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Estado de Minas ESPECIAL NOVO CORONAVÍRUS

Cuidadores de idosos precisam de atenção dobrada contra o novo coronavírus

Médica dá dicas de como proteger a faixa etária que é grupo de risco da Covid-19 e de como passar por um isolamento social mais tranquilo


postado em 29/03/2020 22:32

Quem toma conta de uma pessoa idosa deve ter ainda mais atenção aos riscos do novo coronavírus(foto: Pixabay)
Quem toma conta de uma pessoa idosa deve ter ainda mais atenção aos riscos do novo coronavírus (foto: Pixabay)
A internet está cheia de dicas, sugestões, listas de atividades e até memes sobre como funciona o isolamento social com crianças em casa. Contudo, existem familiares e cuidadores que estão em casa com idosos - grupo de risco para o novo coronavírus -, e que também estão passando por desafios para manter a saúde física e mental de todos os moradores. Como essa população precisa estar mais protegida, há orientações específicas tanto para os próprios idosos quanto para quem tem contato com eles. Sobre quais as condutas devem ser adotadas para quem está cuidando de pessoas nessa faixa etária durante a pandemia, conversamos com Marayra França, da medicina geriátrica da Rede Mater Dei, que possui atendimento geriátrico de urgência e emergência 24h, além de unidade exclusiva para internação de idosos e acompanhamento ambulatorial na unidade Santo Agostinho.

Suspensão de visitas

Como jovens e crianças são muitas vezes assintomáticos, não é possível saber quem está infectado com o novo coronavírus. Por isso, a geriatra ressalta que visitas devem ser suspensas no período, com isolamento social total do idoso e, se possível, do cuidador. Caso se alternem os cuidadores, é necessária ainda mais atenção à higiene e ao surgimento de sintomas.

Higiene e máscara

A médica ressalta a importância da higiene frequente das mãos para todos e, se possível, uso de máscara para o cuidador.

Aumento de visitas virtuais

A restrição de visitas físicas não significa falta de contato com familiares e amigos. É importante aumentar os encontros virtuais, via telefone ou vídeochamada, para não deixar os idosos sozinhos. "Isolamento social não pode ser isolamento emocional", diz Marayra. Ela sugere ainda que o cuidador ofereça atividades como ver vídeos no YouTube, cursos online, leituras, músicas, bem como tentar manter encontros já tradicionais (se a pessoa tinha um encontro semanal com amigos, tentar fazer um encontro virtual no mesmo dia e horário).

Banho de sol e atividade física

Mesmo dentro de casa, procure encontrar um local para banho de sol e incentive a prática de atividades físicas leves, como caminhada (se for descer para o pilotis do prédio, verificar se não há outras pessoas e manter distância de outros moradores)

Atenção a condições médicas prévias

"Doenças que os idosos já apresentavam precisam ser bem controladas neste momento", explica Marayra. Ela diz que nem sempre é necessário manter uma consulta que já estivesse marcada, depende do tipo de atendimento, e isso pode ser verificado com o médico. Afirma, ainda, que familiares podem buscar receitas e pedir orientações para o médico, evitando, assim, a saída desnecessária do idoso. "Se o sintoma for uma manifestação aguda de doença que a pessoa já sabe que tem - uma infecção urinária, gastroenterite, demência -, o paciente deve ser avaliado." Já em relação a sintomas do coronavírus, a pessoa e seus familiares devem estar atentos a confusão mental, sinais de desidratação, não ingestão de alimentação adequada, febre alta. "Caso haja esses sintomas, deve-se procurar com rapidez um pronto socorro."

Vacina da gripe

A vacina é de extrema importância para pessoas dessa faixa etária e, mesmo com a orientação de isolamento, é necessário buscá-la. Caso haja filas no local, mantenha 2 metros de distância de outras pessoas ou procure a modalidade de drive thru. "Idosos restritos ao leito também têm direito ao atendimento domiciliar", diz Marayra.

Idosos que se recusam a cumprir o isolamento

Como as demais faixas etárias, os idosos também nunca passaram por uma pandemia dessa magnitude e tiveram de obedecer a orientações de isolamento. "Além disso, muitas vezes, têm uma rotina bem estruturada que é difícil de ser retirada", afirma a especialista. A sugestão de Marayra para convencê-los a ficar em casa é mostrar dados, como o aumento da taxa de letalidade de 0,2% entre jovens para até 15% a partir dos 60. Outra proposta é oferecer ao idoso aquilo que ele deseja ao sair de casa, mas de outra maneira. "Se quer ir ao mercado porque compra frutas todo dia, familiares podem levar as frutas em casa. Se gosta de caminhar, podem mostrar atividades online que ele possa repetir em casa", diz. 

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