
A Colônia Agrícola Afonso Pena, que abastecia de alimentos a novíssima capital mineira, além de muitas chácaras, era também vista por ali. Mas, a partir de 1910, as primeiras moradias começaram a surgir no entorno do lugar chamado de Caixa-D’Água do Cercadinho, atual sede da Copasa. As residências, no entanto, eram bem humildes e conhecidas como cafuas. Elas abrigavam as famílias pobres da cidade, que não tinham condições de viver nas áreas mais valorizadas, como Centro e Funcionários. Mas a cidade começa a crescer. A região, por volta de 1937, ganha sua primeira linha de bonde e, consequentemente, mais moradores. Nos anos 1950, chegaria a vez de os trólebus atender os moradores e visitantes do bairro.

Gege Angelini é um dos entusiastas do bairro. Foi ele quem ajudou a fundar, em 2003, a Amorsanto, a Associação dos Moradores do Bairro Santo Antônio. O comerciante conta que as primeiras reuniões da associação foram realizadas na paróquia Menino de Jesus, na rua Nunes Vieira. Entre as pautas dos encontros, a segurança e o trânsito. A primeira questão foi amenizada com a criação da Rede de Vizinhos Protegidos, em parceria com a Polícia Militar, já a segunda continua sendo importante questão a ser tratada. "O Santo Antônio acabou virando um bairro de passagem. Muitos veículos cortam caminho por aqui", alerta Gege, hoje conselheiro da Amorsanto.

Hélio Antônio da Silva conhece bem essa história. Ele é vice-diretor administrativo da escola, onde começou a trabalhar em 1976, como auxiliar de escritório. "O bairro cresceu praticamente junto com o Marista", diz Hélio, que se lembra da época em que a instituição oferecia um campo de futebol de terra para os alunos. E um dos ilustres estudantes foi o ex-goleiro do Atlético e da seleção João Leite, hoje deputado estadual.
