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Estado de Minas MEDICINA

Medicamento contra alcoolismo pode ajudar a combater o vírus da Aids

A ideia é conseguir eliminar o HIV de forma definitiva, incluindo o vírus que se encontra em estado latente no corpo dos pacientes que usam remédios antirretrovirais


postado em 17/11/2015 10:58 / atualizado em 17/11/2015 14:22

O remédio Dissulfiram, usado no combate ao alcoolismo, está sendo testado no controle e na eliminação do vírus HIV(foto: Pixabay)
O remédio Dissulfiram, usado no combate ao alcoolismo, está sendo testado no controle e na eliminação do vírus HIV (foto: Pixabay)
Um medicamento utilizado para tratar o alcoolismo, associado a outras substâncias, poderá ser uma opção para o combate ao vírus da Aids em soropositivos, segundo estudo divulgado nesta terça, dia 17 de novembro, na revista médica The Lancet HIV.

O medicamento, denominado Dissulfiram, estimula o vírus latente no organismo infectado, destruindo assim as células infectadas, sem efeitos secundários, dizem os autores.

Atualmente, a terapia antirretroviral pode controlar o vírus, mas não o elimina definitivamente.

O HIV permanece no organismo das pessoas tratadas, de forma inativa. O reservatório onde o vírus permanece é um dos maiores obstáculos para o desenvolvimento de um tratamento que cure a doença definitivamente. Estimular o vírus latente é uma estratégia promissora para curar o paciente com Aids, mas essa é apenas a primeira etapa para a eliminação, destaca Julian Elliot, diretora de pesquisa clínica nos serviços de doenças infecciosas do Hospital Alfred, em Melbourne, Austrália, e autora do estudo.

"Agora, temos de trabalhar para nos livrarmos das células infectadas", acrescenta a pesquisadora.

No ensaio clínico, dirigido por Sharon Lewin, do Instituto Doherty, em Melbourne, 30 pessoas que fazem o tratamento antirretroviral tomaram doses de Dissulfiram, que foram sendo aumentadas ao longo de três dias. Com a dose mais elevada, estimularam o vírus adormecido, sem efeitos secundários para os pacientes.

"O teste demonstra que o Dissulfiram não é tóxico, é seguro, e poderá, muito provavelmente, ser o único que 'muda' tudo", afirma, em comunicado, Sharon Lewin.

O próximo passo é testar a droga com o próprio vírus como alvo, acrescentam os pesquisadores.

Mais de 34 milhões de pessoas já morreram devido a problemas de saúde relacionados com a Aids, segundo a Organização Mundial da Saúde. No fim do ano passado, havia cerca de 36,9 milhões de portadores do HIV.

(com Agência Lusa e Portal EBC)

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