Publicidade

Estado de Minas SAÚDE

Campanha Agosto Dourado destaca a importância da amamentação

Para especialista, falta de informação e de rede de apoio são obstáculos para o aleitamento materno


postado em 04/08/2022 21:00 / atualizado em 04/08/2022 21:08

(foto: Freepik)
(foto: Freepik)
A campanha Agosto Dourado, coordenada pelo Ministério da Saúde, visa a esclarecer e conscientizar a população sobre a importância da amamentação. O mês de agosto foi escolhido porque é quando ocorre a Semana Mundial do Aleitamento Materno, promovida pela Aliança Global pela Amamentação (Waba). Este ano, o Agosto Dourado, que tem como lema "Fortalecer a Amamentação: Educando e Apoiando", foca não só nos pais, mas também nos trabalhadores da saúde.

O Brasil é, há anos, reconhecido como referência mundial em estímulos ao aleitamento materno. De acordo com o Ministério da Saúde, "o país busca avançar para garantir que as mães, principalmente aquelas que trabalham fora de casa, tenham condições para amamentar seus filhos pelo máximo de tempo possível".

Os benefícios do aleitamento materno compreendem o fortalecimento do vínculo e o auxílio à prevenção de doenças maternas e da infância. Entretanto, para que o processo seja uma experiência positiva para a mãe e o bebê é importante levar informação e derrubar alguns mitos que circundam o tema, conforme aponta a pediatra do Hospital Vila da Serra, Bárbara Carolina Vieira Nogueira Valério.

"Os principais obstáculos à amamentação são a desinformação, a idealização de que ela é puramente instintiva e a ausência de uma rede de apoio. Junto às orientações de profissionais, como de obstetra, pediatra, enfermeira e fonoaudiólogo, a realidade atual é que a gestante consegue encontrar conteúdos seguros e de qualidade em redes sociais, com o cuidado de saber filtrar os perfis que estejam alinhados com as recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde) e da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria). Também é importante entender que cada bebê é único, e que cada mãe tem uma experiência diferente", afirma a pediatra.

Segundo a médica, uma dúvida bastante frequente sobre o tema diz respeito ao estabelecimento ou não de horários de amamentação. "A livre demanda é a melhor opção, principalmente no início, pois a genitora ainda não conhece as necessidades metabólicas do seu filho que acabou de nascer. A livre demanda consiste em atender à solicitação do bebê e permitir que a mãe reconheça sinais de fome e de saciedade. Além disso, vale lembrar que amamentar vai muito além da nutrição física, abrange a emocional também", orienta.

O ato de amamentar protege o bebê de uma série de doenças e infecções, como diabetes e diarreia, fortalece o sistema imunológico, reduz a taxa de mortalidade e "melhora o desenvolvimento da musculatura orofacial do bebê, já que para realizar a sucção no seio, a musculatura faz um movimento que nenhum outro meio consegue reproduzir. Na mãe, essa sucção estimula a contração do útero, o que reduz os riscos de sangramento após o parto", explica Bárbara Carolina Vieira Nogueira Valério. A pediatra acrescenta que estudos científicos identificaram os aspectos emocionais vinculados à amamentação, concluindo que os bebês que mamam no peito têm um desenvolvimento saudável da personalidade e dos comportamentos sociais, e estabelecem uma maior conexão com a mãe.

A especialista salienta que o leite materno deve ser oferecido ao bebê de forma exclusiva até o sexto mês, podendo se estender até os dois anos de idade ou mais. "As principais contraindicações ao aleitamento materno em bebês saudáveis são se a mãe for portadora do vírus HIV, se faz uso de alguma medicação incompatível com a amamentação e/ou se são dependentes químicas", informa a pediatra do Vila da Serra.

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade