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Estado de Minas MINEIROS DE 2018

João Vitor Menin

2018 ficará grifado na história do Inter. Abriu o capital, levantou 722 milhões de reais e comemorou o marco de 1 milhão de clientes. Já é o maior banco digital do Brasil - e tem novidades


postado em 02/01/2019 13:52 / atualizado em 02/01/2019 16:49

João Vitor Menin, na sede do Banco Inter, na Cidade Jardim:
João Vitor Menin, na sede do Banco Inter, na Cidade Jardim: "No Brasil, as coisas são difíceis. Além de determinação, é preciso muito amor e paixão para superar os entraves" (foto: Alexandre Rezende/Encontro)
Ponha-se no lugar de João Vitor Menin. Quando nasceu, em 1982, seu pai, Rubens Menin, já era dono de uma construtora que prometia, a MRV, fundada em 1979. João Vitor foi crescendo e a MRV, idem. Quando completou 18 anos, a empresa já tinha evidência no mercado nacional. Decidiu, portanto, cursar engenharia. Quando se formou, em 2005, a MRV já era um colosso de empresa e referência na chamada habitação popular.

Nada mais natural do que ver João Vitor se envolvendo com a MRV. E ele até que iniciou sua trajetória profissional por lá, como estagiário, em 2002. Mas logo conheceu um outro negócio da família, ainda incipente: a financeira Intermedium. Em 2004, decidiu sair da MRV, da zona de conforto e da zona sul da cidade, para trabalhar no centro e no mercado financeiro. À época, a Intermedium era uma companhia pequena, dedicada a emprestar dinheiro para quem buscava financiar imóveis, em BH. "Foi uma decisão minha", diz.

Começou como estagiário, passou pelas áreas comercial, de investimentos e controladoria até se tornar diretor, em 2008, quando a financeira virou banco. Logo percebeu que a vida de banco pequeno não era fácil. Era preciso crescer. João Vitor conhece algumas plataformas digitais nos EUA e lança a conta virtual Intermedium. Em 2015, aos 33 anos, assume a presidência da companhia e uma verdadeira revolução digital começa a operar. Rebatizado de banco Inter, em 2017, o vento, novamente, sopra a favor.

No começo de 2018, abriu o capital na bolsa de valores brasileira e levantou 722 milhões de reais. Dinheiro que permitiu investimentos em inovação e possibilitou que o negócio desse novos saltos - em poucos meses. Em setembro - bem antes do previsto -, João Vitor e sua equipe festejaram mais um marco: a chegada do cliente de número 1 milhão. E o Inter se consagrava como o maior banco digital do país. O evento, na sede da empresa no Cidade Jardim, teve direito a contagem regressiva, chuva de papel picado e muitos abraços entre os colaboradores. Bem ao estilo efusivo das empresas de tecnologia.

Pioneiro entre os bancos digitais do Brasil, o Inter deve fechar o ano com números de impressionar e quase 1,5 milhão de clientes (o banco não confirma o dado, por se tratar de companhia de capital aberto). A empresa também acaba de lançar dois novos aplicativos, absolutamente inéditos e inovadores. O primeiro: um home broker que permite aos clientes aplicar na bolsa de valores de forma 100% digital e gratuita.  Trata-se, na prática, de corretora de valores digital que não cobra nem taxa de custódia nem de corretagem. O segundo: a contratação de previdência privada diretamente pelo aplicativo e, claro, sem custos administrativos.

Hoje, 70% dos correntistas têm entre 20 e 36 anos e renda média de 4 mil reais. Cerca de 60% são clientes que trocaram os bancos tradicionais pela experiência digital. O sucesso, segundo João Vitor, pode ser explicado por três razões: o modelo digital (o percentual de brasileiros que utilizam smartphones saltou de 29% em 2014 para 70% em 2017), a plataforma completa de serviços que o banco oferece e, principalmente, a conta totalmente gratuita, sem pegadinhas.

Os planos são audaciosos e a próxima fronteira a ser vencida pode ser a América Latina. João Vitor tem certo, no entanto, que para continuar alcançando resultados expressivos é preciso apostar alto e correr riscos, exatamente como fez, anos atrás, seu pai, Rubens. "No Brasil, as coisas são difíceis", diz. "Além de determinação, é preciso muito amor e paixão para superar os entraves."

Sempre bem-humorado e sereno, João Vitor não usa gravata e chama a atenção pelo jeito simples de ser e de tratar. Casado há 10 anos com a médica Daniela Salles, é pai de Bárbara, de 6 anos; Eduarda, de 5; e do caçulinha João Vitor, de 3.

Pratica tênis e golfe. Mas curte mesmo, além do time do coração, o Atlético Mineiro, os momentos com os amigos (reserva as sextas-feiras para almoçar entre eles) e as reuniões familiares (quase todos os fins de semana). Bem a exemplo do que sempre fez seu pai. Afinal, filho de peixe...

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