
A casa dela fica a poucos minutos do marco zero do bairro: o 1º Batalhão da Polícia Militar (1º BPM), em frente à praça Floriano Peixoto, na época chamada de Praça de Belo Horizonte. Foi no entorno do quartel, antes chamado de Corpo Militar da Província de Minas Gerais, que o bairro Santa Efigênia tomou forma. A ligação com os militares é tão forte que influenciou até o nome: Santa Efigênia é a padroeira dos fardados. Em 1923, o então bispo Dom Cabral criou a paróquia de Santa Efigênia, erguida na avenida Brasil.


O bairro Santa Efigênia foi escolhido também para ser a casa da Câmara Municipal de Belo Horizonte. O Legislativo mudou do centro, na rua Tamoios, para o bairro em 1988. "E não havia nada em volta. Nem metrô", diz Maria de Fátima Santos, que, ao lado dos colegas Roberto Flávio Linhares e Adriana Lage da Silva, trabalha na Câmara há mais de 30 anos. "Naquela época, tínhamos de ir ao mesmo bar para lanchar, almoçar e tomar uma cervejinha", diz Roberto, lembrando que a casa legislativa teve papel importante no crescimento do bairro.

Enquanto dona Elza, que abriu esta reportagem, não está dando palestras, dedica seu tempo à leitura e à música. Ela é amante do filósofo Rousseau e do compositor Beethoven. Impossível não se impressionar com a vitalidade dela, que não gosta da rotina. "Já fiz muita coisa na vida. Gosto é de variar." Mas o bairro é o mesmo, há 102 anos. "Cresci nesta casa e vou morrer aqui", diz.