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Estado de Minas SUPLEMENTO BAIRROS | CIDADE NOVA

O que você acha de uma balada gospel?

Pub cristão atrai jovens evangélicos que se encontram para papear, namorar e dançar ao som de bandas que tocam músicas "religiosamente corretas"


postado em 29/05/2014 13:33 / atualizado em 29/05/2014 16:10



Nito Landau, de 37 anos, dono do Santo Cristo Pub:
Nito Landau, de 37 anos, dono do Santo Cristo Pub: "Não é porque somos envagélicos que não gostamos de festas" (foto: Samuel Gê/Encontro)


No Cidade Nova há um lugar que se define como “um espaço para manter a comunhão com Deus, diferente de tudo, diferente do mundo”. Com certeza é uma igreja, você deve estar pensando. Errado. O lugar em questão é o Santo Cristo Pub, uma balada para evangélicos situado na rua Rua Júlio Pereira da Silva, 135. Lá, o público, de igrejas diversas, encontra-se para dançar, beber bons coquetéis (sem álcool, é claro) e paquerar.

A programação musical é eclética: black music, samba, reggae, MPB, forró e música eletrônica. “Sem letras apelativas que ferem os princípios cristãos”, avisa o proprietário Nito Landau, de 37 anos, da Igreja Batista Missão Céus. De vez em quando, há apresentações de stand up comedy. Nito, que é formado em administração de empresas com ênfase em marketing, era católico e cantor de banda de bailes antes de se tornar evangélico e produtor de bandas gospel. Inaugurou o Santo Cristo em 2011, em Santa Luzia, para dar mais visibilidade aos grupos.

Quando o pub ficou conhecido entre os jovens evangélicos de BH e cidades próximas, Nito e o sócio, Welbert Aquino, de 37 anos, da igreja Batista Getsêmani, transferiram o Santo Cristo para o Cidade Nova. “Escolhemos por ser central, próximo a igrejas, e por ter clima acolhedor e tradição familiar”, explica Nito.

O público do Santo Cristo é bem variado. Até menores  (acompanhados de responsáveis)  frequentam o pub. O produtor musical Roger Melo, da Igreja Getsêmani do Dona Clara, conhece o point desde sua primeira locação. “Sempre vou com minha esposa, Fabiana, e amigos. Formamos uma turma grande, para assistir aos shows das bandas gospel. Acho que o pub é uma inovação”, diz.

O produtor musical Roger Melo, da Igreja Getsêmani do Dona Clara, e a mulher, Fabiana:
O produtor musical Roger Melo, da Igreja Getsêmani do Dona Clara, e a mulher, Fabiana: "Sempre que vou com minha esposa e amigos, formamos uma turma grande, para assistir às bandas" (foto: Samuel Gê/Encontro)
Nito defende a diversão entre os fiéis. “Não é porque somos evagélicos que não gostamos de festas. O que queremos é mostrar que podemos ir a uma festa saudável. Os pais dos jovens já confiam em mim”, revela. “Quem vem não tem de se preocupar com brigas ou em fugir da Lei Seca. Niguém vai mexer com a namorada alheia”, brinca.

Dentro do Santo Cristo há regras de conduta, para dançar e se vestir. Nito conta que certa vez uma frequentadora apareceu por lá com um short muito curto, mas se sentiu tão deslocada que mal se levantou da mesa. “Da vez seguinte em que veio, apareceu com uma roupa mais adequada.”

O pastor Charles Santos, da Igreja Batista da Lagoinha, opina sobre o espaço. “Acho louvável que a cidade tenha um lugar sadio para os jovens cristãos. Porém acredito que o nome do Senhor não possa ser colocado em um nome comercial.” O proprietário explica como o nome surgiu. “O Santo Cristo está em todos nós, em tudo o que fazemos.”

Há propostas para abrir filiais no Rio de Janeiro, São Paulo e Rondônia. Enquanto isso não acontece, uma nova unidade, prevista para ser inaugurada neste mês, na Pampulha, vai ficando pronta. Se depender de Nito Landau, festas para os jovens cristãos não vão faltar. Ouvindo mais uma banda gospel, ele faz planos e torce para que os anjos digam amém.

Paquera é incentivada  

O incentivo à formação de novos casais também acontece no Santo Cristo. As meninas recebem, na entrada, pulseirinhas: verde, ou “on-line”, indica que estão solteiras, e vermelha, ou “off-line”, que estão comprometidas. O pub dá ainda mais uma ajuda para os tímidos de plantão, com as festas do Correio Edificante: uma atendendente anda pela casa distribuindo bilhetes para os interessados na paquera, a distância. Alguns futuros possíveis casais acabam se falando na mesma noite, outros trocam telefones e perfis de Facebook para se falarem mais tarde.

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