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Estado de Minas BEM-ESTAR

Especialistas criticam o uso do óleo de prímula para 'tratar' TPM e menopausa

O produto natural é muito usado, porém, como anti-inflamatório, no tratamento da artrite reumatoide


postado em 29/12/2017 15:15 / atualizado em 29/12/2017 15:24

A prímula é uma flor com cerca de 500 espécies, e o óleo extraído dela possui ação anti-inflamatória, mas que não tem efeito comprovado para a TPM e a menopausa(foto: Pixabay)
A prímula é uma flor com cerca de 500 espécies, e o óleo extraído dela possui ação anti-inflamatória, mas que não tem efeito comprovado para a TPM e a menopausa (foto: Pixabay)
Atualmente, existem inúmeros produtos naturais considerados "milagrosos" no tratamento de doenças e problemas que acompanham nosso envelhecimento. Um exemplo é o óleo de prímula, extraído de uma planta de mesmo nome (chega a ter 500 espécies), e que supostamente é rico em ácidos graxos e ômega-6, tendo potencial anti-inflamatório e para combater os sintomas decorrentes da Tensão Pré-menstrual (TPM) ou mesmo da menopausa. Entretanto, segundo o ginecologista e obstetra Eliezer Berenstein, do hospital São Luiz, de São Paulo, não há comprovação científica dos benefícios gerados pelo óleo de prímula em pacientes com queixas de TPM ou menopausa.

"Muitas pacientes, frequentemente, se voltam para abordagens ditas alternativas sem base na Medicina, baseadas em evidências terapêuticas fora da medicina convencional. Não há evidências suficientes para fazer uma avaliação confiável da eficácia do óleo", comenta o médico. Ele reconhece que o óleo de prímula é uma terapia alternativa de uso comum e uma fonte rica de ácidos graxos essenciais e ômega-6. "É mais conhecido pelo seu uso no tratamento de doenças sistêmicas marcadas por inflamação crônica, como dermatite atópica e artrite reumatoide. No entanto, a maioria dos testes, até o momento, possui falhas metodológicas significativas e devem ser considerados preliminares", completa Eliezer Berenstein.

Quem também recomenda cautela no uso do produto natural é Eduardo Motta, ginecologista e obstetra do hospital Sírio-Libanês. Ele alerta para os riscos de usar a substância sem qualquer controle ou acompanhamento profissional. "É importante observar que estas substâncias são oferecidas à população sem parâmetros de controle de qualidade definidos, o que permite que possa haver oferta de componentes contaminantes ou em dosagem desconhecida. Desta forma, é importante estar atento à procedência e aos controles de qualidade para o consumo. Qualquer substância ingerida pode apresentar efeitos colaterais, como alergias, por exemplo", explica o especialista.

Vale lembrar que é importante ressaltar que os sintomas inerentes à TPM ou à menopausa sejam levados à sério e precisam ser combatidos, na medida do possível, para evitar que a paciente tenha uma piora sensível na qualidade de vida.

Justamente por isso os especialistas ressaltam a importância de buscar acompanhamento médico ao notar a permanência dos sintomas e a piora do quadro clínico. "É importante ter certeza do diagnóstico para que não se esteja retardando um tratamento mais adequado", afirma Eduardo Motta.

Berenstein destaca que cada mulher deve seguir o tratamento mais adequado às suas necessidades, pois não existe um único medicamento ou tratamento capaz de amenizar, de forma geral e indistinta, os sintomas da menopausa ou da TPM. "Toda mulher é diferente e única. A maioria, mas não todas, experimenta sintomas da síndrome, até certo ponto, em algum momento. Mas nem todas sentem os mesmos sintomas, e esses sintomas variam em gravidade entre as mulheres, e mesmo de mês para mês", completa o ginecologista.

(com portal do hospital Sírio Libanês)

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