Publicidade

Estado de Minas PESQUISA INÉDITA

Coração das mulheres brasileiras sofre com depressão e stress

Acúmulo de funções, inclusive domésticas, também pesam no coração feminino


postado em 27/09/2019 14:07 / atualizado em 27/09/2019 14:30

Pesquisa Saúde Cardiovascular da Mulher Brasileira aponta que fatores como stress, pressão financeira e excesso de atividades domésticas afetam o coração feminino(foto: Pixabay)
Pesquisa Saúde Cardiovascular da Mulher Brasileira aponta que fatores como stress, pressão financeira e excesso de atividades domésticas afetam o coração feminino (foto: Pixabay)
O coração das mulheres brasileiras está sofrendo pressões das doenças da modernidade como depressão e stress. Para se ter ideia, globalmente, as duas doenças são responsáveis pelo aumento de duas a cinco vezes nas chances de infarto e Acidente Vascular Encefálico (AVE). Já na população brasileira, a presença de stress percebido agrava em oito vezes as chances de infarto, o dobro que em países como a Argentina e o quádruplo que a Colômbia é o que revela a pesquisa Saúde Cardiovascular da Mulher Brasileira realizada pela Fundación Mapfre e Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp).

A pesquisa se baseou em 93.605 avaliações de pacientes de mais de 500 unidades básicas de saúde de todo o país. O estudo aponta que 51,6% das mulheres passaram por, pelo menos, uma situação estressante muito importante no último ano, enquanto 37,3% dos homens apontaram algum evento deste tipo.

Família e finanças

A frequência e a natureza desses eventos também foram avaliadas: 61,1% das brasileiras responderam passar por estresse permanente no âmbito domiciliar, em níveis "moderado", "intenso" ou "exagerado". Entre os homens esse percentual foi de 45,7%. As finanças também são motivo de aborrecimentos frequentes - entre "moderado", "intenso" ou "exagerado" - para 58,4% das pesquisadas. O mesmo índice ficou em 52,3% no universo masculino.

Mães, esposas e chefes do lar

"Estima-se que atualmente cerca de 40% dos lares brasileiros são chefiados por mulheres. Elas, que se desdobram entre as funções de provedoras da família, profissionais, mães e esposas, merecem um foco mais detalhado quando o assunto é saúde do coração", afirma a diretora da Fundación Mapfre no Brasil, Fátima Lima.

De acordo com o cardiologista José Francisco Kerr Saraiva, presidente da Socesp e responsável pelo Centro de Pesquisa da entidade, esses fatores emocionais devem ser levados em consideração ao avaliar uma tendência à manifestação de doenças cardíacas no público feminino. "Os mecanismos clássicos de avaliação do risco cardiovascular não consideram o stress percebido, que deve, sim, ser somado a hábitos alimentares, prática de exercícios físicos, tabagismo e consumo de álcool", aponta.

(foto: Fundação Mapfre e Socesp/Reprodução)
(foto: Fundação Mapfre e Socesp/Reprodução)

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade