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Estado de Minas EDUCAÇÃO

Estudantes do Colégio Loyola conquistam medalhas na Tailândia

O International Talent Mathematics Contest (ITMC) foi realizado na capital Bangkok, em fevereiro


postado em 19/04/2024 00:13

A equipe do Loyola que participou do International Talent Mathematics Contest (ITMC), na última semana de fevereiro: quatro medalhas de prata e sete de bronze(foto: Divulgação)
A equipe do Loyola que participou do International Talent Mathematics Contest (ITMC), na última semana de fevereiro: quatro medalhas de prata e sete de bronze (foto: Divulgação)
Minas Gerais esteve bem representada em uma competição internacional de matemática realizada do outro lado do oceano. Doze alunos do Colégio Loyola, de Belo Horizonte, foram responsáveis por trazer para o Brasil quatro medalhas de prata e sete de bronze, conquistadas no International Talent Mathematics Contest (ITMC), que aconteceu na última semana de fevereiro, em Bangkok, na Tailândia. A competição é uma iniciativa do Instituto Thai Talent Training, uma das principais instituições de preparação olímpica do mundo, responsável por coordenar outras competições da disciplina e atuar na preparação do time olímpico tailandês para a Olimpíada Internacional de Matemática (IMO).

O diretor acadêmico do Colégio Loyola, Carlos Freitas:
O diretor acadêmico do Colégio Loyola, Carlos Freitas: "Ajudamos os estudantes a entenderem que, por mais paradoxal que isto possa parecer, a matemática é uma ciência das mais humanas e das mais naturais" (foto: Divulgação)
As provas do campeonato ITMC são individuais, escritas em língua inglesa e voltadas para estudantes entre o 2º ano do ensino fundamental e a 2ª série do ensino médio, matriculados em qualquer escola do mundo e pré-selecionados pelas instituições parceiras. Ao todo, foram 110 estudantes brasileiros, de 17 escolas localizadas em oito estados, conforme a Rede do Programa de Olimpiadas de Conhecimento (POC), instituição que representa o evento no Brasil. A equipe de estudantes mineiros do Colégio Loyola foi formada por alunos do 9º ano à 2ª série do ensino médio que conquistaram medalha de ouro na edição brasileira da Olimpíada Internacional Matemática sem Fronteiras (OIMSF), em 2023.

Luísa Fonseca Bernardes, de 15 anos:
Luísa Fonseca Bernardes, de 15 anos: "Esforço e dedicação são essenciais, mas acho que o mais importante é a confiança. Você olhar para uma questão e não ficar com medo de fazer. Faz, tenta fazer, porque você pode conseguir" (foto: Divulgação)
Medalhista de prata, Luísa Fonseca Bernardes, de 15 anos, conta que o maior desafio foi dividir o tempo entre a interpretação das questões em inglês e o raciocínio matemático. "São em média três minutos por questão, então você tem pouco tempo para fazer uma série de atividades difíceis e em outro idioma", diz. Apaixonada por matemática e pelos desafios que ela apresenta, Luísa aproveitou as aulas extras oferecidas pelo colégio para se preparar para a prova e redobrar a confiança. "Esforço e dedicação são essenciais, mas acho que o mais importante é a confiança. Você olhar para uma questão e não ficar com medo de fazer. Faz, tenta fazer, porque você pode conseguir." Além da experiência acadêmica, a adolescente garante que levará para a vida a oportunidade de representar o seu país e conhecer outra cultura. "É uma medalha importante, mas, muito além disso, a experiência de ir para o outro hemisfério, para o Oriente, encontrar pessoas e culturas completamente diferentes, abriu muito a minha mente."

Luiz Henrique Marques, de 14 anos:
Luiz Henrique Marques, de 14 anos: "Além do meu currículo, onde eu posso mostrar que eu ganhei uma medalha na prova na Tailândia, essa experiência contribui mentalmente e socialmente" (foto: Divulgação)
Luiz Henrique Marques, de 14 anos, também trouxe uma medalha de prata para o Brasil e concorda com a colega de escola. "Além do meu currículo, onde eu posso mostrar que eu ganhei uma medalha na prova na Tailândia, essa experiência contribui mentalmente e socialmente", afirma. Para ele, a prática da matemática não contribui apenas para resolver as questões relacionadas à matéria, mas também para o desenvolvimento da capacidade cognitiva e de resolução de problemas, inclusive da sociedade. "A matemática também pode abrir diversas portas, tanto em vagas olímpicas que diversas faculdades brasileiras oferecem, quanto oportunidades como essa de viajar para outro hemisfério. É uma coisa realmente incrível." Apesar da pouca idade, Luiz Henrique sabe bem quem o inspirou a se comprometer com os estudos. "A minha mãe, porque ela veio de uma cidade relativamente simples e se esforçou muito para estudar e conseguir oferecer a condição de vida que eu e minha irmã temos atualmente", conta ele. Para o futuro, ele pretende seguir o mesmo caminho e romper as fronteiras do Brasil, como já começou a fazer. "Eu tenho um sonho de estudar fora, né? Torço para que a matemática consiga me levar até lá."

Diretor acadêmico do Colégio Loyola, o educador Carlos Freitas diz que a escola incentiva esse tipo de pensamento e tenta ajudar os estudantes a entenderem que a matemática existe para resolver problemas, dirimir conflitos e tomar decisões para a vida. "Ajudamos os estudantes a entenderem que, por mais paradoxal que isto possa parecer, a matemática é uma ciência das mais humanas e das mais naturais. Ela está na mente humana, como ferramenta e habilidade, e na natureza, para ser decodificada." Para ele, o desejo dos educadores é ver esse tipo de iniciativa nas escolas de todo o país, democratizando o acesso dos estudantes. "Entendo que o Estado brasileiro também tenha recursos, mas tenho dúvidas se acredita que a educação deva receber estes recursos e tenho certeza que, em geral, não há boa vontade política para incentivar a educação no país", diz. "Infelizmente, não há torneio ou olimpíada que possa nos retirar de uma posição incômoda no ranking das nações em termos de educação e, mais especificamente, em termos de matemática."

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