Publicidade

Estado de Minas PET

Quais são os segredos de animais que fazem sucesso nas redes sociais?

Unindo trabalho, diversão e muito amor, tutoras de pets influencers de BH falam sobre o esforço necessário para conquistar seguidores


postado em 30/01/2024 13:26

Associando carisma e inteligência, a golden retriever Chanel (@minhagoldenchanel), de 2 anos, tem 21,2 mil seguidores no Instagram e 40,6 mil no Tik Tok:
Associando carisma e inteligência, a golden retriever Chanel (@minhagoldenchanel), de 2 anos, tem 21,2 mil seguidores no Instagram e 40,6 mil no Tik Tok: "É muito importante ter consciência de como as nossas atitudes podem influenciar quem nos acompanha", diz a tutora Nayana Lowhaine (foto: Bruno Hannelt/Divulgação)
Elas se dedicam a produzir conteúdos para as redes sociais que incluem detalhes da vida privada, participação em eventos, entrevista para a imprensa, entre vários outros compromissos necessários para garantir a fama. A rotina dos pets influencers não é nada fácil, e quem pode falar sobre o tema com propriedade são as tutoras de alguns dos animais de estimação que fazem sucesso na capital mineira. Para ser alçado ao posto de influencer é preciso ter criatividade e investir tempo e dinheiro, além de ter um pet carismático e com queda para o "negócio". É preciso também se preocupar com qual tipo de mensagem está sendo transmitida e, de preferência, contribuir para boas causas. Tudo isso visando atrair seguidores e, consequentemente, parcerias com marcas renomadas.

A odisseia é longa e exige determinação. Se destacar em meio à imensidão virtual requer mais do que apenas querer. Como em qualquer outro segmento, é necessário conhecer a fundo o mercado e pesquisar sobre as melhores estratégias para ter audiência e gerar engajamento. A produção de conteúdo inclui fotos, filmagens e edição de vídeos nos mais variados lugares. Estar por dentro das chamadas "trends" do momento, ou seja, das principais tendências, é outro quesito básico para quem quer viralizar.  Por onde passam, a empresária Nayana Lowhaine, de 28 anos, e a golden retriever Chanel, de 2, chamam a atenção. Associando carisma e inteligência, a cadelinha começou a fazer sucesso nas redes sociais quando a tutora passou a filmá-la buscando os mais variados objetos. Basta dizer o nome para que ela corra pela casa até encontrá-lo.

A agenda da pequena Keisha, dachshund de 5 anos, anda lotada. Às vésperas do Natal, a presença da salsichinha, que conta com 61,8 mil seguidores no Instagram (@keisha.dachshund) é muito demandada:
A agenda da pequena Keisha, dachshund de 5 anos, anda lotada. Às vésperas do Natal, a presença da salsichinha, que conta com 61,8 mil seguidores no Instagram (@keisha.dachshund) é muito demandada: "O resultado só vem com muita dedicação, persistência e constância", diz a tutora Isabella Marques (foto: Bruno Hannelt/Divulgação)
"Desde que ela era filhote, eu e o meu noivo começamos a ensiná-la a atender alguns comandos e como ela é muito atenta e esperta, aprendeu rapidinho.", diz Nayana. Ela e Chanel moram no bairro Buritis e, fazendo jus à marca que inspirou o nome da pet, não economizam nos figurinos e nem no estilo. "A casa dos meus pais sempre foi cheia de cães, alguns deles resgatados, então cresci apaixonada por animais." Com 21,2 mil seguidores no Instagram e 40,6 mil no Tik Tok, a tutora se preocupa em utilizar a fama conquistada para estimular a prática de ações sociais. Através do projeto Aulegria, a cadelinha atua como cão terapeuta em visitas realizadas a instituições de saúde, alegrando crianças hospitalizadas. "É muito importante ter consciência de como as nossas atitudes podem influenciar quem nos acompanha".
Outro fator fundamental na atividade, é respeitar o tempo e o limite dos bichinhos para garantir seu bem-estar. Muitas vezes, os animais não estão a fim de brincar, socializar ou usar roupinhas, por exemplo. Querem apenas o "trabalho" de viver e ser felizes. Especialistas em comportamento animal alertam que a labuta de trabalho não pode gerar desconforto ou sofrimento aos pets. "Se o cão, gato e até outros pets não estiverem aptos para a rotina agitada, sem dúvidas terão sua saúde física e mental afetadas", diz Leonardo Curi, treinador de cães e especialista em Terapias Assistidas por Animais. Por isso, é importante observar como eles reagem aos estímulos, considerando que a maioria não é fã de flash e barulhos.

