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Estado de Minas UNIVERSO FEMININO

Tudo sobre a saúde da mulher

De A a Z, confira alguns dos problemas que mais afetam o organismo feminino


postado em 07/06/2019 14:43 / atualizado em 07/06/2019 17:07

(foto: Pixabay)
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A - Alimentação

Frutas, grãos, farinhas integrais. Os alimentos naturais são essenciais para manter a boa saúde, mas você sabia que eles também têm outras funções importantes? Podem ajudar no controle de sensações como estresse e ansiedade, apontados como males da vida moderna. O maracujá e a camomila, por exemplo, são calmantes naturais. "A banana e o farelo de aveia são fontes de vitamina B6, que está associada à síntese de serotonina (hormônio do prazer) e de magnésio, um mineral importante para o relaxamento", explica a nutricionista Alessandra Feltre. Ela diz que é possível beneficiar-se dos alimentos para ter dias mais calmos. Por conter betasitosterol, substância que modula o cortisol (hormônio do estresse), o abacate é um aliado. O cacau presente nos chocolates amargos também é um precursor de seratonina, aumentando a sensação de bem-estar. ara as mulheres que enfrentam a montanha russa dos hormônios, Alessandra cita alguns alimentos de ouro que ajudam bastante na atividade hormonal e garantem energia extra, como geleia real, aveia, inhame, grãos, a exemplo do feijão-azuki; e sementes, como de linhaça, de gergelim e de abóbora. A melhor notícia é que a maioria desses alimentos são velhos conhecidos e podem ser encontrados na feira mais próxima de casa.

B - Boa forma

O mundo vive o exagero dos extremos. Ao mesmo tempo que parte do planeta enfrenta a fome, outro luta contra o sobrepeso e a obesidade. Manter a boa forma significa buscar um equilíbrio "que traz saúde", explica a médica endocrinologista Adriana Camarano, especialista pelo Hospital das Clínicas da UFMG. Essa busca que começa na infância deve seguir pela idade adulta. Se o baixo peso pode levar a deficiências nutricionais e de resistência, o contrário pode levar a complicações cardiovasculares, diabetes, hipertensão e afetar o fígado. Uma boa medida para saber o momento de procurar a ajuda de um profissional é a da circunferência abdominal. "Acima de 88 centímetros as mulheres devem ficar atentas", observa a médica. Outro personagem importante nessa matemática é o IMC (Índice de Massa Corporal). A conta é simples, o peso dividido pela altura ao quadrado deve variar entre 20 e 24,9. "Não existe um peso ideal para todos e, sim, uma margem ampla, individual para cada um." Nos últimos 30 anos, o sobrepeso cresceu duas vezes entre o público feminino - no mundo, já são 1 bilhão de pessoas com excesso na balança. Questões comportamentais, ligados ao modelo da alimentação e ao sedentarismo, dominam as causas desse desequilíbrio. Para quem luta contra as medidas, para mais ou para menos, é importante procurar ajuda. "Só o médico é capaz de  avaliar quando há doenças associadas ao peso e tratar estratégias para combatê-las", diz Adriana.

C - Câncer de mama

(foto: Pixabay)
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Não existe um único fator. São várias as causas que fazem crescer a incidência do câncer de mama: o estilo de vida contemporâneo, com o crescimento do consumo de alimentos industrializados; a maternidade que chega mais tarde ou mesmo a decisão de não ter filhos; a genética de cada mulher; e até a poluição das grandes cidades. "Todos esses fatores influenciam na incidência do câncer de mama", explica o médico Henrique Salvador, coordenador do serviço de mastologia do Hospital Mater Dei. Como a maioria dos casos da doença acontece em pacientes que não apresentam fatores de risco relevantes, a prevenção é essencial para todas as mulheres. A prática de atividade física regular, dieta balanceada e a mamografia, a partir dos 40 anos, além da consulta anual com um mastologista é o melhor caminho para o diagnóstico precoce. As boas notícias também chegam com o avanço das pesquisas. "A medicina está conhecendo mais profundamente o câncer de mama, a agressividade do tumor e a capacidade de defesa da mulher", diz Henrique. E os indesejáveis efeitos colaterais dos tratamentos estão se tornando menores, com a maior eficácia dos medicamentos.

