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Estado de Minas PET | COMIDA

Pets também podem ter alimentação natural

A prática pode ser uma boa opção para quem busca uma dieta para os bichos livre de conservantes, substâncias sintéticas e compostos tóxicos


postado em 23/04/2018 17:04 / atualizado em 23/04/2018 18:33

O shi-tzu Osorno, de 4 anos, tinha intolerância a ração e por isso teve vários problemas estomacais:
O shi-tzu Osorno, de 4 anos, tinha intolerância a ração e por isso teve vários problemas estomacais: "Foi só mudar a alimentação para a natural que ele não apresentou mais nenhum problema", diz a dona, Mariana Zampier (foto: Ronaldo Dolabella/Encontro)
Em meados de 1800, a estreita relação entre os homens e seus animais de estimação foi reforçada com a criação do primeiro alimento industrializado feito para cães. A invenção veio do eletricista americano James Spratt, que vivia em Londres e observou que muitos animais de rua se alimentavam de migalhas de biscoito. Assim foi criada a Spratt’s Patent Limited, à base de trigo, legumes e carne. Surgia aí a primeira fabricante de ração do mundo. Mas seja pelo custo do produto, seja pelo questionamento dos ingredientes utilizados em sua composição, alguns donos passaram a buscar outras opções de dieta.

Em 1980, o veterinário australiano Ian Billighurst surgiu com uma nova proposta de alimentação, a chamada Dieta BARF ou Comida Crua Biologicamente Apropriada. O objetivo era imitar a dieta natural dos lobos, parentes dos cães. Seus principais ingredientes são ossos carnudos crus, peças como pescoços, asas, dorsos, cabeças de aves, cauda de boi, pescoço de cordeiro ou leitão e partes de coelho. Carnes desossadas, peixes, ovos e vísceras, além de alguns suplementos naturais, também foram adicionados, assim como fontes de minerais, ácidos graxos e vitaminas. Mas algumas restrições foram impostas. Entre elas, o consumo de grãos, legumes ricos em amido e os óleos vegetais, tidos como inadequados para o consumo animal. A BARF foi adotada em países da Oceania e Europa, além do Canadá e Estados Unidos, sendo a precursora da chamada Alimentação Natural (AN).

A alimentação natural já pode ser comprada em algumas empresas de BH, entre elas, a Pet Naturau, da empresária Ana Flávia Diniz: as marmitas pet são vendidas embaladas a vácuo ou congeladas e o custo médio varia entre 15 e 30 reais o quilo(foto: Ronaldo Dolabella/Encontro)
A alimentação natural já pode ser comprada em algumas empresas de BH, entre elas, a Pet Naturau, da empresária Ana Flávia Diniz: as marmitas pet são vendidas embaladas a vácuo ou congeladas e o custo médio varia entre 15 e 30 reais o quilo (foto: Ronaldo Dolabella/Encontro)
Com o passar dos anos surgiram novas dietas, mas sempre ricas em ingredientes frescos e de fácil digestão. O objetivo é maximizar o metabolismo dos animais, abolindo o uso de conservantes, substâncias sintéticas e compostos tóxicos presentes nos alimentos processados. Os principais benefícios observados após a adoção da AN foram gengivas saudáveis, dentes limpos, diminuição das fezes, fortalecimento da imunidade e a prevenção de doenças crônicas. No entanto, não se pode confundir alimentação natural com dar restos de comida aos pets. "A dieta correta é baseada em conhecimentos anatômicos, nutricionais e fisiológicos", explica o veterinário Artur Vasconcelos, do Hospital Veterinário da UFMG. A analista de suprimentos Mariana Zampier já não sabia mais o que fazer para alimentar o shi-tzu Osorno, de 4 anos. A intolerância à ração o levou a ter problemas estomacais como gastrite e vômitos constantes. "Foi só mudar a alimentação para a natural que ele não apresentou mais nenhum problema", diz.

A advogada Cristina Fernandez resistiu um pouco à AN, mas, após idas recorrentes ao veterinário com o sharpei Brutus, de 3 anos, mudou de ideia:
A advogada Cristina Fernandez resistiu um pouco à AN, mas, após idas recorrentes ao veterinário com o sharpei Brutus, de 3 anos, mudou de ideia: "O pelo parou de cair, os vômitos cessaram e até a otite dele melhorou" (foto: Violeta Andrada/Encontro)
A advogada Cristina Fernandez resistiu um pouco à mudança, afinal, manter um cachorro grande com comida fresca não é tarefa fácil. Mas, após idas recorrentes ao veterinário com o sharpei Brutus, de 3 anos, adotou o novo plano nutricional. "O pelo parou de cair, os vômitos cessaram e até a otite dele melhorou", diz. Para facilitar o seu dia a dia, preferiu comprar a AN congelada da Pet Naturau, especializada no segmento. A empresária Ana Flávia Diniz conta que a ideia de fornecer o alimento para fora surgiu da dificuldade que vivenciou em casa. O organismo de sua pastora-alemã Kira, de 2 anos, não produz as enzimas responsáveis pela digestão. "Com isso ela perdia todos os nutrientes nas fezes e também vomitava muito. Os sintomas reduziram consideravelmente", diz. As marmitas pet são vendidas embaladas a vácuo ou congeladas e o preço varia de acordo com a carne utilizada,  entre 15 e 30 reais o quilo.

O site Cachorro Verde é referência no assunto e orienta os proprietários sobre como adotar a melhor alimentação natural para cães e gatos. Segundo sua fundadora, a veterinária Sylvia Angélico, esse tipo de dieta contém ótimos níveis de proteína animal, gorduras saudáveis na medida certa e carboidratos não inflamatórios de baixo índice glicêmico. Mestre em nutrição animal, a veterinária Ludmila Barbi Trindade acrescenta que outro benefício da AN é conter 70% de água em sua composição. "Isso torna a urina mais diluída e previne a formação de cálculos urinários", diz. Ela orienta que a dieta só é segura quando formulada por um nutricionista animal, pois é quem está apto a combinar os ingredientes nas quantidades ideais, de acordo com o perfil de cada indivíduo, e a conferir se todos os nutrientes essenciais estão presentes nos alimentos.

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