Em entrevista no vídeo que abre esta reportagem, o oftalmologista Milton Jacques de Carvalho, especialista em glaucoma e diretor da clínica BH Olhos, explica que as alterações foram constatadas por meio de uma tomografia de coerência óptica, chamada OCT. "A conjuntivite acomete mais na passagem da fase 1 para a fase 2, da Covid, e as alterações na retina mais na fase dois, quando o paciente apresenta falta de ar e comprometimento pulmonar", diz. Milton afirma que em animais foi detectada uma baixa na acuidade visual causada pelo novo coronavírus, mas isso não foi detectato em humanos. Como os estudos são preliminares, é importante ficar atento. Pacientes que se recuperaram de Covid devem procurar um oftalmologista para detectar possíveis lesões e fazer o acompanhamento necessário.
Milton também se mostrou preocupado com o fato de muitos pacientes deixarem de ir a consultas e fazer exames de rotina com medo de se exporem ao novo coronavírus. "Doenças como glaucoma, retinopatia diabética, degeneração macular úmida são doenças importantes, que podem levar à cegueira e não devem ser desprezadas", diz. "É fundamental que, principalmente os portadores dessas doenças, mantenham seu controle oftalmológico de forma regular." E como o novo coronavírus já foi identificado na lágrima, é importante saber que os olhos também funcionam como porta de entrada para a Covid-19. Então, deve-se seguir as recomendações de higiene como lavar sempre bem as mãos e evitar tocar o rosto e os olhos tanto para não se contaminar quanto, uma vez contaminado, não contaminar outros.