
É necessário ficar atento: se o animal apresentar um certo esbranquiçado nos olhos, é hora de buscar ajuda de um oftalmologista veterinário. A catarata é uma doença sem cura e, no momento em que ocorre a perda da transparência do cristalino, a única solução é o procedimento cirúrgico. Isso porque essa lente natural dos olhos é responsável pela passagem de luz até a retina para formar as imagens. Alguns dos sinais de que o animal está perdendo a visão são mudanças na coloração dos olhos, dificuldade de andar e batidas em móveis e paredes. O coordenador de logística e pós-vendas Luciano Moreira tomou um susto ao saber do diagnóstico de Bia, yorkshire de 11 anos e 6 meses de idade. "A princípio percebi os olhos dela cinza, mas não associei a algum problema visual", lembra. "Ao procurar um especialista, descobrimos que ela estava totalmente cega de um dos olhos e enxergando apenas 15% no outro." Após a cirurgia, Bia voltou a enxergar.

Apenas dois tipos de catarata podem ser evitados nos animais. A de causa genética é prevenida ao não deixar que o pet cruze com outro que tenha a doença ou com as raças que possuem predisposição a desenvolvê-la. Entre elas, cães da raça poodle, cocker spaniel, schnauzer miniatura, golden e labrador Retriever e west highland white terrier. Já no caso da catarata diabética, é preciso realizar check-up periódico para controle da glicemia. Apesar do procedimento cirúrgico não devolver a visão completa aos pets, apresenta uma melhora muito significativa. E mesmo nos casos em que a lente não é substituída, a evolução é perceptível. O vendedor Cristiano Murta dos Santos já resgatou Max, poodle de 9 anos, com problema de catarata. "Após a cirurgia em 2021 ele passou a enxergar e ficou mais calmo, menos ansioso e muito mais amigável". A cirurgia em si é simples e rápida: "É feita uma incisão de 2,8 milímetros, seguida de uma abertura na cápsula anterior que envolve o cristalino e, com ajuda do aparelho de facoemulsificação, a catarata vai sendo fragmentada e aspirada até sua completa remoção", diz o médico-veterinário Fábio Brito, presidente do Colégio Brasileiro de Oftalmologia Veterinária (CBOV).
