Por inflexibilidade do pai, a artista teve de abrir mão de estudar filosofia e ingressou, em 1958, na Faculdade de Direito da UFMG. Lá, Marina conheceu artistas como Álvaro Apocalypse, Haroldo Mattos e Nello Nuno. Mas foi no ano seguinte que Marina teve sua epifania ao ir a uma exposição do artista plástico Alberto da Veiga Guignard no Automóvel Clube. "Saí de lá completamente desorientada", diz. "Nunca me esqueci do que eu senti. Pensei: ‘Quem sabe pode ser isso!?’." Foram as galerias de arte que deram à Marina a certeza de que ela seria artista. "Antes, eu tentava por para fora a maluquice que trazia dentro de mim. Ela queria sair, mas não sabia como."
Em 1966, Marina foi para o Rio a convite da artista polonesa Fayga Ostrower, para trabalhar em seu ateliê. Ficou por lá dois anos antes de abrir seu próprio espaço. "Devo grande parte da minha formação à Fayga.", diz Marina. "Ela foi absolutamente fundamental." Foi no período em que trabalhou com Fayga que a artista fez sua primeira exposição, no Rio. Como não conhecia nenhum crítico de arte, ela escreveu a própria apresentação de sua exposição. "Foi um sucesso", diz. "Vendi quase todos os quadros."
Em BH, é possível contemplar a arte de Marina no Museu Mineiro, Museu de Arte da Pampulha, Fundação Clóvis Salgado e reitoria da UFMG. No momento, a artista resgatou o trabalho com tintas e colas e está fazendo artes que não obedecem as margens da tela. "Quero romper com a coisa fechada, quadrada", diz a artista. "Quero modificar os limites." Como tem feito por toda a sua vida.