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Estado de Minas ESPECIAL SAÚDE

Mineiros do Ano 2020 - Carlos Eduardo Amaral

À frente da secretaria estadual de Saúde, neurocirurgião investe em informação de qualidade contra o pânico. Resultado a se comemorar: Minas tem a menor média de óbitos entre os estados brasileiros


postado em 16/02/2021 16:05

(foto: Fábio Marchetto/Divulgação)
(foto: Fábio Marchetto/Divulgação)
Quando assumiu o posto de secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, em fevereiro de 2019, depois de participar de processo seletivo, o neurocirurgião Carlos Eduardo Amaral tinha uma missão desafiadora. Ele seria o responsável não só por turbinar as ações de uma das áreas mais relevantes para a população mas também por domar o déficit de 300 milhões de reais que como um dragão crescia e sufocava a pasta - a última conta havia sido paga em março de 2017 quando o caixa da Saúde chegou ao limite.  Quando ele completava o primeiro ano de gestão veio o inesperado: o país mergulhou na pandemia do novo coronavírus. Médico habituado aos movimentos firmes da neurocirurgia ele garante que em nenhum momento pensou em desistir do posto ao ver o paciente ficar grave. Seguiu em frente em suas ações. A percepção de que "somos várias Minas", como explica, foi imediata. Por isso os movimentos da secretaria foram regionalizados logo no princípio da pandemia, o que em parte justifica os bons resultados alcançados.

Minas Gerais chegou ao final de 2020 com mais de 11 mil óbitos causados pelo novo coronavírus. O número não parece nada animador, mas precisa ser colocado em perspectiva. O estado atingiu a menor mortalidade por milhão de habitantes. Em meados de dezembro o número de Minas era de 516,47 óbitos por milhão, para uma média nacional de 879,51. "Nossa maior preocupação foi preservar as vidas", diz Carlos Eduardo. Durante a crise sanitária, a secretaria assumiu o papel de orientadora de boas práticas. A informação clara e precisa se tornou um serviço essencial, inclusive para combater fakenews que confundem a população e espalham pânico. Todas as informações da pandemia ganharam repercussão no site oficial do governo do estado com mais de 2 milhões de acessos ao mês. Foram 130 entrevistas coletivas.

Desativado sem necessidade de utilização, o hospital de campanha custou perto de 2 milhões de reais, o custo mais baixo do país. A medida foi tomada após a melhora dos números e abertura de leitos de enfermaria e de terapia intensiva. "O hospital foi como um seguro que fizemos em caso de piora da pandemia", explica. Foram adquiridos também 1.047 respiradores pelo preço médio de 50 mil reais. No país houve registro de produtos comprados por até 240 mil reais. "Fizemos ampla tomada de preços e contamos com a ajuda de parceiros importantes da iniciativa privada." Para evitar um trauma social ainda maior, a meta era não haver colapso na saúde. As contas também foram saneadas. "Já adquirimos os estoques do material necessário para vacinar a população", comemora.

Lidar com limites físicos e emocionais em meio a decisões que devem ser rápidas, apesar de complexas, foram lições da pandemia. "Vimos como o cidadão é o agente da mudança e carrega essa responsabilidade, que não é só do governo", diz. "Acredito que a nota para os mineiros é 10." Na linha de frente do combate à pandemia, o secretário está sem tempo para as aulas de ioga e da meditação que o ajuda a reequilibrar a mente. Mas segue firme em sua rotina de exercícios físicos que pratica ao acordar em frente ao hotel, na região da Pampulha, sua casa de segunda a sexta-feira. "Somos mente, alma e físico. O equilíbrio é importante." Equilíbrio que vem rendendo frutos para Minas Gerais.

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