
Após cobranças de medidas protecionistas, como antecipação das tarifas (impostos) de importação para 35%, parece que os contestadores enxergaram que ficar apenas reclamando não leva a lugar nenhum e resolveram agir para, de fato, enfrentar a concorrência com os chineses e correr atrás do tempo perdido.

O material de divulgação da Chevrolet sobre o Spark apresenta dados apenas superficiais do sem dúvida charmoso SUV. Ressalta o “design boxy”, de linhas quadradas, que lembra o Jeep Renegade, fala do motor elétrico de 180 Nm de torque, menciona “um pacote de equipamentos recheado de recursos para os padrões da categoria”. Relata como uma das inovações o “Assistente de Cruzeiro em Curva, que atua no volante para corrigir trajetórias e ajustar a velocidade do veículo”. Informa também como “destaque o freio de estacionamento eletrônico, câmera 360, banco do motorista com regulagem por botão e retrovisores laterais com rebatimento elétrico.”

O release de apresentação do Chevrolet Spark não menciona, por exemplo, que o Spark é produzido na China pela SAIC-GM-Wulling (SGMW), um joint venture entre a SAIC Motor, General Motors e Wulling Motors. Na China o nome do modelo é Baojun Yep Plus. A marca Baojun é da própria SAIC-GM-Wulling. Procurada por nossa reportagem, a Chevrolet disse que só irá informar os dados técnicos detalhados do Spark “após o lançamento”- a pré-venda já começou - e não informou, entre outras questões, qual é a garantia oferecida para a bateria do Spark. Será de 8 mil km, como é a dos concorrentes? O Spark tem tração dianteira e seu preço sugerido de lançamento é R$ 160 mil.
Autonomia estendida

O seu primeiro carro, o SUV médio C10 não será vendido apenas em versão elétrica, mas também na versão com extensor de autonomia, chamada REEV (Range Extended Electric Vehicle), que possibilita rodar quase 1.000 quilômetros sem necessidade de reabastecimento, ou recarga.
REEV é a sigla em inglês para ‘veículo elétrico de autonomia estendida’, o que consiste em ter um motor a combustão (neste caso, a gasolina) gerando energia para o motor elétrico, que é o único responsável por mover esta versão do Leapmotor C10. Ou seja o motor a combustão funciona basicamente como um carregador da bateria elétrica.

O motor a combustão nessa versão do C10 da Leapmotor tem 1.5 litros a gasolina com potência de 85 cv, usado apenas para gerar energia elétrica para o motor elétrico traseiro de 215 cv e 32,6 kgfm, o único que traciona o carro. O que sobra é armazenado na bateria de 28,4 kWh. Sozinha, sua autonomia é de 145 quilômetros (WLTP), sem que o motor a gasolina entre em operação. Com o extensor a autonomia aumenta para 970 km.
“O C10 REEV será lançado no Brasil e no Chile em 2025, junto de sua versão BEV exclusivamente elétrica”, informou Fernando Varela, vice-presidente da Leapmotor para a América do Sul.