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Estado de Minas MEIO-AMBIENTE

Capim braquiária: vilão ou mocinho?

Poucas pessoas sabem que essa espécie não é nativa do Brasil e é considera invasora. Porém, muitos produtores rurais a utilizam como solução barata e resistente para as pastagens


postado em 06/05/2015 17:50 / atualizado em 06/05/2015 18:23

Sabia que o capim do tipo braquiária não é natural do Brasil? Pois é, ele se adaptou muito bem ao nosso clima, mas não é bem visto por ecologistas(foto: Agrocria.com.br/Reprodução)
Sabia que o capim do tipo braquiária não é natural do Brasil? Pois é, ele se adaptou muito bem ao nosso clima, mas não é bem visto por ecologistas (foto: Agrocria.com.br/Reprodução)
Boa alternativa ou vilão? Originário da África, o capim do tipo braquiária divide opiniões entre especialistas e produtores rurais no Brasil. Independente da polêmica, esse capim é o mais utilizado nas pastagens do país e é um dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento agropecuário brasileiro dos últimos 40 anos. Por exigir pouca fertilidade do solo, o gênero se adaptou muito bem ao cerrado e ao clima tropical, que é semelhante à savana – habitat natural dessa gramínea. Como é de difícil controle, acabou sendo incluído na lista de espécies invasoras catalogadas pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama).

Uma das vertentes contrárias à braquiária atesta que ela não permite o crescimento de outras plantas na mesma área. Segundo o zootecnista Paulo Henrique de Andrade, esse capim é mais agressivo em relação aos outros, além de germinar durante todo o ano. "Se você planta a braquiária junto com o capim gordura, por exemplo, e solta o gado, ele vai preferir o capim gordura. A semente da braquiária cai e nasce no lugar que era do gordura", exemplifica o especialista.

Sem controle, esse tipo de capim pode ocupar o lugar de espécies nativas. Com o solo encoberto, dificulta o desenvolvimento de novas espécies. No entanto, muitos criadores de gado utilizam a braquiária como uma alternativa mais em conta. "Não existe uma gramínea tipicamente brasileira com essa capacidade de propagação. Ela é considerada por muitos como vilã, mas, se não fosse a braquiária, o Brasil não seria uma potência agropecuária", explica o médico-veterinário Vitor Veloso.

Segundo o zootecnista Paulo Henrique Andrade, o capim de origem africana possui baixo valor nutricional, mas, em compensação, apresenta maior resistência ao pisoteio do gado. "O tifton, por exemplo, é um capim com qualidade melhor, mas exige o uso de mudas. Em áreas grandes, fica inviável o plantio", completa.

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