D - Depressão pós-parto

Existe diferença entre o choro fácil, uma irritabilidade passageira após o nascimento do bebê, e a depressão. Os sintomas conhecido como "blues" do pós-parto desaparecem geralmente em 15 dias. Já a tristeza constante, desânimo, alterações no sono, a perda de interesse pelo cotidiano e pensamentos sombrios que perduram podem ser um forte indício da depressão, doença que atinge 15% das mulheres e pode aparecer após o nascimento da criança, mas também durante a gestação. "Muitas vezes as mulheres escondem os seus sentimentos com medo de serem vistas como uma mãe má, já que culturalmente esse é considerado um momento feliz", alerta o psiquiatra Humberto Correa, presidente da Sociedade Mineira de Psiquiatria. Os fatores que levam à depressão são muitos: desde histórico familiar, até relações conjugais conflituosas e dificuldade econômica. O tratamento deve acontecer o mais precocemente possível, mesmo durante a gestação, já que existem medicamentos seguros para o bebê. "A falta de tratamento tem efeitos de longo prazo no comportamento da criança. É com a mãe que ela aprende a reconhecer a expressão das emoções", diz Humberto. O papel 
dos familiares e amigos é essencial para incentivar a busca por ajuda. Depressão pós-parto tem cura.

E - Estresse: doenças do coração

A maternidade é um momento muito especial para o coração. Em todos os sentidos. Durante a gestação pode ocorrer a hipertensão, um sinal importante de que algo não vai bem. Quando o descontrole da pressão arterial ocorre, mesmo que os sintomas melhorem no pós-parto, os riscos de infarto para a mulher dobram e a incidência da insuficiência cardíaca pode crescer em até quatro vezes, em função do quadro desenvolvido durante a gravidez. As doenças hipertensivas relacionadas à gestação estão entre as principais causas de morte materna e por isso devem ser acompanhadas de perto, principalmente de modo preventivo, explica a coordenadora do serviço de cardiologia da mulher da Rede Mater Dei de Saúde, Patrícia Marcatti. Alguns fatores fazem os riscos crescerem, como quadros prévios de hipertensão, gravidez tardia e sobrepeso. "Alimentação saudável e atividade física, evitando a obesidade na gestação, ajudam na prevenção", diz Patrícia. O planejamento do pré-natal também é essencial, já que algumas medidas, a exemplo do uso de medicação no segundo trimestre da gravidez, podem evitar complicações futuras. Mãe, bebê, coração e cuidados devem andar sempre juntos.

F - Fertilidade

(foto: Pixabay)
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"Penso em ter filhos, mas antes quero conciliar questões relacionadas à minha carreira e também à família." Essa frase não é incomum. Faz parte do pensamento de muitas mulheres e das estatísticas que apontam para um adiamento da maternidade. A boa notícia é que a ciência pode ajudar. "As mulheres devem pensar em congelar seus óvulos", alerta Marcos Sampaio, diretor da clínica Origen, especializada em medicina reprodutiva. Segundo ele, não são apenas a carreira e as especializações as responsáveis por deixar para depois o sonho da maternidade. O segundo casamento também é uma realidade cada vez mais frequente. "Muitas vezes as mulheres querem ter um filho de um segundo matrimônio, mas, aos 40 anos, a taxa de gravidez sofre um declínio importante." A queda da fertilidade começa a se acentuar a partir dos 35 anos. Nessa idade, ela é de aproximadamente 20%. Aos 40, chega a 4%. "O ideal é que o congelamento dos óvulos ocorra até os 35 anos, mas o procedimento pode ser feito um pouco depois dessa idade." A prática é uma alternativa para o envelhecimento ovariano, já que permite que a mulher mais velha tenha uma gestação com óvulos mais jovens.

