
No Dia Mundial Sem Tabaco 2017, lembrado nesta quarta, dia 31 de maio, a entidade vinculada à ONU adotou como tema da campanha Tabaco: Uma Ameaça ao Desenvolvimento. A proposta consiste num apelo aos países-membros para que implementem medidas consistentes de controle do tabaco, incluindo a proibição de todo tipo de marketing e publicidade relacionados ao assunto, além da adoção de embalagens simples para os produtos e o aumento de impostos especiais voltados para o setor.
Saúde e economia
Dados da OMS mostram que o consumo do tabaco mata mais de 7 milhões de pessoas todos os anos e custa aos lares e aos governos mais de US $ 1,4 trilhão, em razão de despesas com saúde e da perda de produtividade. "O tabaco ameaça a todos nós. Ele exacerba a pobreza, reduz a produtividade econômica, contribui para pobres escolhas alimentares domésticas e polui o ar interior", comenta Margaret Chan, diretora-geral da OMS.
"Entretanto, por meio da adoção de medidas robustas de controle, os governos podem salvaguardar o futuro de seus países protegendo usuários e não usuários desses produtos mortais, gerando receitas que financiam a saúde e outros serviços sociais, salvando seus ambientes das devastações provocadas pelo tabaco", complementa Margaret.
Ainda segundo a OMS, os impactos do tabaco e de seus derivados na natureza envolvem danos como:
- Resíduos de cigarro contêm mais de 7 mil produtos químicos tóxicos que envenenam o meio-ambiente, incluindo substâncias cancerígenas
- Emissões de fumaça proveniente do tabaco contribuem com milhares de toneladas de gases tóxicos e de efeito estufa na atmosfera
- Cerca de 66% dos 15 bilhões de cigarros vendidos diariamente no mundo são descartados na natureza
- Bitucas de cigarro respondem por até 40% de todos os itens coletados em limpezas costeiras e nas cidades
A entidade da ONU alerta ainda que o tabaco representa ameaça a todo tipo de população e também ao desenvolvimento nacional e regional dos países sob diversos aspectos, incluindo:
- Pobreza: cerca de 860 milhões de fumantes adultos vivem em países de baixa e média renda. Estudos mostram que nos lares mais pobres, gastos com produtos derivados do cigarro representam mais de 10% do orçamento, o que significa menos renda para alimentação, educação e saúde
- Infância e educação: as plantações de tabaco comprometem o acesso de crianças à escola, já que até 14% das famílias que vivem em fazendas onde o produto é cultivado perdem aula em razão do trabalho na lavoura
- Mulheres: cerca de 70% dos trabalhadores de lavouras de tabaco são mulheres, o que as coloca em contato constante com produtos químicos perigosos à saúde
- Saúde: o cigarro responde por cerca de 16% de todas as mortes provocadas por doenças crônicas não transmissíveis
Brasil
Dados do Instituto Nacional do Câncer indicam que, em 2011, foram gastos R$ 23 bilhões com o tratamento de algumas das mais de 50 doenças relacionadas ao tabagismo. Já a arrecadação com impostos sobre cigarros recolhidos no mesmo ano foi da ordem de R$ 6 bilhões.
"Mas, o custo do cigarro no Brasil, avaliado pela pesquisa, ainda está subestimado: não incluiu o custo gerado pelo absenteísmo, a perda de produtividade, as despesas das famílias, entre outros gastos indiretos relacionados ao tabaco", destaca a OMS.
(com Agência Brasil)