
Para Jorge Nahas, presidente da Fhemig, o novo Museu da Loucura representa a vitalidade, humanidade e capacidade de superação e reinvenção de seus servidores e de todos os trabalhadores de saúde mental. "O museu tem um enorme valor, não apenas pelo seu acervo, mas por simbolizar a luta dos trabalhadores, a conquista de direitos e o avanço nas questões do trato do indivíduo de saúde mental. Esta nova visão é uma conquista humana, extremamente significativa", avalia Nahas.
O Museu da Loucura passou por uma intensa revitalização, que incluiu a reestruturação do prédio, adequação da área física e ampliação do acervo. Desde junho de 2014, o local estava fechado para visitas. Segundo Lucimar Pereira, coordenadora do museu e integrante da comissão de restauração, logo nas primeiras reuniões do grupo foi discutido que uma ampliação do conceito museológico era necessária, mostrando a evolução que a psiquiatria vinha trilhando. "Incluímos informações sobre a trajetória da luta manicomial e da reforma psiquiátrica no acervo, já que o museu tinha o papel de mostrar este segmento da história", conta Lucimar.
Segundo Edson Brandão, subsecretário de Cultura de Barbacena e historiador responsável pelo projeto museológico, com esta nova configuração, conseguiu-se abordar as transformações, para que o museu não ficasse preso apenas ao passado. "O museu antigo, ao mostrar a trajetória da instituição, era uma retratação daquilo que não deveria ocorrer, mas é necessário que o visitante perceba que há um futuro, e que foi representado pelos serviços substitutivos", explica o especialista.
Com o objetivo de oferecer uma melhor experiência ao visitante, foram adicionados recursos tecnológicos, que modernizaram o circuito expositivo do Museu da Loucura. "O museu está mais sensorial, e mais emocional também. Com recursos simples, mas impactantes, conseguimos mostrar a história por meios diferentes de fotos e textos. Vê-se e ouve-se muito", completa o historiador e artista plástico.
Histórico
O Museu da Loucura foi criado em 16 de agosto de 1996 – em 2016, completam-se 20 anos de fundação –, por meio de uma parceria entre a Fhemig, CHPB e a Prefeitura Municipal de Barbacena. Desde sua criação até os dias atuais, somam-se 131.156 visitantes registrados no livro de assinaturas. O acervo é constituído de textos, fotografias, documentos, objetos, equipamentos e instrumentação cirúrgica, que relatam a história do tratamento ao portador de sofrimento mental.
(com Agência Minas)