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Estado de Minas BEM-ESTAR

Diabéticos podem ingerir bebidas alcoólicas?

Entenda a relação entre o diabetes e o álcool no organismo


postado em 02/01/2019 10:40 / atualizado em 02/01/2019 10:35

(foto: Pexels)
(foto: Pexels)

Durante as férias, é normal que as pessoas aproveitem os dias quentes de Verão bebendo cerveja gelada ou espumante à beira da praia ou da piscina.  Mas, será que os pacientes com diabetes também podem aproveitar esse tipo de bebida? Afinal, muitas delas são compostas por carboidratos vazios, sem nutrientes, e têm alto teor calórico. Outro problema é que as bebidas alcoólicas poderem causar uma elevação da glicemia num primeiro momento, fazendo os níveis de glicose no sangue diminuírem em seguida, o que pode desencadear quadros de hipoglicemia.

A Sociedade Americana de Diabetes recomenda o consumo máximo diário de um drinque para mulheres e dois para homens, sendo cada dose equivalente a 150 ml de vinho (uma taça), 360 ml de cerveja (uma lata) ou 45 ml de destilado. Porém, segundo o endocrinologista Fernando Valente, da Sociedade Brasileira de Diabetes, antes de consumir de bebidas alcoólicas, os diabéticos devem checar as taxas de glicose no sangue. "A ingestão de bebidas é permitida somente se os níveis de glicemia estiverem normais. Isso é fundamental, uma vez que os sintomas de hipoglicemia e de intoxicação por álcool são muito similares",diz o médico.

Caso a pessoa com diabetes queira consumir álcool, é preciso que seja feita a devida ingestão de alimentos e o eventual ajuste nas doses de insulina. Além disso, sempre consulte o médico antes de beber.

Tontura, confusão mental, ansiedade, nervosismo, palpitação ou ritmo cardíaco acelerado, boca seca, formigamento nos lábios, fome excessiva e até desmaio ou coma são sintomas que podem corresponder à intoxicação por álcool e à hipoglicemia, informa o especialista.

"A hipoglicemia é resultado de uma queda vertiginosa das taxas de glicose no sangue. Para seu tratamento, além da abstinência do álcool, recomenda-se que o paciente tome um copo de suco de laranja, de refrigerante não dietético, ou de água adoçada. O efeito será mais rápido se for acompanhado de alimentos ricos em carboidratos de longa duração, como pães e biscoitos. Caso o nível de consciência esteja comprometido, a pessoa deve ser encaminhada ao médico para ser rapidamente medicada, ou pode receber uma injeção de glucagon administrada por um familiar", esclarece Fernando Valente.

Ao ser ingerido, o álcool passa rapidamente pelo estômago e chega ao fígado por meio da corrente sanguínea. Nele, a substância é metabolizada – o órgão processa apenas um drinque a cada duas horas, em média. Quando essa quantidade é ultrapassada, a substância permanece no sangue e causa efeitos como tontura, desinibição e diminuição da capacidade de raciocínio.

E no caso de pessoas com diabetes? Uma das funções do fígado é controlar o nível de glicose na corrente sanguínea: ele direciona as reservas de açúcar em caso de queda das taxas no sangue. Além disso, ele também é responsável por fabricar a glicose. Ou seja, nos caso de pacientes que estão tomando medicações que aumentam a quantidade de insulina no sangue ou precisam receber injeções da substância, ao tomarem bebidas alcoólicas, o fígado fica sobrecarregado ao metabolizar o álcool e deixa de regular a quantidade de açúcar no sangue. "O resultado é a queda dessas taxas, aumentando o risco de hipoglicemia", diz o endocrinologista.

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