
Especula-se que a "ração" para cães, que chegou a ser vendida até como sopa de sebo, a princípio era produzida com uma mistura de migalhas de pão com pedaços de carne. Em 1860, o americano James Spratt, criou uma ração seca nos moldes atuais, composta por trigo, legumes e carne. A aceitação foi tanta que logo outros fabricantes seguiram os seus passos. Segundo levantamento do Instituto Pet Brasil, o setor de produtos e serviços para animais de estimação chegou a um faturamento de R$ 51,7 bilhões em 2021. Com uma receita de R$ 28 bilhões, a indústria de alimentos para animais de estimação é responsável por cerca de 55% do total.

Fato é que toda ração deveria atender às necessidades nutricionais básicas dos pets, e boa parte cumpre o seu papel, mas não com a mesma qualidade. O consumidor pode ler no rótulo da embalagem "sabor carne" ou "com carne" e não ter o ingrediente propriamente dito na formulação da ração mas, sim, apenas o aroma ou algum outro ingrediente de origem animal. Onívoros, para os cães uma ração de qualidade deve conter carne, frutas, grãos e vegetais, e a diferença entre as marcas estará na qualidade das matérias primas utilizadas. Já os gatos são carnívoros natos e sua alimentação deve ser à base de proteínas, gordura, minerais e vitaminas. "O gato nasceu para comer presa e não planta. Por isso, não pensamos em carboidratos ou alimentos de origem vegetal para os felinos. Não adianta insistir em modificar a fisiologia digestiva natural dos bichos, pois isso gera doenças e pode levá-los até à morte", diz Leonardo Boscoli Lara, médico veterinário especializado em nutrição de animais de companhia e professor da Escola de Veterinária da UFMG. E quanto melhor a qualidade da matéria prima utilizada, melhor será a ração e mais facilmente será digerida pelo trato gastrointestinal do animal. Assim, o pet defecará menos, com menos cheiro e terá maior absorção dos nutrientes, o que resulta em pelo saudável, maior elasticidade da pele, hálito mais agradável e mais saúde e disposição para o animal.

Também é recomendado sempre misturar um pouco de ração úmida à ração seca para variar o sabor e torná-la mais apetitosa e palatável. "Há milhares de anos os animais foram acostumados a variar um pouco a alimentação. Se até o planeta muda as estações, imagina comer a mesma coisa todo dia", diz Leonardo. Ele recomenda dar até vinte por cento do que o pet come em carne, junto com a ração, em alguns dias da semana. No caso de patês, eles devem representar apenas 5% da alimentação diária. Se a indicação do fabricante, de acordo com o peso do animal, é para dar 200 gramas de ração ao dia, por exemplo, significa que serão 100 gramas de manhã e 100 no início da noite. Água sempre à vontade.

Dicas para não errar na hora de comprar a ração do seu pet:
- Leia atentamente o rótulo da embalagem para verificar a lista de ingredientes usados na fabricação, buscando entender as fontes de carboidratos, proteínas e de gordura
- Rações que contenham subprodutos de origem animal em sua composição, como órgãos, vísceras e outros são de qualidade inferior às produzidas a base de proteínas musculares
- A ração mais adequada será definida de acordo com as necessidades nutricionais do pet, seguindo algumas características como raça, nível de atividade, porte e estágio da vida
- Busque informações sobre o fabricante, referências, para ter confiança de que o produto entrega tudo aquilo que promete
- Ração de qualidade é atrativa ao paladar, evita o excesso de fezes, leva a uma maior absorção dos nutrientes e resulta em pelo mais bonito e bicho saudável
- Cães são onívoros e sua ração deve conter carne, frutas, grãos e vegetais. Já os gatos são carnívoros e sua alimentação deve ser à base de proteínas, gordura, minerais e vitaminas