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Estado de Minas MINEIROS DE 2018

Hallison Moreira e Alexandre Poni

Os sócios do Verdemar fizeram de sua rede um fenômeno de vendas e um modelo a ser copiado. Já são cortejados por outras praças. Por enquanto, escolheram a Bahia, mas para inaugurar um hotel-butique


postado em 02/01/2019 14:39 / atualizado em 02/01/2019 17:02

Hallison Moreira e Alexandre Poni: seis novas lojas nos últimos dois anos sem perder o
Hallison Moreira e Alexandre Poni: seis novas lojas nos últimos dois anos sem perder o "padrão Verdemar" (foto: Alexandre Rezende/Encontro)
Para entender as razões do sucesso do Verdemar, não é preciso ir longe. Basta conhecer o perfil de seus sócios, Alexandre Poni e Hallison Moreira. Os dois são, a um só tempo, bastante diferentes, mas complementares. Halisson é um sujeito leve, bem-humorado, sempre de bem com a vida e voltado para o negócio. Cuida dos funcionários e do financeiro. Tranquilo, gosta de uma boa prosa.

Alexandre, por sua vez, é mais  fechado, sério, focado e competitivo (não gosta de perder nem partida de tênis, seu esporte favorito). É ele quem faz o sino tocar: cuida pessoalmente das lojas e dos clientes. Apaixonado por gastronomia, herança da mãe, dona Didi, viaja para escolher os produtos de importação própria. Agitado, está sempre correndo, mas nunca tira o olho da loja.

Os dois são detalhistas. Alexandre, no entanto, chega a ser obcecado pela perfeição: tudo tem de estar bonito, organizado e em seu devido lugar. As lojas do Verdemar, claro, refletem a personalidade de seus fundadores. Produtos impecáveis e exclusivos; padaria e confeitaria com mais de 1 mil itens de fabricação própria; e atendimento surpreendente. Fazer compra numa loja da rede é mais do que simplesmente ir ao supermercado. Tornou-se, para muitos belo-horizontinos, quase um passeio. Lojas bonitas e de bom gosto, afinal, atraem gente bonita – e de bom gosto!

A grande dificuldade desse modelo de negócio, tão peculiar no jeito, está justamente em conseguir dar escala. Como fazer com que o pão de queijo, o brioche e os pães especiais cheguem com a mesma qualidade a lojas dos bairros Serra e Castelo, por exemplo? Exatamente por conseguir essa façanha é que o Verdemar tem registrado números ascendentes. Crise? Não passou por ali. Nos últimos dois anos, abriram seis lojas. A mais recente, em outubro, no bairro Luxemburgo, no Woods Shopping, com investimento de 12 milhões de reais. Em 2019, será a vez do bairro Cidade Nova, e a rede chegará a 15 pontos. Em seguida, deve ser a de Nova Lima, ao lado da entrada do condomínio Village Terrasse.

O sucesso do Verdemar é tão evidente que outras redes supermercadistas tentaram copiar seu modelo, mas nem de perto alcançam o desempenho da marca. O grupo Multiplan, dono dos shoppings DiamondMall e do Pátio Savassi, onde o Verdemar tem lojas, tentou convencer os dois mineiros a expandir suas operações para outras capitais. A conversa chegou a avançar para Brasília, no Park Shopping. Mas os empresários dediram que não estava na hora – pelo menos por enquanto. O interesse do Multiplan é fácil entender: além das ótimas vendas das lojas, a presença do Verdemar aumentou significativamente o fluxo de gente nos shoppings. "Não queremos crescer de qualquer jeito", diz Alexandre. "O nosso desafio é expandir sem perder o padrão de qualidade, sobretudo nos  processos artesanais."

Para além do Verdemar, os dois sócios acabam de inaugurar o hotel-butique Kûara (sol, em tupi), na praia de Pitinga, em Arraial d’Ajuda, Bahia. "Um grupo de amigos queria construir uma casa", diz Hallison. "Acabou virando um hotel." São sete sócios. Mas é a dupla (maior acionista) quem toca o negócio de 50 apartamentos; piscina com borda infinita e vista para o mar; e quadra de tênis. "Temos de lidar com a distância e formar equipe capaz de encantar, como no Verdemar", diz Alexandre.

Quem já conheceu o hotel, assinado pelo arquiteto David Guerra e tipo "pé na areia", garante que o empreendimento impressiona pelos detalhes. O que não chega a ser surpresa. Por trás dele estão, afinal, duas personalidades perfeccionistas, obcecadas e que, agora, parecem enxergar para além-mar. Brasília que se cuide!

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