
A doença afeta o quinto nervo craniano, chamado de trigêmeo. A dor surge quando ele é afetado por uma artéria, ou seja, ela encosta no nervo, fazendo com que ele não funcione corretamente e provoque uma sensação de choque, que pode se espalhar por várias partes do rosto, como testa, olhos, nariz e boca. Até mesmo um simples ato de barbear e pentear os cabelos pode desencadear a dor.
"É um choque muito intenso e curto. Mas, às vezes, ele ocorre centenas de vezes num dia. Então, o indivíduo sofre tanto pela dor quanto pela expectativa da dor. É um sofrimento brutal. Antigamente, as pessoas até se suicidavam por causa da dor, porque o sofrimento era muito grande e não existia tratamento", explica o neurologista Luiz Roberto, professor da PUC Minas.
Normalmente, as pessoas ficam mais suscetíveis à neuralgia do trigêmeo a partir dos 50 anos – embora o problema possa surgir em qualquer idade. Segundo Luiz Roberto, à medida em que o ser humano envelhece, as artérias fininhas que passam perto do nervo vão enrijecendo e criando uma espécie de alça, o que aumenta as chances de tocá-lo. Quando há o contato, é muito comum irritar as fibras sensitivas, e, consequentemente, provocar a insuportável dor. Além disso, algumas pessoas podem desenvolver essa condição devido a uma lesão cerebral ou a outras anomalias.
Não há como prevenir a doença, mas existe solução para acabar com o sofrimento. "A alternativa mais eficaz são medicamentos para convulsão e epilepsia. Eles praticamente interrompem a dor, se forem tomados regularmente. Às vezes, é preciso ingerir duas ou até três vezes ao dia. É raro a pessoa parar de tomar o remédio e não sentir mais dores. Quando o medicamento não resolve, existem indicações cirúrgicas", explica o neurologista.
Se você sente dores insuportáveis na face, talvez sofra com a neuralgia do trigêmeo. A recomendação é procurar um especialista. Vale ressaltar que existe tratamento.