G - Geriatria

Um plano para envelhecer bem, com saúde e disposição, pode começar com uma consulta ao geriatra. Esse clínico especializado no envelhecimento é capaz de fazer avaliação muito ampla da saúde, incluindo além do check-up habitual, um olhar sob outros aspectos. "Nós prestamos atenção ao humor, estado nutricional, força, aspectos psicossociais e declínios cognitivos", afirma o geriatra João Carlos Barbosa Machado, professor de geriatria da Faculdade de Ciências Médicas e coordenador do Serviço de Geriatria do Hospital Mater Dei. Segundo ele, existem doenças específicas do envelhecimento que o geriatra é capaz de abordar com precisão, incluindo tratamentos para cada faixa etária, abordando também a reabilitação. O geriatra é o clínico que vai se preocupar com a adequação alimentar, necessária com o passar dos anos, as imunizações e os exames para diagnósticos e prevenção. Sempre olhando o paciente de forma completa. "Quanto mais cedo esses cuidados se iniciam, mais chances de um envelhecimento saudável, com autonomia e bem-estar", diz João Carlos. A expectativa de vida em 2018 avançou em 22 anos, em comparação com a década de 1960. O país está envelhecendo rápido e por isso muitas vezes os brasileiros procuram ajuda tardiamente. "Quanto mais velha uma população, mais complexidade ela tem." Viver mais significa ter mais cuidados com a saúde. Para o especialista, uma boa idade para fazer sua primeira consulta ao geriatra é entre os 55 e 60 anos.

H - HPV e outras doenças infecciosas

A prevenção está em baixa e as doenças infectocontagiosas, em alta. A antiga sífilis e o próprio HIV voltam a crescer, atingindo também a população mais jovem, como os adolescentes. Adelino Melo Freire, médico infectologista do Hospital Felício Rocho, aponta que o crescimento das infecções está diretamente ligado ao sexo sem prevenção. A sífilis, por exemplo, é uma doença silenciosa e a pessoa pode infectar-se muitas vezes ao longo da vida. Ela pode trazer riscos à saúde das mulheres, principalmente na gravidez. "Todos que praticam sexo sem prevenção deveriam fazer o teste para as doenças sexualmente transmissíveis (como sífilis, HIV, hepatite B) ", alerta o especialista. A vacinação é outro ponto importante na prevenção e não deve ser negligenciada. A imunização utilizada no Brasil contra o HPV, por exemplo, tem grau de proteção de 70%, explica o médico, mas já circula no mundo modelo com eficácia superior a 90%. A dose deve ser tomada ainda na infância. Como o HPV está relacionado ao câncer do colo de útero, a imunização é a forma mais eficaz de proteção. "Essa é vacina que protege não só contra o vírus, mas contra o câncer." Apesar da queda na resposta imunológica com o passar dos anos, adultos também podem vacinar-se.

I - Implantes de silicone

(foto: Pixabay)
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O tempo parece ter dado a eles lugar garantido no corpo feminino. Estimativas do setor apontam que quase um quarto das mulheres brasileiras já se renderam à prótese de silicone - e 80% das cirurgias têm alguma motivação estética. O cirurgião plástico Sebastião Nelson Guerra, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, explica que o silicone é seguro, inclusive para adolescentes: "Não há evidência científica de que o silicone interfira no crescimento da mama." Desde que Sebastião Nelson fez as primeiras cirurgias, há quatro décadas, a preferência das mulheres pela prótese vem se modificando. "Hoje, elas preferem os seios fartos e com mais volume." Até os anos 1980 a maior prevalência era das próteses com 60 centímetros cúbicos. Hoje, o design das próteses tornou-se mais cônico e o tamanho predominante é superior a 300 centímetros cúbicos. A prótese com volumes muito além desse limite pode ficar desconfortável, observa o médico. "No que diz respeito ao volume, considero que as mulheres chegaram ao ponto que queriam." Para Sebastião Nelson, não há uma idade certa para colocar a prótese de silicone: "O dia certo é o dia que a mulher sentir esse desejo."

J - Joanetes

Ele incomoda bastante, principalmente quando o sapato é apertado, atinge em sua maioria as mulheres e está entre as principais queixas que chegam aos consultórios quando o assunto são dores nos preciosos pés. É o joanete, uma saliência óssea na articulação da base do primeiro metatarso (osso dos pés), que leva o dedão a sofrer um desvio lateral em direção ao segundo dedo. A hereditariedade é uma de suas causas mais importantes, explica Roberto Zampelli, ortopedista especializado em cirurgias dos pés e tornozelos, coordenador da equipe de ortopedia do Hospital Mater Dei. Geralmente, o tratamento envolve uma adequação do calçado para acomodar os pés de forma que o atrito com o joanete seja minimizado. E é bom saber: o salto alto não causa o incômodo, mas pode piorá-lo. O tratamento pode ser cirúrgico com técnica minimamente invasiva. Cada quadro, no entanto, deve ser avaliado individualmente. "O especialista definirá a gravidade e qual intervenção específica deve ser feita", explica Zambelli. Existem mais de 130 tipos de cirurgias, que estão em franca evolução.

