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Estado de Minas EDUCAÇÃO

Como recuperar notas no segundo semestre?

Especialistas dão dicas de como ajudar os estudantes a ter um bom desempenho na reta final do ano e fechar o boletim no azul


postado em 16/08/2019 17:07 / atualizado em 23/08/2019 15:49

Catarina Vuolo, de 17 anos, aluna da 3ª série do ensino meédio do Bernoulli | Logo que Catarina identificou sua dificuldade em filosofia, conversou com o professor da matéria e mudou de atitude. Começou a se envolver mais nas aulas, prestar mais atenção, tirar dúvidas e praticar. Em consulta à psicóloga da instituição, queixou-se de problemas também em algumas disciplinas da área de exatas. Ela, então, foi aconselhada a estudar não só a teoria mas também a fazer exercícios para fixar o conteúdo. Sem esquecer dos momentos de descanso, claro.
Catarina Vuolo, de 17 anos, aluna da 3ª série do ensino meédio do Bernoulli | Logo que Catarina identificou sua dificuldade em filosofia, conversou com o professor da matéria e mudou de atitude. Começou a se envolver mais nas aulas, prestar mais atenção, tirar dúvidas e praticar. Em consulta à psicóloga da instituição, queixou-se de problemas também em algumas disciplinas da área de exatas. Ela, então, foi aconselhada a estudar não só a teoria mas também a fazer exercícios para fixar o conteúdo. Sem esquecer dos momentos de descanso, claro. "Tenho de ter tempo para comer e dormir direito", diz ela, que pretende cursar medicina (foto: Violeta Andrada/Encontro)
O início do segundo semestre é como o início do segundo tempo de um jogo de futebol. Quem está ganhando tem de se manter no ritmo e quem está perdendo tem de se reorganizar para virar o jogo. Essa analogia da coordenadora pedagógica do 6° ano do Colégio Batista, Fernanda Maciel, é um incentivo para os estudantes. "Independentemente do resultado do primeiro semestre, eles precisam saber que a partida ainda não acabou." Para encorajá-los a mudar a postura e celebrar o apito final, Encontro conversou com cinco educadores de Belo Horizonte para saber como recuperar o desempenho nesses últimos quatro meses do ano letivo. Confira algumas dicas.

Estabeleça objetivos

Para solucionar um problema, precisa-se, antes de qualquer coisa, identificá-lo. Quantos pontos faltam em cada matéria para o estudante passar de ano? Há algum risco de ele ficar de recuperação? Quais são as maiores dificuldades e facilidades? Para a diretora pedagógica do Coleguium, Alessandra Dias, antes de mais nada é preciso analisar o boletim do aluno e verificar seu aproveitamento em cada matéria até agora. Assim ele poderá "atacar cada problema de maneira eficiente".

Faça um plano de estudos

Essa é uma dica unânime entre os educadores. Depois de diagnosticar a situação do estudante, defina semanalmente quais matérias serão estudadas, em quais dias e em quais horários. Fernanda Maciel, coordenadora pedagógica do 6° ano do Colégio Batista, aconselha intercalar matérias de diferentes áreas do conhecimento, como matemática e português, ou física e história. "Estudar matemática e depois física cansa, porque exigem raciocínios semelhantes", explica. Outra dica é alternar as matérias de que o estudante não gosta com as que ele gosta. "Ao deixarmos as preferidas por último, mantemos o aluno motivado", diz Marcos Raggazzi, diretor pedagógico do Colégio Bernoulli. Mas é contraproducente instituir longos períodos de estudo sem deixar brechas para descansos. Segundo os especialistas, o cérebro fica saturado e para de reter informações. "Faça pausas para tomar água ou fazer um lanche", diz Fernanda. "Mas não é para aproveitar e pegar o celular ou o videogame!" Se o estudante não conseguir cumprir plenamente o plano, não é preciso desesperar-se. Para Marcos, o planejamento não tem de ser 100% rígido. O mais importante é que estudar ao menos um pouco todos os dias. "Ao se dedicar à matéria uma hora por dia durante oito dias, o aluno aprende muito mais do que se estudasse oito horas em um único dia".

