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Estado de Minas ESPECIAL BAIRROS | BURITIS

Moradores do Buritis apontam os benefícios do bairro

Entre os atrativos está a diversidade de serviços e comércio


postado em 28/03/2018 14:38

Bráulio Lara com a mulher, Viviane, e os três filhos (André, Bernardo e Cassiano):
Bráulio Lara com a mulher, Viviane, e os três filhos (André, Bernardo e Cassiano): "Os moradores daqui são os filhos da zona sul", diz Bráulio (foto: Violeta Andrada/Encontro)
A história do casal Bráulio Lara e Vivane Abrantes com o Buritis é antiga. Eles se conheceram há 15 anos na faculdade UniBH e foi lá que começaram a namorar. O relacionamento resultou em casamento sete anos depois e na simpatia pelo bairro, onde moram hoje com os três filhos: André, de 6 anos, Bernardo, de 5, e Cassiano, de 1. A família cresceu e levou mais moradores para a região. Os pais de Bráulio, que viviam no Prado, e os de Viviane, no Sion, também fazem parte hoje dos 30 mil habitantes do bairro. "Gostamos muito daqui, não precisamos sair para nada", afirma Bráulio, empresário do setor imobiliário, professor na UniBH e presidente da Associação dos Moradores do Bairro Buritis.

Ele abriu a imobiliária na região há 10 anos, período que viu a valorização dos imóveis dar um salto. O bairro, de classe média, é eclético e tem opções residenciais para bolsos variados. Há apartamentos com preços que vão de 200 mil a 2,5 milhões de reais. "Os moradores daqui são os filhos da zona sul", diz Bráulio, que já está no quarto imóvel no Buritis, um apartamento com vista privilegiada para a Serra do Curral. "Quando as pessoas resolvem se mudar, geralmente fazem a opção dentro do próprio bairro", afirma.

Os recém-casados ainda representam a maioria dos moradores do Buritis, mas a região tem hoje também muitos idosos. Os terrenos disponíveis para venda praticamente não existem mais. "As famílias cresceram e foram sendo criados serviços para atender às demandas. Temos de tudo aqui", diz Braúlio. No total são mais de 500 lojas e serviços, como faculdades, supermercados, médicos, drogarias, escolas, bares, restaurantes, salões de beleza, academias e bancos.

Décio Petersen Cipriano e a mulher, Myriam Boffa, moram há 19 anos na região: ele é arquiteto e foi responsável por projetar metade do bairro(foto: Violeta Andrada/Encontro)
Décio Petersen Cipriano e a mulher, Myriam Boffa, moram há 19 anos na região: ele é arquiteto e foi responsável por projetar metade do bairro (foto: Violeta Andrada/Encontro)
Bráulio trabalha a cinco quarteirões de sua casa. Os picos de trânsito, segundo ele, costumam acontecer no horário de início das aulas na faculdade, por volta das 19h. "O Buritis tem fama de ter trânsito complicado, mas acho isso um mito. Não é muito diferente de outros bairros", diz. Nos fins de semana, a família costuma ir ao Parque Aggeo Pio Sobrinho, um dos maiores de BH, com academia de ginástica a céu aberto, brinquedos, amplo gramado e quadra poliesportiva. "Já fizemos piquenique por lá também", afirma Viviane.

Desde agosto de 2017, a avenida Henrique Badaró Portugal fica fechada aos domingos, das 8h às 13h, e muitos moradores passaram a fazer caminhadas, andar de bicicleta e skate por lá. A prefeitura costuma colocar cama elástica e de bolinha no local, abrindo mais opções de lazer para a garotada. Os três filhos do casal foram batizados na  igreja do bairro, a Santa Clara de Assis.

"Quando viemos morar aqui faltava a igreja, mas agora já tem", afirma a dentista Ana Paula Dantas Amaral Andrade, que mora há sete anos no Buritis com o marido, Adalberto Gomes Andrade, e os filhos, Adalberto Dantas Amaral Andrade, de 9 anos, e Ana Eliza Dantas Amaral Andrade, de 3. Adalberto corre todos os fins de semana na pista da Henrique Badaró. Ana Paula gosta de frequentar com a família as festas promovidas nas ruas, como feira de gastronomia, festa junina e o carnaval.

Na parte de restaurantes, o casal afirma que está bem servido, com variedades como massa, comida japonesa, hamburgueria e espetinhos, sendo que muitos têm espaço para crianças. Ana Eliza e Adalberto estudam no Coleguium e muitos amigos moram na vizinhança. O consultório de Ana Paula fica a um quarteirão e meio da sua casa, sendo que 90% dos seus clientes são do próprio bairro. "Se um dia eu me mudar, vai ser por aqui mesmo. É mais fácil, fico mais perto de casa e da família", diz Ana Paula. Por meio do grupo no Facebook Meu Bairro Buritis, que tem mais de 45 mil integrantes, ela conta que troca ideias com outros moradores sobre eventos, trânsito, serviços e segurança na região. Adalberto é empresário do ramo de comércio exterior e seu escritório é em Lourdes. "Mas estou olhando para mudar para o Buritis", diz. Os maiores problemas do bairro, segundo ele, são o trânsito e a sinalização dos semáforos. "A estrutura é difícil. Na avenida Professor Mário Werneck, por exemplo, é difícil parar o carro nas proximidades dos bares e restaurantes", afirma.

