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Estado de Minas BEM-ESTAR

Vasectomia causa impotência?

Especialista fala sobre a cirurgia contraceptiva dos homens


postado em 16/10/2018 13:25 / atualizado em 18/10/2018 17:38

(foto: Freepik)
(foto: Freepik)

Para os casais que não pretendem ter mais filhos, existem dois procedimentos muito comuns e que dão o resultado esperado: a ligadura de trompas (laqueadura) nas mulheres e a vasectomia nos homens. No caso da cirurgia masculina, ela pode ser realizada em ambiente ambulatorial, com anestesia local, sem a necessidade de internação, e permite a retomada das atividades normais após pouco tempo de recuperação.

"O maior receio dos homens com relação à vasectomia está na confusão entre esterilização e impotência sexual. É importante deixar claro que a vasectomia não altera libido, função sexual ou o orgasmo. Tudo continuará como antes e, em alguns casos, até melhor, pois o casal estará mais relaxado e despreocupado com uma possível gravidez indesejada", explica o urologista Marcelo Lorenzi Marques, do Centro Integrado de Urologia, de São Paulo (SP).

Ou seja, a vasectomia torna o homem estéril, mas não interfere na produção de hormônios masculinos nem em seu desempenho sexual. A única alteração que poderá ocorrer após a cirurgia, embora imperceptível para a maioria das pessoas, é uma discreta redução do volume de líquido ejaculado. "Os espermatozoides representam cerca de 15% do líquido ejaculado. Assim, depois da vasectomia este volume tende a ficar 15% menor do que antes, uma diferença muito pequena", afirma o médico.

O procedimento é considerado rápido, dura de 20 a 40 minutos, conforme a especificidade de cada paciente. "A chance de sucesso é enorme, e a necessidade de reoperação existe, mas é baixa. Apenas uma a cada duas mil cirurgias precisa ser refeita, pois de alguma forma ocorreu uma recanalização e os espermatozoides voltaram a ser conduzidos após a ejaculação até a região da uretra prostática, que pode se tornar patente após a obstrução cirúrgica dos dois canais deferentes", comenta o urologista.

Para evitar surpresas, após a vasectomia, todos os pacientes são orientados a seguir com algum método contraceptivo até a realização de um novo espermograma, em geral após dois ou três meses. Neste exame, será possível verificar se ainda há espermatozoides. Assim que for verificada a completa ausência, as relações sexuais sem preservativo estão liberadas aos casais que não desejam ter filhos – e que não estão expostos a doenças sexualmente transmissíveis.

Reversão

Há casos em que os homens acabam se arrependendo de ter realizado a vasectomia. Geralmente, por conta de um novo relacionamento e a vontade de ter um filho com a nova parceira.

Tecnicamente, a reversão é possível, especialmente se a vasectomia tiver sido feita há pouco tempo. Isto porque, quanto mais antigo for o procedimento, as chances de sucesso diminuem. Ainda assim, mesmo que a reversão tenha sido realizada e os espermatozoides não tenham voltado ao esperma, as técnicas de fertilização in vitro poderão relizar o sonho de uma nova gravidez.

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