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Estado de Minas GASTRONOMIA

Agnes Farkasvölgyi fala sobre seu novo empreendimento

O espaço Casa da Agnes, no bairro Santo Antônio, abriga o restaurante Bouquet Garni, que ficava no Santa Efigênia


postado em 29/02/2020 23:22 / atualizado em 29/02/2020 23:22

A empresária Agnes Farkasvölgyi(foto: Arquivo pessoal)
A empresária Agnes Farkasvölgyi (foto: Arquivo pessoal)
Sem muito alarde, Agnes Farkasvolgyi surpreendeu os apaixonados por sua cozinha e inaugurou a Casa da Agnes, no Santo Antônio. Para lá ela transferiu o Bouquet Garni, que durante muito tempo funcionou no Santa Efigênia. Ela conta que encontrar um imóvel adequado ao projeto foi um sonho. "Aqui, pelo menos a cada 40 dias vamos eleger um tema e fazer comida como arte. Vamos performar, transformar materiais, ressignificar histórias. Alguns dos antigos tabuleiros do bufê viraram uma instalação na parede e teto do bistrô." Além de ser uma das cozinheiras mais talentosas de Belo Horizonte, Agnes criou há alguns anos o projeto Eat Art, que une sua culinária com arte. Um dos últimos e mais divertidos foi realizado no Parque Guanabara, com direito a degustação em plena roda gigante. Ela ainda não fechou a data da próxima edição, mas de uma coisa tem certeza: "O tema vai passar por essa ressignificação. E quero fazer o jantar na roda gigante este ano novamente". Além do Casa da Agnes, ela continua ao lado da filha, Camila, no comando do bistrô no Grande Hotel Ronaldo Fraga. Em março, a empresária garante que vem novidade. Mas, por enquanto, mantém segredo. Confira uma entrevista com ela:

Em vídeo postado em sua rede social não há dúvidas da sua alegria com a Casa da Agnes. Conte um pouquinho do projeto. Como surgiu a ideia?

Há algum tempo eu venho pensando em diminuir a estrutura do bufê. Mas sempre esbarrei na questão do local, do tamanho da cozinha necessária etc. Tinha de ser um local que tivesse 'espaço' para as cozinhas tanto do bufê como da escola. Eu moro no Santo Antônio, morei praticamente toda a minha vida, então comecei a procurar por aqui. Parece incrível, mas eu achei essa casa no primeiro dia em que decidi procurar. Na verdade, quem achou a casa foi a Fernanda, que trabalhou comigo. Ela tem tudo o que eu procurava e as adequações a fazer não foram enormes. O projeto era trazer para cá a essência do meu trabalho, não somente na cozinha, mas também nas artes plásticas. Ter um espaço para chamar de meu para além do Bouquet Garni.

De 30 anos para cá, qual a sua avaliação da relação entre a gastronomia e o consumidor? Nosso paladar foi apurado pelos chefs?

Penso que o consumidor está muito mais atento ao que come. A globalização e a glamourização da cozinha e do chef contribuiu muito pra isso. Apurou-se o paladar, mas junto veio também o consumidor que sabe mais que o próprio cozinheiro, que dá pitaco e palpite em qualquer prato que come. Acho que os glutões nunca deixarão de existir. Mas são em menor quantidade agora. E tem ainda aquele consumidor que está muito atento à saúde e em consequência ao que come. É o consumo do não tem. Não tem glúten, não tem açúcar, não tem gordura... não tem sabor.

A gastronomia está elitizada?

Existe a gastronomia elitizada, sim, mas, o que a torna ‘de elite’ é o custo. Você pode trabalhar ingredientes mais populares com o mesmo apreço e cuidado que dá a ingredientes caros.

O que você mais adora e o que detesta na cozinha?

Adoro os testes, a criação, a tecnologia, as descobertas. Detesto a inércia.

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