O casal Adalberto Gomes e Ana Paula com os filhos Adalberto e Ana Eliza:
O casal Adalberto Gomes e Ana Paula com os filhos Adalberto e Ana Eliza: "Se um dia eu me mudar, vai ser por aqui mesmo. É mais fácil, fico mais perto de casa e da família", diz Ana Paula (foto: Violeta Andrada/Encontro)
A ideia de que o Buritis é  para recém-casados é desmistificada pelo casal Décio Petersen Cipriano e Myriam Boffa Petersen, que moram há 19 anos lá. Décio é arquiteto especialista em urbanismo e foi responsável por projetar metade do bairro, inclusive o prédio onde mora. Eles acompanharam o aumento progressivo do número de imóveis e lojas na região. "Quando viemos não tinha shopping, supermercado, academia de ginástica, faculdade, praticamente nada", lembra Décio. Eram muitos lotes vagos, hoje praticamente inexistentes. "E muitos prédios tamparam a vista", diz Décio. Seu escritório fica na avenida Raja Gabaglia e ele gasta entre 10 a 20 minutos no trajeto, dependendo do trânsito. Almoça todos os dias em casa. "O problema daqui é que tem poucas vias de entrada e saída."

O casal não reclama de segurança. "Nunca tivemos problemas", diz Myriam. Aos domingos, costumam receber os dois filhos e os quatro netos para almoçar. "Aqui é um bairro alegre, com muitas crianças", afirma Myriam.  "Só não fazemos mais caminhadas porque tem muito morro", afirma o arquiteto. Barulho também não é problema. "Escutamos mais é a divulgação dos vendedores de pamonha e amolador de faca", brinca Décio. A gata Luna é novata na casa, mas já está bem adaptada e corta mensalmente as unhas no pet shop na vizinhança.

A história da psicanalista Patrícia Santiago com o Buritis nasceu depois de ter sido assaltada na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Seus documentos foram encontrados na entrada do bairro. "Vim buscar e acabei conhecendo a região", diz Patrícia. De lá não saiu e é onde mora há 23 anos com o marido, o administrador de empresas Paulo Sérgio Gomide, e  os filhos Lucas, de 25 e Rodrigo, de 22.

Paulo Sérgio Gomide chegou há mais de duas décadas com a mulher, Patrícia no bairro, onde moram com os filhos Lucas e Rodrigo: o contato inicial com o Buritis aconteceu depois de um assalto na região Centro-Sul(foto: Violeta Andrada/Encontro)
Paulo Sérgio Gomide chegou há mais de duas décadas com a mulher, Patrícia no bairro, onde moram com os filhos Lucas e Rodrigo: o contato inicial com o Buritis aconteceu depois de um assalto na região Centro-Sul (foto: Violeta Andrada/Encontro)
"Quando chegamos aqui, era quase um sítio, com vaca, jumentos pelas ruas e muita área verde preservada", diz Paulo Sérgio, que já está no terceiro apartamento no bairro. "Andávamos e só víamos poste de luz e estrelas no alto do morro." O Buritis foi concebido para ter apenas casas, mas a pressão imobiliária levou à construção de prédios de três pavimentos, inicialmente, e em seguida edifícios mais altos. Os dois filhos do casal estudaram no Magnum e hoje fazem faculdade na UniBH, para onde vão a pé. "Nossos amigos de infância estão aqui", diz Lucas, que além de estudar costuma se divertir nos bares e espetinhos da região.

Patrícia também vai caminhando para o seu consultório. "Aqui temos tudo, diversidade de serviços, salão de beleza, restaurante e shopping", diz. Por meio do grupo de WhatsApp Juntos pelo Buritis, que conta com mais de 150 pessoas, a Polícia Militar, a Polícia Civil e os moradores trocam informações sobre a segurança no bairro e redondezas. "Somos os olheiros. Já teve caso de pessoa que foi assaltada e dez minutos depois mostraram fotos no grupo dos bandidos sendo presos", diz Paulo. O trânsito, segundo ele, é o que mais incomoda os moradores. "Aqui não tem muitas vias de acesso, o que dificulta o tráfego. Mas eu fujo do horário de pico", diz. Isso nas poucas vezes que costuma sair do bairro. Desde que passaram pela porta de entrada do Buritis, onde Patrícia encontrou seus documentos roubados, eles não querem mais sair de lá. Um episódio de susto, mas que mudou para melhor a história de vida e moradia da família.

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