Para a engenheira civil e sanitarista Patrícia Dayrell, todos têm sua parcela de culpa. Ela participou da elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, finalizado em março. A proposta é uma espécie de braço da Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída em 2010. O estudo de BH prevê uma série de ações para os próximos 20 anos. Entre as metas relacionadas aos eletrônicos obsoletos, está a aplicação do processo de logística reversa. Significa que a responsabilidade pela destinação correta do lixo é compartilhada entre fabricantes, distribuidores, varejistas e consumidores. Da mesma forma que o produto sai das fábricas, ele pode retornar para ser reaproveitado ou repassado a usinas de reciclagem.
"É um caminho sem volta. Temos de mudar os nossos hábitos", afirma Patrícia, que chama atenção para o consumo e descarte desenfreados de eletrônicos, sobretudo, celulares e tablets. "Os aparelhos já saem da indústria com uma vida curta pela frente", diz. Em 2016, o faturamento da indústria eletroeletrônica no país foi de 131,2 bilhões de reais, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica.
Mas ainda há remédio. Em BH, existem empresas que se transformaram em postos de coleta ou que recolhem em casa o lixo eletrônico, sem custo algum para o morador (confira no quadro). É o caso da BH Recicla, que faz esse serviço desde 2010. "A pessoa entra no site, preenche o formulário e colocamos o endereço em nossa rota", afirma Kelleson Vitorino, um dos diretores da companhia. A BH Recicla também é responsável pelo descarte sustentável do lixo eletrônico de aproximadamente 500 empresas. Todos os meses, cerca de 30 toneladas de produtos que não seriam mais utilizados são recolhidos por mês. "O nosso limite de atuação é a consciência das pessoas. Acredito que poderíamos recolher uma quantidade muito maior de resíduos", diz Kelleson.
A auxiliar de escritório Edmea Gonçalves Rocha, cansada de ver o monitor velho entulhado em casa, resolveu agir. Aproveitou e jogou fora outras quinquilharias. "Não vale a pena consertar, então para que ficar com isso aqui?", questionou-se Edmea, antes de repassar os equipamentos a uma empresa de reciclagem. Que esse exemplo não seja descartado.
O que é lixo eletrônico...
Equipamentos, partes e peças cujo funcionamento depende de correntes elétricas ou campos eletromagnéticos. Exemplos: televisores, monitores e celulares
...e o que fazer com ele
Onde descartar
Átria Informática
Rua Pouso Alegre, 2.892, Horto
Tel.: (31) 3482-1270
BHTEC-Parque Tecnológico
Rua Professor José Vieira de Mendonça, 770, Engenho Nogueira
Tel.: 3401-1000
Hemar Ltda.
Rua Oscár Castanheira, 112, Dona Clara
Tel.: (31) 3226-5024
LJ Telecomunicações
Rua Sergipe, 1.041, Savassi
Tel.: (31) 3227-5445
Exceto lâmpadas e pilhas
Natal Eletrônica
Rua Ceará, 11, Santa Efigênia
Tel.: (31) 2526-8246
Exceto lâmpadas e pilhas
Pátio Savassi
Avenida do Contorno, 6.061, São Pedro
Tel.: 3263-5800
Promove
Avenida João Pinheiro, 164, centro
Tel.: (31) 2103-2100
Empresas que buscam o lixo em casa
BH Recicla
Rua dos Angelins, 10, Nova Gameleira
Tel.: (31) 3063-0688 / (31) 98324-3996
E-Mile Reciclagem de Eletroeletrônicos
Avenida Professor Jossei Toda, 515, Bandeirinhas - Betim
Tel.: (31) 3054-6828
Naturalis Minas
Avenida Abílio Machado, 1.264 – 1004, Inconfidência
Tel.: (31) 3417-9834