L - Labioplastia

As cirurgias íntimas ainda são tabu, mas as novas técnicas estão trazendo uma espécie de libertação para as mulheres, que por muito tempo não tinham ou não sabiam a quem recorrer. "Ter o pequeno lábio com hipertrofia, por exemplo, pode provocar dores durante a relação sexual e desconforto até mesmo com o uso de roupas mais justas", diz a cirurgiã plástica Raquel Virgínia Gomes. A questão pode causar, também, outros problemas, como a infecção urinária, além de afetar a autoestima feminina. Apesar do desconforto que sentem e da evolução das técnicas de tratamento, muitas mulheres ainda não sabem onde buscar ajuda, lembra a cirurgiã, que decidiu especializar-se na área devido ao grande número de pacientes que lhe pediam ajuda. Além das causas genéticas, a região íntima pode sofrer alterações no pós-parto e em decorrência do envelhecimento. A cirurgia para os pequenos lábios é feita com anestesia local, explica a cirurgiã, e a alta pode ocorrer no mesmo dia do procedimento. Já o tratamento com laser auxilia na redução da flacidez dos grandes lábios, além de tratar e renovar a pele.

M - Menopausa

(foto: Pixabay)
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A menopausa é um fenômeno natural na vida de todas as mulheres, mas não é fácil para uma boa parte delas. Em alguns dias, o humor pode transformar-se em uma montanha russa. Há as ondas de calor, os desconfortos do sono e o ganho de peso, que também são sintomas dessa fase. A médica ginecologista e obstetra da Rede Mater Dei de Saúde Maria Norma Salvador Ligório explica que o início da menopausa é marcado pela última menstruação, mas existe um período de transição, que geralmente ocorre entre 45 e 50 anos. "Os tratamentos para aliviar os sintomas são muitos e devem ser avaliados individualmente", diz a especialista. A reposição hormonal, o uso de antidepressivos para aliviar os sintomas emocionais, o uso de fitoterápicos, a acupuntura e até técnicas de relaxamento podem ajudar. Maria Norma explica que, para lidar bem com a mudança hormonal, uma grande aliada é a atividade física diária, com a duração de pelo menos 30 minutos, e alimentação saudável. "Esse é um período de mudanças e é importante a mulher observar-se, passar a ter atenção e cuidados com ela mesma."

N - Nariz / Rinoplastia

As redes sociais fizeram crescer a preocupação com a aparência, principalmente do rosto. As populares selfies podem provocar distorções e aumentar em até 25% o volume do nariz. Ficar "bem na foto" tem sido um incentivo para muitas buscarem a correção plástica. "E não foi só a procura pela cirurgia que cresceu, mas a exigência com os resultados também", diz o otorrino, especialista em rinoplastia, Renato Sousa. As técnicas evoluíram em busca de um rosto cada vez mais natural, sem o estigma do nariz operado, visto em procedimentos do passado. Renato explica que a cirurgia é feita com cortes mínimos, o que torna o pós-operatório tranquilo para o paciente e, o mais importante, sem dor, com o uso de um curativo simples por três semanas. Os pedidos mais frequentes de quem se submete à rinoplastia incluem reduzir o dorso nasal, estreitar o osso ou refinar a ponta. "É o que deixa o rosto mais harmônico." Como é feita atualmente, a cirurgia, afirma Renato, ganhou longevidade, porque existe a preocupação de garantir a estrutura, feita com o uso de enxertos. O especialista ressalta que muitas vezes o resultado procurado é estético, mas há também o ganho funcional. "A respiração dos pacientes geralmente melhora, já que existe a preocupação em corrigir obstruções e desvios." Um nariz bonito precisa respirar bem.

