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Estado de Minas BEM-ESTAR

Técnica inédita ajuda no tratamento do ronco

Instituto do Coração, da USP, desenvolve série de exercícios diários que diminuem o ronco e melhoram a apneia do sono leve e moderada


postado em 03/08/2015 14:50

Com seis exercícios considerados fáceis e de boa adaptação, criados pelo Incor, da USP, é possível diminuir a intensidade do ronco e a apneia do sono(foto: Neurologicalwellness.com/Reprodução)
Com seis exercícios considerados fáceis e de boa adaptação, criados pelo Incor, da USP, é possível diminuir a intensidade do ronco e a apneia do sono (foto: Neurologicalwellness.com/Reprodução)
Quem nunca passou uma noite em claro por causa de alguém roncando alto, que atire "o primeiro travesseiro". Segundo estimativas, cerca de 54% da população adulta sofre de ronco – com grande prevalência em obesos, idosos e mulheres na pós-menopausa. E, dependendo das estatísticas, os brasileiros vão roncar cada vez mais, já que dois dos fatores que levam ao ronco continuam a crescer no país: 18% da população está com sobrepeso e a progressão da idade continua a avançar (em 2030, 13% dos brasileiros terão mais de 65 anos). O prejuízo não é apenas das horas de sono ou do estigma social. O ronco pode ser um dos sinais de um problema ainda mais grave: a apneia obstrutiva do sono, fator de risco importante para as doenças cardiovasculares.

Pesquisadores do Laboratório do Sono do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da USP (Incor) desenvolveram uma técnica de tratamento pioneira que, se praticada diariamente e com orientação de fonoaudiológo, reduz a frequência e a altura do ronco até ele se tornar quase imperceptível, em alguns casos. A nova técnica é efetiva também no tratamento da apneia do sono de grau leve e moderado, diminuindo o número de engasgos durante a noite. O estudo brasileiro foi publicado na revista científica Chest.

"Até hoje não havia registro científico de um tratamento que combinasse eficácia nos resultados e facilidade para a adesão do paciente à terapia. Acreditamos que a técnica brasileira está tendo repercussão por unir essas duas características", diz Geraldo Lorenzi Filho, pneumologista e diretor do Laboratório do Sono do Incor, e orientador da pesquisa de desenvolvimento da técnica antirronco.

Os tratamentos existentes para o ronco são muitos e incluem desde cirurgias para desobstrução das vias aéreas superiores, implantes no palato, dispositivos intraorais até orientações para perda de peso e mudança postural. O grande problema da maior parte dos estudos, até hoje, é que o ronco não foi medido de forma objetiva.

A técnica de tratamento do ronco, criada no Incor, consiste numa série de seis exercícios para fortalecer os músculos envolvidos direta ou indiretamente na produção do ronco e na apneia obstrutiva do sono. Com duração de oito minutos, os exercícios são realizados três vezes ao dia e, para facilitar ainda mais a adesão do paciente ao tratamento, sempre incorporados às atividades rotineiras, como se alimentar, escovar os dentes ou no percurso para o trabalho.

"Embora seja de fácil execução e não tenha qualquer contraindicação, os exercícios devem ser prescritos, orientados e acompanhados por profissionais especializados", reforça a fonoaudióloga Vanessa Ieto, autora do estudo que resultou na nova técnica.

Os exercícios

De forma simplificada, os seis exercícios que compõem o tratamento antirronco do Incor são:

  • Empurrar a língua contra o céu da boca e deslizá-la para trás

  • Sugar a língua para cima, pressionando-a por completo contra o céu da boca

  • Forçar a parte posterior da língua contra o "chão" da boca, mantendo a sua ponta em contato com os dentes incisivos inferiores

  • Elevar a parte de trás do céu da boca e a úvula (conhecida popularmente como "campainha") enquanto diz a vogal "A"

  • Posicionar o dedo na parte interna da bochecha entre os dentes e pressionar a bochecha para fora (cada lado da boca)

  • Durante a alimentação, manter uma mastigação bilateral alternada e deglutição usando a língua no palato

(com Assessoria do Incor)

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