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Estado de Minas CURIOSIDADE

Humanos podem receber sangue de outro animal?

Entenda essa dúvida que era comum no século XIX


postado em 23/01/2019 08:40 / atualizado em 23/01/2019 08:47

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Uma reportagem publicada no site da emissora estatal alemã Deutsche Welle aborda um questionamento antigo e interessante a respeito do sangue. A matéria lembra que, até o século XIX, acreditava-se que os humanos, talvez, pudessem receber sangue de outros animais, como as ovelhas.

Naquela época, conforme a matéria, muitas tentativas de transfusão de sangue entre humanos e animais foram realizadas. Porém, nenhuma delas obteve sucesso, inclusive a maioria dos testes acabou provocando a morte dos voluntários.

O problema é que ao receber o sangue incompatível, o sistema imunológico é ativado em nosso organismo, o que gera o chamado choque anafilático, que é caracterizado por uma reação alérgica gravíssima, que pode levar à morte.

Diferentemente do pensamento do século XIX, a Deutsche Welle lembra que, hoje, já se sabe que cada espécie de vertebrado possui seus próprios grupos sanguíneos, o que torna impossíveis as transfusões entre animais diferentes.

Os seres humanos possuem quatro tipos de sangue (A, B, AB e O). Já as ovelhas possuem nada menos que 20 tipos sanguíneos, enquanto os cavalos chegam a ter 34 variações de sangue.

Nem mesmo algumas espécies de primatas, como o macaco bonobo, que possui 99% de compatibilidade genética com os seres humanos, pode nos fornecer sangue, uma vez que os as células presentes no sistema circulatório desses animais são diferentes das que constam no nosso.

Vale lembrar que existe o problema da compatibilidade de sangue entre indivíduos da mesma espécie. Para que uma pessoa receba doação de um voluntário, é necessário que os tipos sanguíneos do doador e do receptor sejam compatíveis – incluindo o fator RH, que diz respeito a um antígeno presente no sangue e que também pode causar reação do sistema imune. Isso também é observado em outros animais.

De forma simples, basta imaginar que nosso organismo encara uma transfusão de sangue incompatível como uma ameaça, provocando o choque anafilático na tentativa de expulsar o "perigo".

A Deutsche Welle cita também a questão dos sangues considerados raros, como o AB negativo, que é encontrado em somente 1% dos brasileiros. Ou seja, se uma pessoa com esse tipo de sangue precisar de uma transfusão, encontrar estoque suficiente para salvar a vida dela pode se tornar uma tarefa complicada.

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