O - Olheiras

Um olhar radiante, sem olheiras ou ares de cansaço, pode começar com alguns cuidados simples: evitar o sol e manter a pele limpa e bem hidratada, usando produtos próprios para a região dos olhos. Eliane Lamounier, médica oftalmologista com especialização e doutorado em cirurgia plástica ocular, chama a atenção para uma informação importante, que muitos desconhecem: o filtro solar usado na área dos olhos deve ser específico para essa região. Quando não for possível, uma opção pode ser usar o filtro infantil, para bebês ou recém-nascidos. A médica aprova os cuidados com a pele e a beleza, que fazem bem à autoestima, mas alerta para o risco que maquiagens, ou até mesmo cílios postiços, podem trazer para os olhos. "Os produtos devem ser sempre de boa qualidade, seguidos de uma higienização cuidadosa da pele após o uso." A médica não recomenda maquiagens definitivas (tatuagens) nas pálpebras, já que podem agredir a região com riscos de complicações oculares.  Especialista na blefaroplastia, cirurgia plástica que corrige o excesso de pele nas pálpebras e também as bolsas de gordura embaixo dos olhos, Eliane Lamounier explica que a anestesia é local e o procedimento feito em hospital-dia. "No caso das bolsas inferiores, a cirurgia é praticamente sem cortes."

P - Pele sem manchas / Melasma

(foto: Pixabay)
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A radiação ultravioleta, os hormônios femininos produzidos durante a gravidez e o uso de anticoncepcionais podem levar ao aparecimento do melasma, manchas de cor escura na pele do rosto. "Antes de mais nada, é importante saber que a alteração do pigmento da pele é um caso crônico, mas pode ser controlado, tem tratamento eficaz", diz a médica dermatologista Amanda Gomes Dell’Horto, da Clínica da Pele. Segundo a especialista, faz parte da rotina de quem desenvolve o melasma o uso contínuo de cremes específicos, como produtos à base de ácido retinóico, ácido cítrico e ácido glicólico, definidos de acordo com cada paciente. Além disso, o melasma pode ser tratado com peelings químicos, laser spectra e a técnica do microagulhamento. "Os tratamentos renovam e clareiam a pele", diz Amanda. As manchas escurecidas no rosto podem ter efeitos psicológicos, diminuindo a autoestima e a confiança feminina. Para cada 50 mulheres, um homem desenvolve a doença. Disciplina, cuidados diários e persistência é um caminho bem-sucedido no controle do melasma.

Q - Queda de cabelo

O estresse, a ansiedade e as preocupações são situações do dia a dia que podem fazer cair os cabelos. Dietas agressivas, muitas vezes seguindo a moda da vez, cirurgias, o pós-parto, o uso de medicamentos e desequilíbrios hormonais também estão na lista. Mas, como saber se a queda dos fios se acentuou fora do padrão considerado normal? 
Para a médica dermatologista da Clínica Regis, Isabella Vieira Gomide, titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o principal indício é quando os fios começam a ser encontrados em maior quantidade pela casa, nas roupas ou no ralo do box após o banho. Já a calvície, que também deixa a sensação de menos volume, não é percebida pela queda, mas pelo afinamento dos fios. Nas duas situações o especialista deve ser procurado. "O primeiro passo é identificar a origem do problema", explica Isabella. Entre os tratamentos, existe o uso do laser, complexos vitamínicos por via oral e tópicos, além de injeções no couro cabeludo. Os resultados começam a ser percebidos a curto prazo, com aparecimento de novos fios e também com o aumento da espessura do cabelo. Os cuidados com a rotina e disciplina no uso dos medicamentos indicados para a terapia capilar são decisivos para os resultados. E a perda dos cabelos não tem idade. Ela atinge diversas faixas etárias, inclusive mulheres jovens, entre 20 e 30 anos.

R - Rugas

Até quando é possível escapar das tão temidas rugas? Uma das técnicas, que se tornou bem conhecida e aceita pelas mulheres por fazer sumir as rugas de forma simples e rápida, é a toxina botulínica, conhecida como botox. A aplicação na testa, ao redor dos olhos e em outras regiões da face alivia ou faz sumir marcas já formadas, deixando o rosto mais leve e jovial. O médico dermatologista Lucas Miranda explica por que o procedimento agrada tanto: "A toxina inibe a contração facial, evitando que as rugas de expressão fiquem marcadas e evita também que as rugas dinâmicas se tornem estáticas". Segundo Lucas, as técnicas para aplicação da toxina estão se aperfeiçoando de forma rápida e deixam para trás um dos efeitos mais indesejados do passado: a face congelada. O botox não é para sempre. A durabilidade da aplicação varia entre quatro e seis meses. Complicações não são comuns, mas é importante que o procedimento seja feito por um médico. "O profissional tem de estar apto para tratar qualquer complicação ou falha", diz Lucas. Ele cita também outra arma contra o envelhecimento facial, a técnica de preenchimento MD Codes, capaz de proporcionar um rejuvenescimento para todas a regiões do rosto, funcionando como uma reestruturação facial. "Além de repor o volume, o MD Codes corrige imperfeições e harmoniza a face."