Para os que não se incomodam, é só alegria. A agenda da pequena Keisha, dachshund de 5 anos, também anda lotada. Às vésperas do Natal, os eventos aumentam e a presença da salsichinha, que conta com 61,8 mil seguidores no Instagram, é ainda mais solicitada. Recentemente, ela e a amiga Chanel foram flagradas dando rolé de carrinho em um shopping da capital. O assédio foi tanto que quase impediu a passagem das duas celebridades pets. Ex bancária, a empresária Isabella Marques, de 28 anos, é quem administra a rotina de Keisha. Moradoras do bairro Santa Amélia, elas conquistaram seguidores até do exterior. Espevitada, a cadelinha se sente à vontade com as roupas e acessórios que a tutora lhe coloca. Só não gosta muito de arquinhos na cabeça. "Fico sempre atenta para não deixá-la desconfortável ou estressada", diz Bela. Há quatro anos realizando o trabalho da pet influencer, ela conta que somente há um ano e meio o conteúdo viralizou. "O resultado só vem com muita dedicação, persistência e constância". Para unir os amantes da raça, Bela também criou o Clube dos Dachshunds BH.

Após ser atropelado, Hulk (@ajude.ohulk), cãozinho sem raça definida, foi resgatado pela estudante de veterinária Isabela Teixeira e já conta com 130 mil seguidores no Instagram:
Após ser atropelado, Hulk (@ajude.ohulk), cãozinho sem raça definida, foi resgatado pela estudante de veterinária Isabela Teixeira e já conta com 130 mil seguidores no Instagram: "Muitas pessoas criticam o nosso empenho em ajudá-lo, mas não medimos esforços para que ele fique bem", diz Isabela (foto: Bruno Hannelt/Divulgação)
Não menos importante, é estar ciente de que toda carreira tem início, meio e fim. E em se tratando de pets influencers, a aposentadoria depende das particularidades de cada animalzinho. "A atividade pode ajudar na formação de pessoas que compreendam a senciência animal e sua condição de sujeito de direitos", explica Leonardo Curi. O especialista alerta, contudo, que é preciso respeitar a natureza das espécies. "Essa relação se torna nociva quando se pretende subjugar o pet de acordo com as expectativas, desejos e neuras humanas." Em 2020 o cãozinho Hulk, sem raça definida, foi resgatado pela estudante de veterinária Isabela Teixeira, de 21 anos, moradora do bairro Buritis. O pet havia sido atropelado e largado à própria sorte. Desde então, Hulk que hoje conta com estimados 11 anos de idade, já passou por algumas cirurgias e vários tratamentos para recuperar a saúde e ter qualidade de vida.

Comovidos por sua história, 130 mil seguidores acompanham sua evolução no Instagram. "Criei a página dele para arrecadar recursos para o seu tratamento, mas não imaginava que teria tanta repercussão", diz a tutora. Apesar de suas limitações, Hulk participa de várias ações ajudando na doação de cadeirinhas de rodas e estimulando o cuidado e a adoção de animais especiais. "Muitas pessoas criticam nosso empenho em ajudá-lo, mas não medimos esforços para que ele fique bem", diz Isabela. Lidar com as críticas, inclusive, é uma das dificuldades enfrentadas pelos influencers. Seja qual for o motivo, elas sempre virão. Boa parte delas, nada construtivas. "É preciso saber filtrar os comentários e dar importância apenas ao que realmente importa."

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade