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Estado de Minas ECONOMIA

Dólar baixo é bom ou não para a economia do país?

Dólar comercial saiu de R$ 3,94 em janeiro para R$ 3,20 em julho. Especialista fala como isso pode afetar o Brasil


postado em 01/07/2016 15:05

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
O dólar comercial começou o ano cotado a R$ 3,94 e terminou o primeiro semestre perto de R$ 3,20. A queda da moeda levou turistas que haviam desistido de viajar ao exterior a planejarem, novamente, uma visita a outros países. Afinal, o dólar baixo é bom ou não para a economia do Brasil?

O professor de economia e consultor de finanças pessoais Newton Marques, em entrevista à Rádio Nacional de Brasília, explica que o dólar alto favorece a quem exporta e dificulta a vida de quem quer "gastar lá fora". "A taxa de câmbio oscilante tem vantagens e desvantagens. Um país precisa ter uma reserva dessa moeda estrangeira", comenta Newton.

Como ele mostra, a queda do dólar afeta diretamente a balança comercial do país, ou seja, a diferença entre o que se exporta e o que se importa. "O grande problema para os economistas é encontrar a taxa de câmbio considerada ótima", esclarece. Ele explica que o que temos hoje é um cenário atípico, que não fazia parte da previsão de nenhum economista.

Newton Marques diz que a moeda americana se desvalorizou principalmente após a notícia da saída do Reino Unido da União Europeia. "Como já dizia um antigo economista brasileiro, o dólar tem 'coração de passarinho' e 'pernas de lebre'. Ou seja, sempre que se 'assusta', a moeda acaba tendo variações muito bruscas. Isso acontece tanto em países ricos quanto nos emergentes. Outro fator que ajudou na queda da taxa é a questão política do Brasil, que está caminhando para uma solução", comenta o professor.

O especialista lembra também que o dólar está intimamente ligado à bolsa de valores. Quando os investidores percebem que as ações das empresas brasileiras estão em baixa e essas corporações possuem capacidade de crescimento e valorização, injetam a moeda americana em nosso mercado.

"Há também o fator Banco Central [BC]. No governo de Dilma Rousseff, ele sempre interferia para não deixar que ocorresse uma oscilação muito grande na taxa de câmbio. Mesmo com Michel Temer, já existe uma conversa de que o BC irá atuar para impedir quedas bruscas ou aumentos inesperados", completa Newton Marques.

Questionado sobre a "mania" de muitos brasileiros guardarem dólares em casa, ele aconselha a não fazer dessa moeda uma aplicação financeira. "Deixe isso apenas para quem entende do mercado de câmbio". O consultor de finanças recomenda que a compra de dólar seja feita apenas por quem pretende viajar no final do ano ou no início de 2017, já que o momento favorece essa iniciativa.

(com Rádio Nacional de Brasília)

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