S - Sorriso

(foto: Pixabay)
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Logo na entrada do consultório odontológico da cirurgiã-dentista Riane de Aguiar Paiva o paciente se depara com a seguinte frase: "O sorriso é a curva mais bonita no corpo de uma pessoa." De fato, a ciência já descobriu que sorrir faz bem para o corpo e para a alma, ajuda a aliviar tensões e a fazer amigos. Um sorriso bonito não tem preço. Membro da Sociedade Brasileira de Toxina e Implantes Faciais (SBTI), com especialização pela Universidade de Harvard, Riane se dedica a estudar maneiras de devolver o sorriso a quem anda meio tímido no momento de expressar sua alegria. Segundo ela, uma das buscas comuns é pelas técnicas minimamente invasivas para uniformizar os dentes, como 
a colocação de facetas. As restaurações adesivas de porcelana são capazes de deixar os dentes brancos e uniformes, corrigindo manchas ou formatos irregulares. Outra opção são as lentes de contato. Com espessura mais fina que as facetas, elas são fixadas sobre os dentes, deixando o sorriso com formato anatômico, corrigindo diferenças entre os dentes. Apesar de toda a evolução do setor, Riane alerta que os procedimentos orofaciais devem seguir uma criteriosa análise do cirurgião, avaliando cada caso individualmente. Modismos ou intervenções feitas com o único objetivo de imitar determinado artista ou modelo devem ser evitados.

T - TPM / Endometriose

Os sintomas da endometriose, como cólicas muito doloridas, desconforto pélvico, dores na relação sexual e dificuldades para engravidar são bem conhecidos das mulheres. Atingem cerca de 20% da população feminina em idade reprodutiva. Entre as principais causas da doença, que tem diagnóstico difícil, está a herança familiar. A endometriose ocorre quando há fragmentos do endométrio (mucosa que reveste o útero) fora de sua localização normal. "Apesar de a endometriose ser uma doença benigna, é sempre necessário algum tratamento, que pode ser clínico ou cirúrgico", diz João Oscar de Almeida Junior, coordenador do núcleo integrado de pesquisas e tratamento da endometriose do Hospital Felício Rocho. Em casos mais simples, o tratamento pode ser feito no próprio consultório. Uma das alternativas é o bloqueio hormonal, mas há também opções cirúrgicas. Segundo o ginecologista, em casos mais graves a doença pode infiltrar órgãos próximos ao útero, como intestino, bexiga, pulmão e diafragma. "As técnicas cirúrgicas vão de procedimentos simples até mecanismos sofisticados com o uso da robótica." Assim como a endometriose, a tensão pré-menstrual (TPM) é outra condição feminina que pode apresentar mais de 40 sintomas diferentes, que vão da alteração de humor e irritabilidade a dores de cabeça e inchaços. Um dos tratamentos é interferir no ciclo menstrual, com a administração de hormônios. Tanto a endometriose quanto a TPM envolvem dor. É sabido que as mulheres costumam ser resistentes, mas é melhor não demorar a buscar ajuda.

U - Útero

Entre os mais femininos dos órgãos, o útero tem a função de acolher a gravidez e deve ser observado com cuidado. A melhor forma de manter a sua boa saúde é a prevenção com consultas regulares ao ginecologista. O exame Papanicolau feito anualmente é um preventivo importante contra o câncer de colo de útero, explica Márcia Salvador Ligório Géo, coordenadora da equipe de ginecologia da Rede Mater Dei de Saúde. Outra ação importante  é a vacinação contra o HPV, vírus causador do câncer, assim como o uso dos preservativos, que evitam as infecções sexualmente transmissíveis. Após os 50 anos, quando os ovários encerram a sua produção, marcando a menopausa, a principal função do útero deixa de existir. Quando há complicações, disfunções ou hemorragias, a retirada do órgão pode ser indicada. O útero ainda não foi totalmente desvendado pela medicina, mas, segundo Márcia Géo, começa a ser estudada uma possível função anatômica, na qual o órgão seria um ponto de fixação de ligamentos que fazem parte do assoalho, dando suporte aos órgãos pélvicos. "Nesse sentido, ainda não se sabe se a retirada do útero pode provocar alguma disfunção." Em todas as idades, é importante que a mulher permaneça atenta ao funcionamento do órgão. Dores e irregularidade no fluxo menstrual são 
alertas importantes. O corpo sempre emite sinais.

