
Uma das maiores cadeias produtivas do agronegócio, o setor sucroenergético mineiro conta com 36 usinas em produção e 130 municípios produtores de cana-de-açúcar, gerando cerca de 167 mil empregos diretos e indiretos. No Brasil, a produção de cana-de-açúcar na safra 2023/24 deverá crescer em 4,4% em relação ao ciclo 2022/23, sendo estimada em 637,1 milhões de toneladas. Segundo o 1º Levantamento de Cana-de-Açúcar divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), entre os fatores responsáveis pelo avanço no setor estão o melhor rendimento das lavouras, o aumento de áreas de expansão e a incorporação de áreas de fornecedores que não eram utilizadas para o setor sucroenergético, o que impacta diretamente na produtividade. O clima é outro fator preponderante. Em Minas, as chuvas acima da média favoreceram o plantio, estimulando o crescimento saudável da cana.

Para o etanol, a perspectiva é de Minas voltar a produzir mais de 3 bilhões de litros, representando um aumento de 6% em relação à safra passada. O estado cobra a menor alíquota de ICMS de etanol hidratado do país e pode negociar 1,8 bilhão de litros, caracterizando alta de 18% sobre a safra anterior. A produção de etanol anidro somará 1,3 bilhão de litros. A principal vantagem do etanol (E1G) é servir de biocombustível para automóveis. Quando produzido por meio da cana-de-açúcar, ele emite 80% a menos de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera do que a gasolina comum. O presidente da Siamig comemorou o restabelecimento dos impostos federais sobre os combustíveis. Isso porque a tributação de PIS, Cofins e Cide sobre a gasolina (11,9%) é maior do que a do etanol (5,6%). "A recomposição tributária privilegia o consumo de etanol em todo o Brasil", disse.

O futuro da mobilidade sustentável de baixo carbono foi pauta do evento e, segundo o ministro de Minas e Energia, passa pela valorização dos biocombustíveis e pela coordenação de políticas públicas que valorizem o patrimônio tecnológico que o país possui na produção e uso de bioenergia. "O ministério irá desenvolver ações que permitam ao Brasil ser protagonista no crescimento de uma economia verde, baseada em energias limpas, em compromisso do nosso governo de trabalhar pela reindustrialização do país", afirmou. Na ocasião, Alexandre Silveira anunciou que vai propor o aumento de 27,5% para 30% do teor de etanol na gasolina. Segundo ele, o aumento do teor de etanol vai contribuir para a segurança energética do país, resultando na redução das importações de gasolina, assim como para a transição energética através da redução das emissões de gases do efeito estufa.

Nossa cana em números: raio-x do setor em Minas Gerais
- Área plantada: 874 mil hectares
- Posição no ranking nacional de produção: segundo lugar em açúcar; terceiro em cana; e quinto em etanol, biocombustível derivado da cana
- Usinas canavieiras: 36
- Municípios canavieiros: 130
- Empregos diretos e indiretos: 167 mil
- Energia gerada: 3 milhões de MWh de energia que atendem 1,1 milhão de pessoas
- Produção de etanol (safra 2023/24): 3.067 bilhões de litros, aumento de 6%
- Produção de açúcar (safra 2023/24): 4.7 milhões de toneladas, aumento de 3%
- Produtividade (safra 2023/24): 72,5 milhões de toneladas, aumento de 6%
- Maiores grupos em Minas: Delta, Coruripe, BP Bunge, CMAA, Usina Cerradão, Usina Uberaba e Usina Santo Ângelo