Estado de Minas ESPECIAL

Mineiros do Ano 2022 - Romeu Zema

Reeleito em 1º turno com 56% dos votos válidos, Zema se habilitou como eventual candidato à presidência ao se tornar uma das maiores lideranças liberais do país


postado em 01/02/2023 22:06 / atualizado em 03/02/2023 13:48

O governador reeleito Romeu Zema:
O governador reeleito Romeu Zema: "Minas é um estado relevante para qualquer presidente. Fora isso, se alinhamento político resolvesse tudo, o estado não teria entrado na crise em que entrou no governo anterior" (foto: Bruno Hannelt/Encontro)
Quando se lançou na campanha ao governo do estado pela primeira vez, em 2018, Romeu Zema era um neófito na política e figura quase desconhecida da grande maioria da população mineira. Herdeiro do Grupo Zema, ele havia deixado o dia a dia da empresa e ingressado no Novo, partido que o atraiu tanto por suas ideias liberais quanto pela bandeira de só aceitar fichas-limpas em seus quadros. Em quatro anos, a situação mudou. E bastante. Nas eleições de 2022, ele não só entrou na campanha como franco favorito, como foi alçado a principal estrela do Novo em todo o país. Com a vitória em primeiro turno - escolhido por mais de 6 milhões de mineiros, o que equivale a 56,18% dos votos válidos -, ele já é colocado como um dos possíveis candidatos a presidente em 2026.

Perfil:

  • Romeu Zema, 58 anos
  • Nascido em Araxá (MG)
  • Divorciado, 2 filhos
  • Formado em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Governador de Minas Gerais.

Apesar da mudança, digamos assim, de status, Zema continua com seu jeito tranquilo, gentil e conciliador. Suas raízes ainda estão em Araxá, no Alto Paranaíba. É lá que vive boa parte de sua família e suas memórias. "Minha mãe já está com 78 anos e o meu pai com 80. Lá tenho uma irmã e um irmão, tios, primos e todos os meus livros", diz. Com a rotina corrida, tem tido cada vez menos tempo de estar com eles, assim como com seus filhos, o engenheiro Domenico, de 26 anos, e Catharina, de 29, que trabalha com cinema. Ele mora em São Paulo e ela, em Londres. "Tenho filhos com quem convivo muito pouco, infelizmente."

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Disciplinado, como ele mesmo se define, não descuida da atividade física. "Gosto de chegar em casa à noite, levantar um peso, correr, dar uma suada para acabar com as tensões do dia a dia." Nas redes sociais, posta cenas triviais, como lavando louça em sua casa alugada - ele abriu mão de morar no Palácio das Mangabeiras. Dorme cedo, de preferência por volta das 20 horas, e acorda sempre às 6h30 da manhã. Com a família distante, se diz sozinho em BH, mas a solidão não o incomoda. Após ter sido casado durante 14 anos, afirma não pretender fazê-lo novamente e que nem pensa em namoro sério. "Percebo que eu não tenho tempo suficiente e, com isso, não consigo atender a todas as expectativas. Estou sempre frustrando alguém."

Zema diz que os últimos quatro anos equivaleram a mestrado e doutorado em máquina pública. "Eu vim do setor privado e fui muito criticado por isso", lembra. "Mas minha experiência anterior fez diferença. Acredito que o setor público precisa de ferramentas de gestão que muitas vezes são desconsideradas em detrimento de coisas que não funcionam." Indicadores de desempenho, por exemplo, seriam fundamentais para garantir a eficiência do processo. "O meu foco é na gestão, por isso fechamos a torneira dos gastos no estado."

Entre suas propostas para o segundo mandato estão a venda de empresas estatais, como a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a conclusão e entrega de hospitais regionais e o reajuste salarial anual dos servidores. No último mês de dezembro, comemorou uma vitória: o Metrô da Região Metropolitana de BH foi concedido à iniciativa privada por 25,7 milhões. "Reformamos 1,4 mil escolas e chegaremos a 2 mil. Recuperamos 2,5 mil quilômetros de asfalto novo e vamos completar 10 mil. As forças de segurança estão cada vez mais bem equipadas, aprovamos a lei Mar de Lama Nunca Mais", enumera Zema. "Saímos de 28 bilhões de investimentos privados atraídos para mais de 270 bilhões. E com a casa em ordem." Sobre a relação com o novo governo federal, não se intimida. "Minas é um estado relevante para qualquer presidente. Fora isso, se alinhamento político resolvesse tudo, o estado não teria entrado na crise em que entrou no governo anterior." Ele também se manifestou em relação ao afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, que considerou "arbitrário". Mas, e a possível candidatura à presidência em 2026? "Tem muita água para passar debaixo dessa ponte", desconversa. 

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