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Estado de Minas INTERNACIONAL

Médicos Sem Fronteiras critica a indústria farmacêutica

Organização divulga documento em que pede aos governos que favoreçam o acesso da população a remédios


postado em 14/09/2016 09:40

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) divulgou um relatória nesta quarta, dia 14 de setembro, em que faz um apelo aos governos para que alinhem as políticas de pesquisa na área da saúde aos interesses da população. Segundo o documento, as empresas farmacêuticas negligenciam algumas das maiores ameaças à saúde, com por exemplo o aumento de infecções resistentes a antibióticos e o vírus ebola.

A tuberculose é outro exemplo, dado pela organização, de doença com lacunas no tratamento. De acordo com o levantamento, nos últimos 50 anos só foram lançados dois medicamentos contra a doença infecciosa que mais mata no mundo, responsável por 1,5 milhão de mortes todos os anos.

"Tanto em países pobres quanto em países ricos, as pessoas estão descobrindo que os medicamentos de que precisam ou não existem ou são tão caros que elas não podem comprá-los, e os governos precisam resolver esses problemas", diz Katy Athersuch, assessora para políticas de inovação da MSF, em nota enviada à imprensa.

Segundo o levantamento da Médicos Sem Fronteiras, os governos não fazem com que as pesquisas financiadas com o dinheiro dos impostos atendam às necessidades de saúde prioritárias. "Governos financiam US$ 70 bilhões, dos US$ 240 bilhões gastos anualmente com pesquisas médicas, mas falham em usar as doses corretas de incentivos e regulação para conseguir os produtos de que precisamos. Em 2014, apenas 16% dos investimentos em pesquisa sobre doenças relacionadas à pobreza vieram de empresas farmacêuticas", diz o documento.

A organização também defende que os governos que oferecem financiamento para pesquisas médicas devem exigir que o produto final seja acessível à população. "Governos concedem a empresas direitos sobre produtos desenvolvidos com dinheiro público por meio da concessão de patentes a corporações farmacêuticas. Direitos exclusivos para comercializar e usar invenções, incluindo remédios. Isso mantém os preços altos porque cria monopólios; sem concorrentes, empresas farmacêuticas ficam livres para cobrar o que quiserem", acrescenta o relatório.

Para a organização, a falta de ferramentas de diagnóstico, de vacinas e de medicamentos para ebola e infecções resistentes, por exemplo, ilustra como o foco da indústria está na receita financeira esperada pelas empresas e seus acionistas, e não nas necessidades médicas mais urgentes.

(com Agência Brasil)

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