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Estado de Minas ENCONTRO KIDS | CURSOS

Crianças também podem praticar esportes radicais

Atividades deste tipo são ótimas para tirar os pequeninos da rotina


postado em 23/10/2018 15:42

Lucas e Theo arrasam no skate: autoconfiança e habilidade nas manobras(foto: Violeta Andrada/Encontro)
Lucas e Theo arrasam no skate: autoconfiança e habilidade nas manobras (foto: Violeta Andrada/Encontro)
Ele tem 7 anos, mas já exibe uma autonomia de se admirar. No seu optimist, pequeno veleiro de categoria olímpica desenvolvido para crianças, Vinícius Reher se diverte navegando com segurança pela Lagoa dos Ingleses. Com seu colete salva-vidas bem firme e atento ao movimento do vento, o garotinho desliza na água aproveitando o domingo de sol. Alguns meses de aulas do esporte náutico o ajudaram a desenvolver muito bem a habilidade e agora ele já é capaz de completar sua missão: conduzir seu veleiro até um ponto da lagoa e voltar em segurança. Apesar de a meninada estar mais tecnológica que nunca, práticas que podem aproximá-las da natureza, com grande gasto de energia, estão atraindo de forma crescente os pequenos e levando escolas especializadas a criar programas específicos para eles. Além de trazer ar fresco à rotina, em muitas situações os esportes podem ajudar a família a descobrir um novo hobby.

Vinícius Reher e seu pequeno veleiro:
Vinícius Reher e seu pequeno veleiro: "O que eu mais gosto de fazer é capotar o barco e cair na água" (foto: Samuel Gê/Encontro)
O pequeno velejador Vinicius começou a fazer aulas aos 5 anos. Nessa idade, tanto o veleiro quanto o windsurf podem começar a ser experimentados ludicamente. Aos 7, as aulas exploram a técnica e habilidades específicas com a criançada. "O mais legal desse esporte é capotar o barco e cair na água", diz Vinicius, com uma boa risada. Já para o pai do garoto, o alemão naturalizado brasileiro Christoph Reher, que também gosta de velejar, o esporte desenvolve na criança a capacidade de calcular riscos e tomar decisões, além de fortalecer a responsabilidade com a própria segurança e a concentração. O esporte também promove amizades. Vinicius, por exemplo, costuma levar boas companhias no seu pequeno barco, como Analu de Castro, de 8 anos. A menina gosta do passeio, mas ela própria também já tem seu esporte preferido: o windsurf. "Gosto de sentir o vento soprando e de dar uma caidinha na água", diz a menina. O professor de velas André Maciel explica que o esporte é indicado a partir dos 7 anos porque exige um pouco de força. Apesar da segurança garantida pelos equipamentos, é importante que a garotada esteja matriculada na natação. "O esporte trabalha muito a concentração e o desenvolvimento motor", diz o professor. No Iate Clube Lagoa dos Ingleses funcionam quatro escolas ligadas à Amen (Associação Mineira das Escolas Náuticas). Além das velas, há turmas para crianças no remo olímpico e caiaque, a partir de 10 anos.

Analu de Castro mostra equilíbrio e habilidade no windsurf:
Analu de Castro mostra equilíbrio e habilidade no windsurf: "Gosto de sentir o vento soprando" (foto: Samuel Gê/Encontro)
Experimentar um esporte diferente muitas vezes acontece por curiosidade. Esse foi o caso de André Vargas. Aos 10 anos, durante uma viagem de férias, o menino mergulhou pela primeira vez usando um snorkel. Gostou tanto que acabou convencendo o pai, o médico Welton Rampinelli, a matriculá-lo na escola mineira de mergulho Mar a Mar. Os dois fizeram aulas juntos e agora estão conhecendo o oceano. Como a lei do esporte proíbe a prática solitária, André e Welton são companheiros até debaixo d’água. Eles já mergulharam no estado do Rio de Janeiro e em Fernando de Noronha. Preparam-se para conhecer Abrolhos e planejam visitar um naufrágio em Guarapari. "O peixe mais bonito que já vi é pequeno, colorido de azul e roxo", lembra André. O plano agora é esperar a caçula completar 10 anos de idade para que ela e a mãe também se juntem ao grupo. Projeto para 2020.

André e seu pai, o médico Welton Rampinelli, mergulham juntos em Fernando de Noronha: companheiros até debaixo d%u2019água(foto: Arquivo pessoal)
André e seu pai, o médico Welton Rampinelli, mergulham juntos em Fernando de Noronha: companheiros até debaixo d%u2019água (foto: Arquivo pessoal)
A prática de esportes de aventura também ajuda a criança a adquirir confiança, trabalhar certas inseguranças e apurar a coordenação motora fina. Sem contar aquela sensação boa quando se consegue atingir o objetivo em um desafio pessoal. É o caso da escalada. "Escalar me ajudou a perder o medo de altura e a confiar nos amigos", diz Giulia Ouriques, de 8 anos. Terceira geração de uma família de escaladores, inspiração é o que não falta para ela. Durante a semana ela treina na academia de escalada de sua família, na Savassi, mas também já experimenta o esporte ao ar livre. "A partir de 5 anos a criança já pode fazer aulas", explica a mãe, Anne Ouriques, proprietária da Rokaz, onde treinam atletas como Laura Farhat Timo, de 11 anos, campeã brasileira na categoria infantil. Ela começou no esporte como uma brincadeira, aos 8 anos, mas logo o talento falou mais alto. "Escalar é o esporte que mais gosto", diz a atleta mirim. Seu pai, Gustavo Timo, considera que as crianças vivem uma superexposição à tecnologia e que a única forma de trazer equilíbrio a essa relação é com o esporte, seja ele qual for. "O único antídoto é a atividade física."

A campeã do esporte Laura Farhat Timo e Giulia Ouriques treinam e se divertem na parede de escalada: prática indoor ou na natureza(foto: Violeta Andrada/Encontro)
A campeã do esporte Laura Farhat Timo e Giulia Ouriques treinam e se divertem na parede de escalada: prática indoor ou na natureza (foto: Violeta Andrada/Encontro)
E quanto mais cedo a meninada começar a experimentar algum esporte, melhor. Essa é a ideia dos educadores físicos Bruna Carneiro e Thiago Abreu, pais de Lucas, de 6 anos, e Theo, de 5. Segundo eles, as crianças até os 7 anos devem experimentar de tudo. A partir dessa idade já podem seguir modalidades determinadas. "É incrível como hoje alguns adolescentes não sabem correr ou pular corda", diz Thiago. "Nosso corpo foi feito para o movimento." Lucas e Theo são ferinhas no skate. Na pista, eles demonstram autoconfiança e habilidade nas manobras. Os benefícios dos esportes são muitos, mas o melhor quem define é Theo: "Por que eu gosto tanto de andar de skate? Porque é muuuuito divertido."

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