredor com maior número de infrações: para excesso de velocidade registra-se média de 12 mil multas por mês(foto: Eugênio Gurgel/Encontro)
Av. Cristiano Machado é o corredor com maior número de infrações: para excesso de velocidade registra-se média de 12 mil multas por mês (foto: Eugênio Gurgel/Encontro)
De acordo com a BHTrans, empresa que opera o trânsito na capital mineira, só neste ano, 14 novos radares que flagram excesso de velocidade entraram em operação em avenidas como Amazonas, Contorno, Teresa Cristina e Cristiano Machado. Aliás, esta última é a campeã em registro de multas, e as vítimas são os apressadinhos que insistem em transitar acima dos 60 km/h. Outras 208 faixas também serão monitoradas por radares de controle de velocidade, que estão em fase de implantação, a partir deste ano. Mas a BHTrans não precisou o total de novos radares que entrarão em operação, já que a contratação é feita pelo número de faixas que serão fiscalizadas.

E não adianta torcer o nariz para os radares, pois os olhos eletrônicos serão cada vez mais comuns no trânsito de BH. "Isso já é certo. A queda do número de acidentes graves e de óbitos nas grandes cidades está diretamente ligada ao controle de velocidade", diz Jussara Bellavinha, coordenadora do projeto Vida no Trânsito, da BHTrans. O projeto foi idealizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e a capital mineira foi uma das escolhidas para o programa piloto, que começou em 2010. De acordo com Jussara, desde 2007, quando os equipamentos começaram a ser implantados na cidade, houve queda do número de acidentes graves, de 40 mil para 11 mil, por ano. O número de atropelamentos também vem caindo. Em 2012, a cada 100 dias morreram 49,6 pessoas no trânsito de BH, sendo 21,1 pedestres. Já em 2013, as mortes foram reduzidas para 46,6, das quais 16,4 vítimas eram pedestres. Os números de 2014 serão fechados em maio.

Avenida Amazonas com rua Araguari, no Santo Agostinho: maior número de multas por avanço de semáforo(foto: Eugênio Gurgel/Encontro)
Avenida Amazonas com rua Araguari, no Santo Agostinho: maior número de multas por avanço de semáforo (foto: Eugênio Gurgel/Encontro)
Ronaldo Guimarães Gouvêa, professor da Escola de Engenharia da UFMG e especialista em transporte, afirma que o radar é um dos caminhos para controlar a imprudência e os acidentes no trânsito. "Mas temos de investir mais na educação no trânsito e colocá-la como política pública de governo", diz. Segundo o especialista, o Japão é um ótimo exemplo nesse quesito. "Lá, não se escutam mais buzinas nas ruas e avenidas, o que acontece no nosso trâsito caótico. Existe o aprendizado de que uma ação mais pacífica no trânsito favorece a saúde mental e do corpo", afirma. Enquanto não pensamos assim, que venham os radares!

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