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Estado de Minas PET

De odiados a idolatrados, gatos conquistam cada vez mais espaço nos lares brasileiros

O IBGE contabilizou quase 24 milhões de felinos nas casas do país, o que mostra que eles já concorrem de perto com os cães


postado em 24/10/2019 14:58 / atualizado em 30/10/2019 15:14

Enquanto a gatinha Cherie adora correr atrás de bolinhas e não perde a chance de roubar um petisco, Amelie gosta mesmo é de sombra e água fresca:
Enquanto a gatinha Cherie adora correr atrás de bolinhas e não perde a chance de roubar um petisco, Amelie gosta mesmo é de sombra e água fresca: "É nítida a diferença de temperamento", diz a veterinária Júlia Pessoa Barbosa Oliveira (foto: Alexandre Rezende/Encontro)
"Quem não gosta de samba, bom sujeito não é", diz a música. Já quem não gosta de gatos provavelmente não teve a oportunidade de conviver com um desses bichanos e se encantar com todos os traços de sua personalidade. A fama de esnobes, independentes e selvagens é real, mas ao contrário de difamá-los isso os torna ainda mais fascinantes. A seus olhos, o mundo é visto nos tons azuis e amarelos, o dono é o líder do bando e a casa é território de caça. Vontade de ser gente? Nenhuma. Esse conflito de existência é delegado à espécie canina. Nascem, vivem e morrem como gatos. Até fingem ser domesticados, mas nunca abandonam a rebeldia. Se querem carinho, pedem. Se não querem, fogem. Se não gostam, mordem. Se estão nervosos, arranham. Se querem interagir, miam.

De odiados a idolatrados, os felinos passaram a concorrer de perto com os cães, garantindo seu espaço nos lares brasileiros e fazendo sucesso nas redes sociais. De acordo com números levantados pelo IBGE e atualizados pelo Instituto Pet Brasil, em 2018 foram contabilizados 54,2 milhões de cachorros e 23,9 milhões de gatos. A estimativa é de que, em todo o mundo, existam 800 milhões de cães e 600 milhões de bichanos. A humanidade descobriu, enfim, que gato não foi feito apenas para caçar rato, que não traz má sorte e é capaz de interagir com o ser humano.

Na casa da enfermeira Adriane Autran Dourado Breder, a gatinha Rebecca adora causar:
Na casa da enfermeira Adriane Autran Dourado Breder, a gatinha Rebecca adora causar: "Ela gosta de conversar e aprontar. Uma figurinha" (foto: Alexandre Rezende/Encontro)
Pequenos, silenciosos e maníacos por limpeza, os felinos passaram a ser cada dia mais cotados como animais de estimação. Se não bastassem tantas qualidades, ainda possuem personalidades definidas, variando entre sociáveis, afetuosos, mal humorados e até tímidos. Pelo menos é o que apontou um estudo realizado pela Universidade de Central Missouri, que também mostrou que eles têm, sim, muito amor para dar. A enfermeira Adriane Autran Dourado Breder, de 31 anos, confirma a pesquisa. Em sua casa a gatinha Rebecca, vira-lata de 1 ano, chegou botando a boca no trombone e exigindo os direitos que lhe usurparam quando foi abandonada, ainda filhote, na rua. "É atrevida, adora conversar e faz cara de dó quando quer comer algo que não pode", conta. Já o gato Leo, vira-lata de 2 anos, comporta-se como um lorde. "Ele não faz bagunça, é educado, além de muito carinhoso."

Mas não se iluda quanto à obediência. Pesquisa realizada na Universidade de Tóquio constatou que, apesar de distinguirem a voz do tutor em meio a várias outras, os gatos não acatam ordens. Fazem mesmo o que querem. A gatinha Cherie que o diga. Vira-lata de 8 anos, adora correr pela casa atrás de bolinhas e não perde a chance de roubar um petisco. Sua companheira Amelie, vira-lata de 4 anos, gosta mesmo é de sombra e água fresca. "É nítida a diferença de temperamento, ao mesmo tempo em que cada uma é especial em sua maneira de ser", diz a veterinária Júlia Pessoa Barbosa Oliveira, de 27 anos.

Metódicos e cheios de mania, os bichanos precisam de caixas de areia sempre limpas, para fazer suas necessidades. Ronronam alto quando relaxam ou querem dormir. Adoram abrir portas e janelas, assim como se esfregar nas pernas do dono. Sem falar nas vezes em que aparecem com alguma presa morta, fazendo jus ao instinto caçador. As almofadinhas das patinhas são munidas de receptores que os ajudam a caçar e a vibração dos bigodes gera um radar de curto alcance. Outro de seus superpoderes é a audição, tão potente que escutam frequências sonoras indetectáveis ao ouvido humano. O olfato é hiperdesenvolvido, capaz de identificar cheiros a grande distância. E o paladar, 100% carnívoro, dispensa vegetais. Há quem diga que eles são nossos protetores no mundo energético, filtrando e transmutando a energia negativa do ambiente. Superstição ou não, o fato é que em se tratando de gatos ainda existe muito mistério a ser revelado.

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