Estado de Minas CIDADE

Paróquia Bom Jesus do Vale prevê inaugurar centro de evangelização em julho

Fundada como comunidade em 2014 e promovida a paróquia em 2018, a Bom Jesus tem funcionado em construções provisórias desde o início


postado em 20/04/2023 08:58 / atualizado em 20/04/2023 08:58

(foto: Uarlen Valério/Encontro)
(foto: Uarlen Valério/Encontro)
A avenida Bom Jesus do Vale, onde ficam as instalações da paróquia que deu nome à via, está cheia de obras, como é comum no Vale do Sereno, bairro em constante transformação. A igreja, último endereço da avenida, também passa por esse processo. Fundada como comunidade em 2014 e promovida a paróquia em 2018, a Bom Jesus tem funcionado em construções provisórias desde o início. É verdade que a estrutura foi melhorando com o tempo, mas sempre com a ideia de ser passageira, à espera da concretização do projeto do arquiteto Gustavo Penna para a igreja e seus arredores. Quem chega ao final da rua consegue ver um tapume e uma placa indicando que uma obra ocorre ali, mas não dá para ver quase nada do que está acontecendo. Não há nenhum prédio erguido, ultrapassando os limites dessa proteção. Por isso, pode parecer otimismo quando Padre Alexandre, pároco da Bom Jesus do Vale, afirma que a inauguração da primeira parte da obra será em 1º de julho próximo.

Mas não se trata de otimismo. Essa primeira etapa do projeto, que não envolve a igreja em si, mas outros espaços importantes, é, em grande parte, abaixo do nível da rua. Por isso, quando se adentra o campo de obras, é uma surpresa ver em que pé a construção está. Padre Alexandre circula pelo local com a intimidade de quem tem a visão total do projeto na cabeça. Aponta uma entrada e diz: "aqui serão as salas de catequese". Mostra uma parede dupla e afirma "neste salão, as paredes são acústicas". Explica a lógica por trás dos ambientes, todos com paredes já erguidas. As obras começaram num período complicado, por causa da pandemia. "Mas como já tínhamos uma comunidade de fiéis consolidada, que ama a Bom Jesus, resolvemos começar em 2021", afirma o pároco. E não é só quem ficou muito tempo sem aparecer na paróquia que se surpreende. Segundo ele, uma fiel que foi conhecer a obra recentemente ficou impressionada e até sugeriu que ele fizesse grupos para visitarem o local, para que os frequentadores vissem como o projeto está adiantado. Ele acatou a ideia e está organizando as visitas em pequenos grupos. A engenheira da obra, Adriana Moura de Oliveira, participa pela primeira vez da construção de uma igreja e tem gostado da experiência. Segundo ela, as pessoas estão engajadas no projeto de forma intensa, com doações, participação e visitas ao local. "O envolvimento que a comunidade tem, a vontade de fazer acontecer, é muito bonita de se ver."

(foto: Uarlen Valério/Encontro)
(foto: Uarlen Valério/Encontro)
Essa fase inicial, a ser entregue no meio do ano, compreende a parte administrativa (escritórios e suas instalações) e o centro de evangelização, com diversos salões para encontros, salas de atendimento, cinco salas de catequese, lanchonete, ou seja, espaços para atividades que a comunidade realiza. Um exemplo é a cozinha a ser usada pelos voluntários na produção das marmitas distribuídas a moradores de rua pela Bom Jesus semanalmente. Hoje, 1,2 mil por semana são preparadas no espaço provisório, muito pequeno. No projeto novo, a área para essa cozinha é dez vezes maior, pelo menos.

Padre Alexandre exemplifica a importância do centro de evangelização, como ele chama essa parte da obra, com a estrutura da cozinha que produz as marmitas, mas os números da paróquia são todos grandiosos e, de certa forma, a estrutura atual limita o crescimento das atividades. Atualmente, são 350 crianças na catequese ("poderíamos já ter 500, mas o espaço não comporta", diz ele), 330 jovens na crisma, 400 adolescentes em atividades de evangelização, além dos encontros de casais e outras reuniões. "A primeira parte da obra foi pensar num lugar para acolher a juventude, as pastorais, a evangelização e as atividades voluntárias da igreja", explica. Padre Alexandre, que foi quem enxergou nesse vale a vocação para uma nova igreja, ainda em 2008, quando era pároco da Nossa Senhora Rainha, do Belvedere, afirma que a finalização dessa parte estrutural dá uma sensação de missão cumprida.

(foto: Uarlen Valério/Encontro)
(foto: Uarlen Valério/Encontro)
O novo centro de evangelização fica abaixo do nível da rua, porque, em cima dele, será erguida a igreja. Quando se vai até a laje do templo, que já está pronta, dá para imaginar sua amplitude. A igreja terá capacidade para receber 940 fiéis na nave, cujo pé direito será de 11 metros. Além disso, há 220 lugares no mezanino, e uma capela para 100 pessoas. O templo, segundo Padre Alexandre (que participou da finalização da igreja do Belvedere, onde ficou por duas décadas), ainda não tem previsão para ser concluído, pois é algo que demora "10, 20 anos". Contudo, o pároco já fala com entusiasmo da arte sacra que fará parte do templo, apesar de dizer que não pode adiantar detalhes sobre o que as artes das paredes da igreja irão representar.

A igreja também virá para acolher o número crescente de fiéis. As missas na construção provisória estão lotadas. Aos domingos, os 650 lugares ficam rapidamente ocupados, e quem não consegue cadeira fica do lado de fora, assistindo por telões. Somente aos domingos, somando as cinco missas do dia, circulam por lá por volta de 4 mil pessoas. Os voluntários também são contados em centenas. Pessoas que leem nas missas são cerca de 150. Médicos que se voluntariam nos primeiros socorros, em torno de 60. No acolhimento das pessoas que chegam, mais 100. Voluntários do grupo de jovens, 200.

Com a conclusão da primeira fase, libera-se a área que hoje é usada para essas atividades de evangelização e administração. Nesse local vai ficar uma praça. Abaixo da praça, será construído, no futuro, um auditório para 500 pessoas. A primeira etapa da obra tem 3.974m² de área construída. No total da edificação, mais de 5.000m², em um terreno que foi uma doação de empreendedores do Vale do Sereno. Segundo Padre Alexandre, a obra é financiada pela associação dos fiéis, com doações esporádicas e outras mais frequentes, de valores variados, bem como doações de 11 empresários, que fazem uma contribuição mensal significativa. "Meu coração não cabe dentro dele diante de entregar essa parte da obra para os fiéis", afirma o pároco. "A parte mais difícil, as colunas que sustentam a igreja, a terraplanagem, a parte estrutural está pronta."

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