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Estado de Minas BEM-ESTAR

Toda mulher deve fazer reposição hormonal?

Entenda os benefícios e os riscos dessa terapia


postado em 09/11/2018 14:40 / atualizado em 09/11/2018 14:25

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Apesar do climatério ser uma fase natural na vida de todas as mulheres a partir dos 50 anos, é preciso pensar bem antes de optar pela terapia de reposição hormonal. Segundo a ginecologista e mastologista Juliana Pierobon, da Altacasa Clínica Médica, de São Paulo (SP), há alguns critérios que devem ser avaliados na prescrição do tratamento dos sintomas da menopausa, como idade, tempo de climatério, dosagem hormonal, via de administração dos hormônios , entre outros.

Existem estudos que apontam para possíveis riscos decorrentes da reposição hormonal. Dentre eles, está o aumento de incidência de câncer de mama e doença tromboembólica nas mulheres submetidas a essa terapia. "Apesar de a incidência em números absolutos de efeitos adversos ser baixa e o risco individual, no primeiro ano de tratamento, ser muito pequeno, esses riscos são cumulativos com o tempo de uso de hormônios", afirma a ginecologista, que reforça a necessidade de avaliação caso a caso.

De acordo com a especialista, a reposição hormonal pode ser indicada preferencialmente na perimenopausa, ou seja, na fase que antecede a menopausa, quando ainda ocorrem as últimas mestruações, ou nos primeiros anos do climatério, em mulheres na faixa dos 50 a 59 anos. A terapia, nestes casos, serve para combater as famosas ondas de calor – chamadas de fogachos –, além de sintomas de ressecamento vaginal, problemas urinários, perda de libido e perda de memória e cognitiva. A reposição também pode evitar a osteoporose e aumentar a proteção cardiovascular, diminuindo risco de infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC).

"Na população até 59 anos, a terapia de reposição hormonal pode conferir enormes benefícios, mas se o tratamento começar depois de mais de 10 anos do início da menopausa, pode levar a efeitos colaterais perigosos. A duração do tempo de prescrição da terapia ainda é um desafio, pois os estudos realizados até hoje são inconsistentes para definir quando interromper a hormonioterapia. A decisão de iniciar ou manter a reposição hormonal, repito,deve ser individualizada, com base na gravidade dos sintomas. Além disso, a terapia precisa ser permanentemente monitorizada e pode ser mantida enquanto os benefícios forem superiores aos riscos, sempre sob supervisão médica", alerta Juliana Pierobon.

Existem medicamentos hormonais tradicionais encontrados nas farmácias e também os chamados "hormônios bioidênticos", geralmente processados em farmácias de manipulação, que são usados na terapia. Porém, a ginecologista não recomenda os hormônios artificiais: "Não existem razões médicas ou científicas para recomendar esse tipo de hormônio. As preparações hormonais bioidênticas ou 'customizadas' não foram testadas em estudos e sua pureza e riscos são desconhecidos".

Uma forma natural de amenizar os sintomas do climatério, que pode ser realmente incômodo para algumas mulheres, é adotar um estilo de vida saudável, prestando maior atenção à alimentação e praticando atividades físicas. "Manter um estilo de vida com alimentação adequada, exercícios físicos e práticas de atividades redutoras de estresse, como meditação e yoga, podem auxiliar muito essas mulheres a passar pelas modificações dessa fase com mais qualidade de vida", comenta a especialista.

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