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Estado de Minas CURIOSIDADE

O misterioso caso do ladrão de samambaias

Nem carros, nem joias. Um larápio que agia no Padre Eustáquio estava de olho era nas plantas dos moradores do bairro


postado em 12/03/2014 14:37

Ladrões. Eles estão no nosso dia a dia, de olho em nossos carros, carteiras, galinhas e, acreditem, em nossas plantas! O vilão dessa história é um especialista em afanar vasos e xaxins de samambaias. A vítima, um sujeito que vamos chamar de F.D.S. e que passou muita raiva até se livrar do gatuno.

A casa de F.D.S. é um lugar simples, mas aconchegante. Na garagem sem carro, pneus, tijolos e outros objetos ocupam espaço. Toda essa desordem nunca havia gerado muitos problemas, até que um curioso fato se deu.

Numa manhã de domingo a mulher de F.D.S gritou da cozinha:

– Mozão, já regou as plantas hoje?

– Não! - respondeu ele.

– Então molha, uai! - ordenou ela.

Com preguiça, ele foi à garagem, mas não encontrou a samambaia. Não deu falta de mais nada. Chamou a mulher.

– Mô, roubaram a samambaia!

– Mentira! Ninguém rouba samambaias! Você sumiu com a planta pra não ter que ficar regando?! - protestou a mulher, chateada.

Condenado sem ser culpado, F.D.S. foi ao bar, beber para relaxar. Lá, ouviu a desabafo de um outro bebum.

– O cretino arrombou o portão essa madrugada para roubar sabe o quê?! Uma samambaia! Inacreditável!!

F.D.S. viu que não era a única vítima e que precisava agir. Mandou a pinga goela abaixo e teve uma ideia. Saiu, comprou outra samambaia, pendurou e montou campana no sofá da sala, de onde podia espiar a garagem. A mulher, confusa, nada disse.

Certa noite, algo aconteceu. F.D.S. ouviu um barulho e acordou. Pela janela, viu um vulto levando sua samambaia. Com medo, ligou para a polícia.

– Emergência policial. Cabo Maria. Em que posso ajudar?

– Um homem entrou aqui e roubou minha samambaia. Mande as viaturas! - sussurrou ele.

– Desculpe, senhor, mas passar trotes para a polícia é crime. Ninguém rouba samambaias. Vou finalizar. Tu, tu, tu...

F.D.S. se revoltou. Não tinha apoio da esposa nem da polícia. Catou uma faca (cega), ganhou a rua e viu alguém empurrando um carrinho de mão. Ficou ainda mais possesso.

– Ei! Parado aí com essa samambaia! Ela é minha! - gritou.

O ladrão correu em direção ao Anel Rodoviário. F.D.S. foi atrás. Sedentário e fumando e bebendo todo dia, F.D.S. logo arriou. O ladrão continuava sua fuga pelo Anel. O homem esbravejava:

– Te mato! Devolve a samambaia!

Já era tarde. F.D.S. voltou para casa, fracassado. No dia seguinte, ouviu a mesma ladainha da esposa, mas teve outra ideia. Nunca mais seria roubado e humilhado daquele jeito.  Saiu e comprou outra planta. Continuou dormindo no sofá da sala até que, novamente, o ladrão apareceu. Da mesma forma que entrou, saiu da casa:  de mãos vazias. F.D.S. ria satisfeito, enquanto olhava pela janela. Dessa vez ele havia comprado um enorme e espinhoso cactos.

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