

De acordo com o oftalmologista, um indivíduo pisca em torno de 20 vezes por minuto, mas ao utilizar as telas esse número cai para seis vezes por minuto. "Ocorre que ao piscar menos o filme lacrimal evapora de forma mais rápida. O filme lacrimal, ou seja, a lágrima, é formado pelas camadas lipídica, aquosa e mucoide, mantém os olhos lubrificados e funciona como um mecanismo de defesa contra infecções", aponta.

Em virtude do crescente número de casos da Síndrome do Olho Seco criou-se a campanha mundial Julho Turquesa, que no Brasil é fruto de uma parceria entre a Associação dos Portadores de Olho Seco (APOS) e a Tear Film Ocular Surface Society (TFOS). "A iniciativa tem o objetivo de esclarecer e alertar a população para o diagnóstico da doença e tratamentos disponíveis. Da mesma forma, busca informar sobre os fatores de risco, que não se resumem à expansão do uso de computadores, celulares e tablets. Também interferem na formação de lágrimas ou em sua qualidade agentes de ordem ambiental, com o aumento da poluição nos centros urbanos e uso do ar condicionado, a chegada da menopausa, lentes de contato, doenças autoimunes", relata o fundador da APOS.
Os especialistas afirmam que atualmente existem diferentes tratamentos para o Olho Seco. "O oftalmologista irá avaliar as necessidades individuais do paciente para propor a abordagem mais adequada, que pode envolver uso de lágrimas artificiais, medicamentos sistêmicos, luz pulsada, lentes de contato esclerais, entre outras", ilustra Milton Yogi. José Alvaro Pereira Gomes acrescenta que em casos mais graves podem ser recomendados procedimentos cirúrgicos, como tarsorrafia e transplante de conjuntiva, mucosa labial ou até mesmo de glândulas salivares. "O tratamento é individualizado e definido de acordo com os fatores que desencadeiam o Olho Seco no paciente, considerando risco/benefício e custo", orienta.