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Estado de Minas MERCADO

Dólar pode cair a R$ 3,1 com Reforma da Previdência

Estimativa é de um especialista financeiro


postado em 16/04/2019 10:33 / atualizado em 16/04/2019 10:34

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Muita gente está assustada com o preço alto do dólar, especialmente o turismo, que afeta diretamente o custo de viagens ao exterior. Como se sabe, a cotação da moeda americana é bastante sensível às questões políticas e econômicas do Brasil. Em 2017, quando a Reforma da previdência foi apresentada pelo governo de Michel Temer e passou a tramitar no Congresso, o dólar chegou a valer R$ 3,1. A expectativa é que em 2019 a moeda alcance esse patamar, ainda mais porque o corte de gastos previsto pela equipe de Jair Bolsonaro é maior do que o previsto no projeto original.

"O contexto era muito parecido com o de atualmente. O novo governo que o ex-presidente Temer havia acabado de assumir estava focando em endireitar as contas públicas. Então, na verdade é um cenário bem próximo com o que temos agora", comenta o administrador Fernando Bergallo, diretor de câmbio da FB Capital.
Atualmente, o dólar está cotado próximo a R$ 3,9, o que deixa em aberto a possibilidade para grandes quedas. De acordo com Bergallo, se considerarmos um cenário internacional semelhante, os efeitos mais impactantes para a redução da moeda seriam os internos. "Podemos perceber, então, como o mercado precisa da reforma [da Previdência] e se as coisas se ajeitarem o preço da moeda irá cair. O contexto internacional de 2017 é muito parecido com o de agora, então, realmente, estamos falando do cenário doméstico. O momento é de cautela. Não se sabe ao certo como essa reforma vai ser aprovada e se ela atenderá as expectativas dos investidores. Para que a reforma tenha sucesso é necessário economizar algo próximo de R$ 1 trilhão em 10 anos", diz o administrador.

O dólar iniciou a segunda quinzena de abril operando em queda, com o mercado atento aos avanços da Reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. A comissão deve votar a constitucionalidade do projeto – porém, os parlamentares optaram por votar primeiro o projeto do orçamento impositivo.

Outro tema que pode afetar o câmbio diz respeito ao recente cancelamento do reajuste de 5,7% do preço do óleo diesel, que gerou um encolhimento de R$ 32 milhões de valor de mercado da Petrobras. "Outra questão importante no cenário atual é a discussão da política de preços da Petrobras. A interferência no preço do combustível deixa os investidores em dúvida sobre até que ponto o governo irá intervir nos mercados, o que pode deixar os investidores ainda mais cautelosos", afirma Fernando Bergallo.

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