
"Até mesmo a propensão a doenças resultantes da conjugação de vários genes, como aterosclerose, asma, diabetes, câncer, distúrbios psiquiátricos e do coração, pode ser detectada com testes genéticos", diz Anisse Chami, médica geneticista da Rede Mater Dei de Saúde. Em março, o Mater Dei, referência no tratamento de câncer, fechou parceria com a empresa Mendelics Análise Genômica, de São Paulo, para realizar a coleta de material e fazer exames de patologia molecular e sequenciamento no próprio hospital. "O mapeamento genético é fundamental, pois fornece dados para que tanto médicos quanto pacientes possam tomar decisões importantes e mais acertadas sobre sua saúde", afirma o médico Henrique Salvador, presidente da Rede Mater Dei.

A procura pelo procedimento vem crescendo na medida em que os métodos de mapeamento dos genes se tornaram mais rápidos, precisos e acessíveis. Enquanto os primeiros sequenciadores de DNA liam um gene em 45 dias, o NGS (Next Generation Sequency), lançado em 2014, é capaz de mapear mais de 300 genes de uma só vez, em 27 horas, detectando modificações para mais de 800 doenças. "O DNA é extraído de células do sangue ou da saliva para posterior análise que possibilita a leitura das regiões com indícios de mutações", explica a geneticista Anisse Chami. Nos casos em que sejam detectadas alterações genéticas, o direcionamento para prevenção ou mesmo redução de risco é amplo e varia de acordo com cada mutação identificada. "Abrange desde mudanças no estilo de vida, acompanhamentos médicos mais regulares e direcionados a cirurgias profiláticas", afirma a especialista.