V - Varizes

(foto: Pixabay)
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Vasos fininhos na pele, azulados ou escurecidos, veias aparentes que podem ser mais ou menos calibrosas, as chamadas varizes se mostram no corpo de forma distinta, mas geralmente têm como sintomas dores e cansaço nas pernas. As varizes atingem 30% da população, com prevalência entre as mulheres, e tendem a se agravar com a idade. Para cada quatro mulheres, duas têm varizes. Já na população masculina, essa relação cai para um caso a cada quatro homens. Por ser uma doença crônica evolutiva, é necessário o controle com um especialista, alerta a angiologista e cirurgiã vascular Solange Meyge Evangelista, diretora da clínica Varizemed. A boa notícia é que os tratamentos modernos são pouco agressivos. "As varizes podem ser tratadas sem cirurgia", diz Solange. Um exemplo é a escleroterapia, quando é usada a microespuma, acompanhada pelo ultrassom. "É uma técnica que não exige repouso, sem cortes e sem anestesia." Mas, o que pode provocar as varizes? Alguns fatores como histórico familiar, gravidez, uso de anticoncepcionais, menopausa, idade e ganho de peso podem desencadear ou agravar o processo. Por outro lado, há fatores que podem aliviar as varizes, a exemplo da alimentação saudável e prática de atividade física. Outra coisa: já teve vontade de ficar de pernas para o ar? Esse também é um bom exercício.

X - Xixi / Infecção urinária

Estima-se que 1,2 bilhão de consultas médicas sejam marcadas por ano apenas nos Estados Unidos, por causa da infecção urinária (cistite aguda). E as mulheres são as mais atingidas (de 10 a 20 vezes mais que os homens). "A pequena distância entre a uretra feminina e o ânus é um dos principais motivos para justificar essa maior incidência", diz Lilian Pires de Freitas, médica nefrologista e presidente da Sociedade Mineira de Nefrologia. Ela explica que a cistite ocorre quando a via urinária é infectada por bactérias da nossa própria flora intestinal. Existem fatores de risco que aumentam as chances da infecção: vida sexual muito ativa, gravidez, pós-menopausa e pacientes com baixa imunidade. A infecção deve ser tratada o quanto antes, já que a cistite aguda (infecção restrita à bexiga) tem risco de se estender ao rim e evoluir a complicação com risco até de septicemia (infecção generalizada). Alguns hábitos, como tomar bastante água e não prender o xixi, podem ajudar na prevenção. Outros ainda não têm comprovação científica. "Sobre o cranberry, por exemplo, não existem estudos com evidência robusta que sustente o uso de forma generalizada", diz Lilian. "Existe a orientação de dietas saudáveis com restrição de carboidratos para reduzir obesidade e diabetes mellitus." Dietas com fibras e o uso probióticos também podem ajudar.

Z - Zumbido

Uma sensação ruim nos ouvidos que pode perturbar o sono, o trabalho, a concentração e provocar ansiedades. O zumbido pode estar relacionado a uma perda de audição leve. "Assim que percebe o incômodo, o paciente deve buscar uma avaliação médica. Existem diversos tipos de tratamentos", explica a médica Mariana Benaro, otorrino da Rede Mater Dei de Saúde. "O zumbido pode melhorar até mesmo com o uso do aparelho auditivo." Mas existem outras abordagens para tratar o mal-estar, como a cirurgia ou o uso de medicamentos, já que o sintoma pode ter também origem sistêmica e estar relacionado a variações da glicose, por exemplo. Na mulher, pode surgir na pré-menopausa ou na menopausa. Desde problemas relacionados à insuficiência de vitaminas e minerais até questões mais graves, como tumores, podem provocar o zumzumzum tão desconfortável. Em muitos casos, o zumbido melhora muito somente com a orientação médica e com a mudança de hábitos de alimentação e sono, além da melhora da qualidade de vida. O essencial é, antes de decidir dar qualquer passo, descobrir de onde vem o barulho.

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