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Estado de Minas CIDADE | SOLIDARIEDADE

Parceria entre Epa e Hospital da Baleia é um sucesso

Em dois anos de campanha, os clientes do supermercado se transformaram nos maiores doadores do centro médico, que é referência no tratamento do câncer infantil


postado em 19/10/2018 14:16 / atualizado em 19/10/2018 15:09

O diretor de marketing do EPA, Roberto Gosende, e a diretora do hospital, Tereza Guimarães Paes, com as crianças Sophia Campos Braga e Giovanna Batista Miranda: custo médio da diária de um leito do CTI infantil é de 2.649 reais(foto: Uarlen Valério/Encontro)
O diretor de marketing do EPA, Roberto Gosende, e a diretora do hospital, Tereza Guimarães Paes, com as crianças Sophia Campos Braga e Giovanna Batista Miranda: custo médio da diária de um leito do CTI infantil é de 2.649 reais (foto: Uarlen Valério/Encontro)
No primeiro semestre de 2016, o Hospital da Baleia, no bairro Saudade, região Leste da capital, vivia mais um drama em sua história. A instituição, que é filantrópica, necessitava de ajuda dos governos federal, estadual e municipal para sobreviver, já que 85% dos atendimentos são realizados por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O problema é que, devido à crise, os repasses começaram a atrasar. O Baleia acendeu o alerta. Os gestores da instituição, então, tiveram de ser mais incisivos na busca por doações. Procuraram a rede de Supermercados EPA, que aceitou o desafio e começou a trabalhar para tirar o hospital do sufoco. A primeira tarefa foi passada ao departamento de Tecnologia da Informação (TI) da empresa: criar um sistema prático e seguro para receber as doações dos clientes de pelo menos 96 lojas de BH e região metropolitana. Ao pagar as compras, o público poderia doar parte de seu troco, usando, inclusive, cartões de crédito e débito. Deu certo. Hoje, dois anos depois de iniciada a ação, Epa e Baleia comemoram mais de 10 milhões de reais angariados. O supermercado EPA, com ajuda dos clientes, tornou-se o maior arrecadador do Hospital da Baleia.

"Entramos de cabeça na campanha", diz Roberto Gosende, diretor de marketing da rede, que revela outra ação que teria contribuído para que os clientes se solidarizassem com a causa: os operadores de caixa visitaram o hospital e puderam conhecer as necessidades e a urgência em amenizar suas carências.

E não pense que a arrecadação é restrita apenas aos centavos. Certa vez, um cliente procurou uma das lojas da rede para doar 500 mil reais, que teria ganhado em uma ação. Diante do valor inusitado, o doador teve de ir até o hospital para oficializar a ajuda. "Somos meros intermediários entre os clientes que desejam fazer o bem e o Hospital da Baleia, que precisa de ajuda", diz Roberto Gosende. "Além disso, toda doação é auditada e os clientes recebem cupons, não fiscais, como comprovante dessas doações." Devido ao sucesso da campanha, a rede de supermercado levou a ideia para o Espírito Santo. Lá, da mesma forma, os clientes podem ajudar o Hospital Santa Rita, localizado em Vitória. Em breve, clientes da rede em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri (MG), também poderão realizar doações.

Cerca de 100 mil atendimentos, além de 4 mil cirurgias e 3 mil sessões de quimioterapia, foram possíveis graças à arrecadação. "O custo médio da diária de um leito do CTI infantil é de 2.649 reais e a remuneração do SUS é de apenas 478,72 reais", diz a diretora-presidente do hospital, Tereza Guimarães Paes. A  ajuda dos clientes do EPA diminuiu o prejuízo no serviço de pediatria, que era de 500 mil reais e agora está em torno de 190 mil reais.

O prazo da campanha, segundo a diretoria do EPA, é indeterminado. "Entramos em um compromisso sério e sem volta. A necessidade dessas crianças é muito grande", afirma Roberto. O desafio, agora, de acordo com Iramacy Prata, gerente de marketing do EPA, é manter a solidariedade entre os clientes. "Você não precisa sair da sua rotina para doar", diz ela. Não custa muito ajudar o Baleia.

Período da campanha: julho de 2016 a julho de 2018

R$ 10 milhões arrecadados, o que possibilitou:

  • 100 mil atendimentos

  • 4 mil cirurgias

  • 3 mil sessões de quimioterapia

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