Isabella Souza, de 15 anos, aluna da 1ª série do ensino médio do Santo Agostinho | No sétimo ano, Isabella
Isabella Souza, de 15 anos, aluna da 1ª série do ensino médio do Santo Agostinho | No sétimo ano, Isabella "passou raspando" em ciências. Hoje, é monitora de física. A mudança de atitude aconteceu quando ela decidiu que queria estudar para aprender e não só para cumprir obrigações, e descobriu a mágica de ensinar. "Virar monitora fez toda a diferença, porque eu passei a aplicar o que eu aprendo. Ensinar é um jeito muito legal e prático de estudar." Isabella também passou a aproveitar mais o tempo na sala de aula, prestando atenção e nunca levando dúvidas para casa (foto: Alexandre Rezende/Encontro)
Dê atenção à autoestima

Essa dica é para os pais: acompanhe a vida escolar do estudante, motive-o e mostre-se sempre interessado e disponível para ajudá-lo. Na hora das refeições, por exemplo, vale perguntar sobre as aulas, qual matéria está mais agradando, em qual está tendo dificuldades... "No momento em que ele conta, ele estuda", diz Alessandra Dias, diretora pedagógica do Coleguium. Para os educadores, aumentar a autoestima do estudante é muito significativo. Reconheça seu esforço, dê feedbacks positivos e, importante, acredite nele. "O estudante que está em paz e sente que é capaz dá conta de fazer cinco vezes mais do que o estudante que sabe tudo e tem medo", diz o professor de física e analista de inovação do Santo Agostinho, Patrick Bonnereau.

Crie grupos de estudo

Quem ensina é quem mais aprende. "Quando ensinamos nos preocupamos que o outro realmente entenda e acionamos áreas diferentes do nosso cérebro", explica Alessandra Dias, diretora pedagógica do Coleguium. Por isso, ela e outros educadores aconselham organizar grupos de estudos entre colegas - supervisionados por adultos, dependendo da idade. Ao compor os grupos, uma das opções é juntar estudantes com facilidades em diferentes matérias. Por exemplo, um craque em matemática com outro fera em português. O professor de física e analista de inovação do Santo Agostinho, Patrick Bonnereau, também dá a dica de juntar dois alunos que estejam com a mesma dificuldade. "Dois com o mesmo problema são mais empáticos entre si", diz. "E se certificam de verdadeiramente solucioná-lo".

Tamar Castro, de 12 anos, aluna do 7° ano do ensino fundamental do Colégio Batista | Tamar passou para o ensino fundamental II há pouco mais de um ano e meio e, para se adaptar à nova rotina com mais professores e matérias, sentiu a necessidade de fazer um plano de estudos. Além disso, ela faz as tarefas de casa no mesmo dia em que as recebe e diz que sempre pode contar com a ajuda dos pais para tirar dúvidas.
Tamar Castro, de 12 anos, aluna do 7° ano do ensino fundamental do Colégio Batista | Tamar passou para o ensino fundamental II há pouco mais de um ano e meio e, para se adaptar à nova rotina com mais professores e matérias, sentiu a necessidade de fazer um plano de estudos. Além disso, ela faz as tarefas de casa no mesmo dia em que as recebe e diz que sempre pode contar com a ajuda dos pais para tirar dúvidas. "Eu acredito que, desse jeito, tenho até mais tempo livre do que antes, e me dedico à escola ainda mais." (foto: Alexandre Rezende/Encontro)
Repense os processos de aprendizagem

O estudante precisa saber de que forma aprende melhor. Ouvindo, escrevendo, vendo? Existem várias metodologias de estudo. "Ele pode assistir videoaulas, fazer esquemas, mapas mentais, anotações durante as aulas, usar marca-textos para destacar, ou escrever palavras-chave do conteúdo", diz Fernanda Maciel, coordenadora pedagógica do 6° ano do Colégio Batista. Se estudar sozinho não estiver dando certo, procurar professores particulares é uma dica do diretor pedagógico do Bernoulli, Marcos Raggazzi. Segundo ele, é uma oportunidade de o estudante ter contato com a matéria por meio de outra pessoa e de outra metodologia de ensino. Ele diz que um aluno pode ter, por exemplo, dificuldade para absorver o conteúdo das aulas de um professor porque a voz dele lembra a voz de alguém com quem teve uma experiência negativa no passado.

Limite o tempo nas telinhas, e determine uma rotina de sono e alimentação

Até o final da adolescência, o cérebro ainda está em formação e o estudante não tem consciência crítica para impor certos limites. Por isso, os pais devem ajudá-los delimitando um tempo para o uso de celulares e tablets. Além disso, "criança precisa ter, no mínimo, oito horas regulares de sono", diz Marcos Raggazzi, diretor pedagógico do Bernoulli. "Não adianta nada estudar sem descanso". Combine isso com uma rotina de alimentação e exercícios físicos e estará no caminho certo. A coordenadora de ensino do 2o ao 5o ano do Magnum, Joísa de Abreu, explica que "o indivíduo precisa ser enxergado como alguém pertencente a um sistema. Estabeleça uma rotina. Não deixe para depois. Comece o segundo semestre com o pé direito".

*Leia também na edição impressa (nº 218) da Revista Encontro

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