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Estado de Minas BALANÇO

Mercado de veículos seminovos fecha 2021 com números positivos

Palio, Uno e Fiesta estão entre os mais vendidos. Associação do setor prevê que a demanda por carros usados e seminovos continuará em alta em 2022


postado em 10/01/2022 20:31

(foto: Freepik)
(foto: Freepik)
O mercado de seminovos e usados deve continuar aquecido em 2022. O ano encerrou com expressiva alta de 17,8% no acumulado de 2021, totalizando 15.106.724 unidades vendidas segundo dados da FENAUTO (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores). A crise no fornecimento de semicondutores deve perdurar e o setor de revenda segue impulsionando o setor automobilístico que continua sofrendo com a produção dos zero quilômetro.

Em Minas foram vendidos uma média diária de 147.745 unidades representando aumento de 8% nos números de dezembro em comparação a novembro. O dado representa uma alta de 11,5% no acumulado do ano se comparado a 2020. Na capital Belo Horizonte alta de 11,4% no panorama anual. Em média, foram comercializadas cerca de 32.142 unidades/dia, representando uma diminuição de 2,2% em comparação com o mês anterior.

Carros mais vendidos

Na lista de mais vendidos no país os populares Palio, Uno e Ford Fiesta encerram o mês de dezembro em primeiro, segundo e terceiro lugar respectivamente. Com 37.580 unidades comercializadas, o líder supera pela pequena diferença os 38.194 do Uno e os 24.989 do Fiesta. Em Minas e em Belo Horizonte o terceiro colocado no ranking foi o Palio e o Gol da Volkswagen respectivamente.

Vendas em crescimento, apesar da crise econômica

No balanço do ano, valorização de seminovos e vendas em alta foram motivo de otimismo para o setor apesar do recuo de 4,5% em janeiro de 2021. Já fevereiro, segundo dados fornecidos pela Fenauto, foram registrados 13% de alta em relação ao mesmo período de 2020 e em Minas o avanço foi de impressionantes 53,7%. Os dados seguiram positivos fechando o primeiro semestre com aumento nacional de 62,3% contabilizando 7.367.947 unidades vendidas.

"Esse foi um ano muito difícil para diversas indústrias, ainda assim fechamos com um crescimento expressivo se comparado ao ano passado. No sudeste, região no qual estamos inseridos, alta de 22,9%. E a perspectiva é positiva para 2022 já que a falta de insumos deve perdurar afetando a produção dos carros zero quilômetro e a previsão de regulamentações de poluentes que já tiraram alguns modelos do mercado", conta o diretor comercial da Associação de Revendedores de Veículos do Estado de Minas Gerais (Assovemg), Flávio Maia.

O presidente da Associação de Revendedores de Veículos do Estado de Minas Gerais (Assovemg), Glênio Junior(foto: Renato Matos/Divulgação)
O presidente da Associação de Revendedores de Veículos do Estado de Minas Gerais (Assovemg), Glênio Junior (foto: Renato Matos/Divulgação)
Zero km cada vez mais caros

E não são poucas as razões que tem influenciado um aumento na procura por veículos seminovos e usados. De acordo com rastreamento realizado pelo site FlightAware, no último domingo (2), quase 4 mil voos foram cancelados em decorrencia do avanço da variante Ômicron. Pilotos, tripulações e equipes de apoios em quarentena forçaram algumas companhias aéreas a remanejar passageiros, por outro lado, muitas pessoas que têm optado por viajar de carro nas férias de fim de ano aumentando a demanda em locadoras e em revendas.

Outros fatores também têm influenciado a escolha do consumidor. A demora na entrega dos veículos novos tem sido relevante e a alta considerável dos preços continua atraindo os olhares para as revendas. Atualmente um carro zero quilômetro sai, em média, por 70 mil reais e os veículos populares como os campeões de venda Uno, Palio e Gol pararam de ser produzidos em 2021, depois de décadas de sucesso.

Quase quatro décadas depois do lançamento do revolucionário FIAT UNO no Brasil, o modelo  prepara para se despedir do mercado com expressivas 4.379.356 unidades vendidas. Além do icônico modelo, outros populares vão deixar de ser produzidos como o Up! e Fox da Volkswagem.

Os carros que saem de linha ficam desvalorizados?

Sobre a possível desvalorização de seminovos e usados já fora da linha de produção em 2021, a empresa de avaliação de veículos e pesquisa automotiva KKB Brasil (Kelley Blue Book), demonstra que a variação depende mais do modelo que propriamente o fim de sua comercialização. É o caso do Volkswagem Up! que até dezembro valorizou cerca de 0,32%.

Um exemplo de carro zero quilômetro com preço acessível ainda disponível no mercado é o Renault Kwid que oscila na faixa dos 50 mil reais segundo a tabela FIPE. Com aumento de cerca de 15% no valor final, o veículo novo ainda conta com a desvantagem da depreciação, que em alguns modelos, pode chegar a até 20%.

Valor do IPVA para novo emplacamento assusta

Outro fator que têm assustado o consumidor é a alta do IPVA 2022 para os novos emplacamentos. Os valores, que ainda não foram divulgados pela Secretaria do Estado da Fazenda de Minas Gerais, só não passam a valer para os proprietários de veículos seminovos e usados segundo medida sancionada no último dia 15 de dezembro pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais. 

A proposta é de um congelamento nos preços do último ano, ou seja, a base da tabela prevista em 2021 continua sendo considerada. Além dessa boa notícia a escala de vencimento do imposto em 20, divulgada na última terça-feira (4), vai começar apenas no dia 21 de março dando um fôlego a mais para o consumidor.

Ainda que a previsão seja de alta para o Dólar em 2022, dezembro fechou com leve queda de 1,14% nos valores do combustível. O consumidor também não vai pagar o DPVAT (Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres) pelo segundo ano consecutivo.

Cuidado na hora de comprar seminovos ou usados

No entanto quem opta por um seminovo ou usado deve ficar atento. "Além das constantes mudanças e variações de preços disponíveis para consulta na tabela FIPE, o consumidor deve exigir o laudo cautelar e checar documentação junto aos órgãos competentes. Optar por lojas que são associadas e contam com o respaldo da Assovemg também ajuda a evitar dor de cabeça na hora de fechar um negócio", conta o presidente da associação, Glênio Junior.

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